Somos chamados a viver em comunhão

Mary Anne Aragão Pachêco

IEQ Península – Escritora Cristã – São Luís – MA – Instagram: @maryannearagao

Muitas vozes têm atraído a nossa atenção para ideias contrárias à proposta de Cristo para a nossa vida. Hoje corre-se atrás de pessoas ou pregadores que estejam dispostos a massagear o nosso ego, e com isso há o risco de olhar somente para si mesmo e para o que deseja-se ver e ouvir. O mundo vai ditando novas formas de como se comportar e ser aceito no meio em que se vive, e assim vai formando pessoas extremamente individualistas e que vivem sempre em busca da aprovação dos outros, e nessa busca por aprovação há o hábito de olhar mais para o “seu próprio umbigo” e, se em algum momento a atenção é dirigida aos outros, é somente com o intuito de comparar-se e competir. Não estou dizendo que é errado querer se sentir bem, o problema é que na busca desenfreada por aprovação perde-se a capacidade de doar-se aos outros e de perceber as necessidades de quem está ao nosso redor.

Em Jesus, vemos que o projeto de vida que Deus determinou para nós vai além de qualquer projeto que priorize a individualidade, e quando buscamos entender anossa existência à luz do que a Palavra de Deus nos revela, passamos a perceber a importância da coletividade, já que o nosso Criador é um Deus Trino, ou seja, em sua natureza Ele é único mas, ao se relacionar com o homem, apresenta-se em três aspectos: Pai, Filho e Espírito. Jesus, em João 17:5, menciona que esteve com o Pai antes que houvesse o mundo. Pai e o Filho estavam juntos e mantinham a comunhão desde o princípio da criação.

Jesus sempre foi a favor de que houvesse união entre os irmãos e, durante o tempo em que durou o seu ministérioaqui na Terra, Ele pregou aos seus discípulos a importância de estarem unidos. Portanto, viver isolado, buscando seus próprios interesses não deve ser uma opção viável para o cristão. Viver em comunidade, mesmo que isso acarrete desafios e problemas, é buscar viver conforme a vontade do Pai como nos mostra Efésios 2:14:“Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um. E, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade”.

Pessoas que seguem os ensinamentos de Jesus precisam dar mais ouvido ao que Ele diz, já que a proposta dos Evangelhos não é sobre mim, mas sobre nós e que a Boa Nova e a salvação é para todos. Assim, não deixemos que o nosso “eu” fale mais alto pois isso só aumenta a desigualdade social e o afastamento entre os cristãos. Deus nos fez para vivermos em comunidade, amando uns aos outros apesar das nossas dificuldades e diferenças, em Cristo não importa a sua etnia, o rito religioso, a classe social, Ele nos fala que “Quem vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37).

O seguimento fiel de Jesus exige que, mais do que estar próximos ou simplesmente unidos, faz-se necessário estar e viver em comunhão.

Mary Anne