Texto do Bispo Mario Porto , publicado na PG do dia 03/10/21
O AMOR DEUS
Alguma vez você foi tentado a pensar que Deus não o ama ?
Em 1 João 4.8 temos essa afirmativa: “Deus é Amor”. Não diz ali que Deus simplesmente sente ou tem amor. O amor é a essência e o caráter de Deus.
Veja o que escreveu o profeta Jeremias: “Com amor eterno eu te amei, com benignidade eu te atrai. (Jeremias 31.3).
Amor eterno é o amor imutável, que dura para sempre, portanto Deus jamais deixará de amar seus filhos, independente de qualquer circunstância.
“Mas, quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. (Tito 3. 4-7).
O amor de Deus é impossível de ser compreendido em toda sua plenitude.
Para se referir sobre o amor de Deus, o escritores do Novo Testamento geralmente utilizam o termo grego Ágape. Esse termo nos revela um tipo de amor que cuida, zela e corrige, e não se baseia em pré-condições.
Mesmo Pedro ter negado a Jesus por 3 vezes, o Senhor o perdoou, porque ele se arrependeu profundamente, o Senhor o restaurou, concedeu-lhe a oportunidade de apascentar suas ovelhas.
Para cada negativa de Pedro, houve uma afirmativa sobre o quanto ele amava a Jesus.
Toda a doação, vista até aquele momento, se explicava por este amor sem limites. Toda a doação, a ser vista nos dias próximos, deixaria ainda mais eloquente a perfeição deste amor absoluto porque sem reservas.
Só podemos imaginar, sem esgotar, o que é amar até o fim.
Vivemos nesses tempos da pós-modernidade, a fragilidade e efemeridade das relações.
“Modernidade líquida” é um termo descrito pelo filósofo Zygmunt Bauman (1925-2017) para definir o mundo globalizado.
A liquidez e sua volatilidade seriam características que vieram desorganizar todas as esferas da vida social como o amor, a cultura, o trabalho, tal qual a conhecíamos até o momento.
Baumam argumenta que os indivíduos, na sociedade líquida, tendem a considerar que a atitude mais racional é a de não se comprometer com o que seja. Assim, quando uma nova oportunidade ou ideia aparecem, este indivíduo se engaja sem maiores dramas.
Como esta volatilidade impacta em nossa vida ? A modernidade líquida nos dá uma sensação de fracasso por tanta fragmentação.
Jesus sempre será nosso paradigma de um amor atemporal, sólido, eterno.
Amar até o fim é amar das forças. Jesus, mesmo na angústia do sofrimento, olhou com ternura para os que estavam ao pé da cruz, ao ponto de se preocupar com sua mãe, que ali estava preocupada com ele: “João cuide dela para mim”.
Amar até o fim é, sendo Deus, tirar a túnica externa, enrolar-se numa toalha e lavar os pés dos discípulos, como Jesus fez, como se fosse um escravo que se vestia assim para lavar os pés dos seus senhores.
Amar até o fim é amar de um modo que as pessoas não compreendem. Jesus amou incondicionalmente.
Jesus levou seu amor até às últimas.
Amou os seus. Os seus que o amaram. Os seus que não o amaram.
Nós.
Jesus nos ama até o fim.
Todo o Evangelho é isto.
Evangelho é o firmamento celeste para a qual olhamos e está sempre ali. Nossos gestos, nossas heranças.
Evangelho é o ar que respiramos; embora invisível, circula fora e dentro de nós.
E tendo amado os seus que haviam no mundo amou-os até o fim. (Evangelho de João 13.1).
Jesus nos amará até o fim e nos convida a amar até o fim. “Amai-vos como eu vos amei”.
Amemos como Jesus.
Indesistivelmente,
Vosso conservo em Cristo,
Mário Porto,
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