Mulher vence Covid após ter 100% do pulmão comprometido: “Para Deus nada é impossível”
Lenilcia Pascoal, de 41 anos, passou quase dois meses inconsciente, em estado grave.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO G1
Lenilcia Pascoal pensou que tinha acordado um dia após ser intubada, quando na verdade havia passado quase dois meses internada entre leitos clínicos e de UTI.
“Quando acordei, pensei que eu tinha acordado no outro dia de manhã. Não lembro de nada, não senti nada, não vi nada”. Essa foi a sensação que Lenilcia Pascoal teve quando acordou após 52 dias intubada entre leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com Covid-19.
A dona de casa, de 41 anos, passou quase dois meses inconsciente, em estado grave, e por isso não se lembra do tempo que passou no hospital.
Lenilcia e o marido Ernildo, de 60 anos, foram internados com Covid duas vezes. A primeira internação durou cinco dias em leitos clínicos. Porém o casal voltou a se sentir mal e retornou ao hospital. Nessa segunda vez, Ernildo, apesar de ser do grupo considerado de risco, teve alta após 13 dias. Já Lenilcia teve o quadro agravado e precisou ser transferida para UTI.
No dia seguinte da transferência da esposa para a unidade intensiva, Ernildo conta que voltou para visitá-la e ela já estava intubada. Com o passar dos dias a situação só se agravou. Lenilcia teve 100% do pulmão comprometido e por isso os médicos não davam mais esperança à família.
“Ele [médico] falou que infelizmente ela não respondia aos tratamentos e a medicação que estava sendo colocado pra ela, que ‘infelizmente não podia fazer nada’. Isso foi horrível pra mim”, contou o marido.
“Não foi fácil o que eu passei, mas para Deus nada é impossível. Eu creio muito que eu sou um milagre. O médico chegou e falou no meu ouvido: ‘nunca esqueça de agradecer a Deus, porque você é um milagre'”, lembrou Lenilcia.
Luta pela vida
Para os profissionais de saúde que acompanharam a luta dela pela vida, foi um longo período de tratamento com várias intervenções medicamentosas e de ventilação mecânica.
“Uma paciente que ao longo desses 50 dias em estado gravíssimo, além de uma ventilação mecânica com parâmetros elevadíssimos pra gente manter os níveis basais, a oxigenação mínima, também é uma paciente que precisou usar medicações para controlar a pressão arterial, batimento cardíaco por um tempo prolongado. Além da complicação de outros órgãos e sistemas, como uma insuficiência renal, que teve que realizar hemodiálise. Então foi um período longo de tratamento”, explicou o coordenador de fisioterapia, Eduardo Dibi.
Trabalho que Lenilcia reconhece e agradece, desde os médicos, até os funcionários da limpeza. “Eu quero agradecer a equipe médica, os técnicos de enfermagem, os enfermeiros, as moças da copa, da limpeza. Eu sou grata por todos. Uma coisa que eu vou levar pro resto da vida: ser grata”, falou Lenilcia.
A dona de casa teve alta médica no dia 5 de maio, quase dois meses após a internação, mas ainda vai precisar de muita paciência e espera para se recuperar das sequelas deixadas pela doença. Ela precisa da ajuda da família para fazer tarefas simples. Por causa da Covid, Lenilcia agora necessita do uso de fraldas e de cadeira de rodas.
Para recuperar a autonomia, ela é acompanhada diariamente por uma equipe de fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional.
“Eu choro de felicidade quando faço um movimento que eu não estava fazendo. Para mim é uma emoção. Eu consigo virar na cama devagar. Eu consigo mexer minhas pernas. Então eu peço para as pessoas: por favor, se cuidem, essa doença acaba com o ser humano. Mas eu estou aqui para contar a minha história de superação”, pediu.
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