Texto de Ilka Araujo ( Igreja Presbiteriana) publicado na Página Gospel do Jornal Pequeno do dia 10/04/22
As Bodas de Caná da Galiléia
João 2:1-11
Jesus não escolheu um momento banal para começar seu ministério. Aparentemente, aquele que foi o seu primeiro milagre, transformar água em vinho, poderá parecer, a um desatento, desperdício de poder do Mestre ou uma demonstração fútil e desnecessária deste poder. Sobre esse episódio já ouvimos famoso e influente pregador discorrer sobre a inutilidade deste milagre, ousando, inclusive, criticar o próprio Jesus pela ausência de função social deste milagre.
Em tempos do politicamente correto, parece à nossa geração utilitária, que o milagre da multiplicação de pães e peixes tem uma conotação mais profunda e atende a um fim social. Mas Cristo não veio para alimentar a matéria, veio para liberar nosso acesso ao Reino Celestial. Ora, Jesus estava entre amigos e familiares, numa festa de casamento, instituição criada e abençoada por Deus no Jardim do Eden. O vinho era essencial para a festividade, sua ausência traria vergonha e desonra para os anfitriões. Atendendo ao pedido de sua mãe, exemplo de amor filial que era, compadeceu-se Jesus de seus amigos e os acudiu em momento de aflição extrema. Salvou a honra e a boa reputação de dos donos da casa e evidenciou a importância do casamento e da família que ali se iniciava, mas sobretudo demonstrou, de forma fenomenal, a futura revolução que faria na vida dos que o aceitassem como Salvador.
Ao transformar água em vinho, alterando a composição química da primeira, Jesus Cristo estava deixando claro que nossa própria substância, material e espiritual, jamais seriam as mesmas quando tocadas por seus ensinamentos. Que seria impossível não ser transformado, convertido em substância mais rara e cara quando nossas vidas fossem colocadas em suas mãos. Que entraríamos nas talhas como água, mas sairíamos como vinho, alterados por seu sangue derramado na cruz. Que ao toque do Evangelho nossas histórias seriam convertidas em outro tipo de vida. Que se antes deste encontro nossa natureza era uma, ao contato com o Messias seríamos transformados em essência e composição espiritual .
Tolo o homem que não percebe a verdadeira lição que nos é ensinada!
As Bodas de Caná simbolizam o casamento da Igreja com o Cordeiro. A transformação da Noiva mediante a ação de seu Esposo. A Santidade e Perfeição da União de Cristo com sua Amada Igreja.
Vidas que deixam de ser água para ser o mais precioso e o melhor dos vinhos nas mãos do Mestre .
Transforma-nos Jesus ! Amém !
Ilka Esdra Silva Araújo
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