O cristão contemporâneo têm ouvidos atentos

Iniciaremos hoje uma série de cinco artigos baseados no capítulo seis do livro “Ouça o Espírito, Ouça o mundo”, do pastor e teólogo John Stott (1921-2011). Suas reflexões são muito relevantes para os discípulos de Jesus, pois ouvir é uma virtude que tem sido esquecida em alguns círculos. E você leitor, é um bom ouvinte?

A Bíblia diz, em Tiago 1.19 (NVI) assim: “Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar…”. O ouvido humano é uma criação divina espetacular, mas pensar que lamentavelmente alguns usam essa criação de maneira inadequada é um pecado. Precisa-se desenvolver melhor a capacidade de ouvir. Conforme Tiago diz, deve-se estar pronto para ouvir.

Stott e Tiago ao falarem sobre ouvir, não estão falando sobre ouvir música ou os sons da natureza, mas sim sobre o valor da conversação, ou seja, no falar e ouvir nos relacionamentos. John Stott diz que “Surdez involuntária é uma deficiência lamentável; surdez deliberada é ao mesmo tempo um pecado e uma insensatez” (p. 114). Surdez involuntária, segundo Stott, é quando a pessoa já nasce com esse problema, essa deficiência. Mas a deliberada é quando não se escuta verdadeiramente aquilo que precisa-se escutar. Por isso, nesta série de artigos falaremos para quais vozes os cristãos devem ter ouvidos atentos.

O cristão tem a tarefa de ouvir duas vezes. Muitas vezes quando ouve o mundo o cristão acha que já está pronto para respondê-lo, mas acaba por esquecer de ouvir ao Senhor. Por vezes o cristão quer ser tão relevante “para o mundo”, que cede aos seus caprichos. Stott diz assim: “Com toda a prestatividade, nós cedemos ao espírito moderno, tornando-nos escravos da última moda, a até mesmo idólatras, dispostos a sacrificar a verdade no altar da modernidade. Então a busca por relevância acaba se degenerando, transformando-se em uma obsessão por popularidade”, pg. 25. Ouça o mundo, mas não esqueça de ouvir ao Espírito.

O cristão contemporâneo não deve descartar tudo o que acontece ao seu redor e ignorar as vozes da sociedade, mas sim ser crítico para discernir o que essas vozes têm a dizer. É necessário sabedoria para discernir a voz contemporânea. O intuito aqui é de perguntar o que a igreja tem a dizer ao homem moderno e não o que o homem moderno tem para dizer a igreja. Se alguém quer ser relevante ouça o Espírito de Deus, não o espírito da sua época.

Na próxima semana trataremos sobre o tema: “Ouvidos atentos para Deus”. Até breve!

Pr. Felipe Hartmann @ofelipehartmann