Ouvidos atentos uns para os outros

Continuando nossa série baseada no capítulo seis do livro “Ouça o Espírito, Ouça o mundo”, do pastor e teólogo John Stott (1921-2011), hoje falaremos sobre a necessidade de ouvirmos uns aos outros.

O princípio é muito claro: a comunhão depende de comunicação. Somente quando falamos e ouvimos uns aos outros é que nossos relacionamentos progridem e amadurecem, ao passo que quando paramos de ouvir um ao outro, eles desmoronam. Muitos conflitos surgem pois um lado deixa de ouvir o outro.

O livro de Provérbios está recheado de ensino e sabedoria sobre este tema. Em Provérbios 12.15 diz o seguinte: “O caminho do insensato parece-lhe justo, mas o sábio ouve os conselhos”. Em Provérbios 15.31 diz assim: “Quem ouve a repreensão construtiva terá lugar permanente entre os sábios”. E, para citar um último, no capítulo 18.15 diz assim: “O coração do que tem discernimento adquire conhecimento; os ouvidos dos sábios saem à sua procura”. Esses textos nos mostram claramente que ouvir conselhos, exortações, repreensões e instruções nos tornam sábios, e a necessidade de ouvir aplica-se em todas as esferas da nossa vida: trabalho ao lar, do estado até a igreja.

É importante ressaltar também que o Novo Testamento apresenta cerca de vinte e cinco diferentes formas de se relacionar uns com os outros. Tremendo desafio é viver em comunidade, por isso, deve-se aprender a ouvir com atenção.

Ouvidos atentos para o outro é uma prática que está se perdendo. Com as facilidades das redes sociais todos querem falar, mas poucos tiram tempo para ouvir. Ter ouvidos atentos é uma disciplina difícil, precisa-se parar o que está sendo feito, concentrar-se no outro e dar atenção exclusiva para o que está sendo dito.

Que em nossas famílias, no ambiente de trabalho, nas comunidades de fé e na sociedade possamos ter ouvidos atentos para o nosso próximo, que façamos isso com compaixão e paciência.

Semana que vem falaremos sobre ouvir o mundo. Até breve!

Pr. Felipe Hartmann

@ofelipehartmann