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Norbert Lieth – POR QUE FALAM TANTO EM ISRAEL?

POR QUE FALAM TANTO EM ISRAEL?

Você já se perguntou por que, entre todas as coisas, o pequeno Israel está ocupando tanto espaço na mídia? Um olhar bíblico nos bastidores.

O fenômeno do povo judeu é muito difícil de explicar, pois ocupa um lugar único nos planos e propósitos de Deus. Seu destino milenar está predito na Bíblia com precisão divina; sua história e sua existência confirmam a fidelidade da profecia bíblica.

Tudo começou com o pecado

A Bíblia nos relata em Gênesis 3 a queda do homem em pecado. Deus havia criado o homem à sua imagem e lhe concedido uma vontade livre, pois desejava ter alguém com quem se relacionar. Adão e Eva podiam decidir por si mesmos fazer ou não a vontade de seu Criador. O Diabo conseguiu minar as declarações divinas e Eva começou a duvidar do que Deus havia dito. Como consequência, ela desprezou a vontade de Deus e decidiu desobedecer ao seu Criador. Com isso cumpriu-se a primeira profecia da Bíblia: a morte de fato entrou no mundo. A morte chegou, tanto física quanto espiritual. (Esta última significa que o homem estará para sempre separado de Deus por causa de seu pecado.)

Em seu amor, Deus procurou por uma saída. Isso exigia uma solução que, por um lado, satisfizesse sua santa justiça e, por outro lado, fosse adequada ao seu amor. Deus decidiu tomar a culpa sobre si para poder nos conceder o perdão. Como o eterno Deus não pode morrer, tornou-se homem na pessoa de Jesus Cristo. E, em Cristo Jesus, Deus consumou a obra da salvação.

A primeira promessa profética a respeito de um Salvador foi feita pelo Todo-Poderoso logo depois que Adão e Eva caíram em pecado, quando anunciou o início da luta contra Satanás: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este ferirá a sua cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar” (Gn 3.15). Essa declaração diz que:

  1. A humanidade se dividiria. A partir daquele momento uma linhagem aceitaria a influência de Satanás e não creria em Deus. Haveria outra linhagem que obedeceria ao chamado de Deus.
  2. Essas duas linhagens seriam antagônicas, porque um grupo aceitaria a direção do Diabo e o outro permitiria ser dirigido por Deus.
  3. Um dia viria alguém da descendência da mulher que derrotaria Satanás, o pecado e a morte. Esse descendente feriria a cabeça de Satanás, e Satanás lhe feriria o calcanhar.

Logo depois da queda em pecado, a linhagem humana que se distanciou de Deus e seguiu seus próprios caminhos foi se delineando de forma evidente. Ela começou com Caim, que assassinou seu irmão Abel e tornou-se o primeiro homicida.

Deus escolhe Abraão

A linhagem humana que buscou a Deus e desejava permanecer fiel começou com Sete, o filho de Adão e Eva que nasceu para substituir Abel. Nós encontramos essa linhagem na genealogia terrena de Jesus.

 Por querer vir do céu à terra e entrar na história humana, o eterno Filho de Deus, Jesus Cristo, precisava de um povo, de uma terra e de um lugar concreto para nascer.

Por querer vir do céu à terra e entrar na história humana, o eterno Filho de Deus, Jesus Cristo, precisava de um povo, de uma terra e de um lugar concreto para nascer. Cada pessoa faz parte de algum povo, tem uma identidade nacional e um lugar de nascimento para provar quem é. Deus também queria esses receptáculos humanos para seu Filho, que, com isso, tornaram-se fontes de bênçãos. Voltado para esse alvo de mandar o Salvador a esta terra, Deus elegeu a Abraão, originário de Ur dos Caldeus (Babilônia). O Todo-Poderoso poderia ter escolhido alguma outra pessoa, mas sua escolha soberana recaiu sobre Abraão. A Bíblia declara a respeito desse chamado especial: “Então o Senhor disse a Abrão: ‘Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados’” (Gn 12.1-3).

Esse chamado divino abrange três informações elementares: (1) Abraão receberia uma terra; (2) Abraão se tornaria uma nação; e (3) todos os povos da terra seriam abençoados através da descendência de Abraão.

Essa bênção refere-se ao Redentor do mundo: Jesus Cristo. Ele seria da descendência de Abraão e nasceria em Israel. Abraão foi o primeiro a ser chamado de “hebreu” (Gn 14.13). Com o chamado de Abraão e a promessa de lhe dar uma terra, e mais tarde com Jerusalém e a nação judaica, Deus tinha um único alvo: enviar Jesus a este mundo.

Na sequência, Deus deu a seu amigo – como ele chamava a Abraão (Tg 2.23) – a Terra Prometida para onde o havia conduzido. Abraão, que durante décadas não teve filhos com sua esposa Sara, quando já era idoso tornou-se pai de um menino, a quem por ordem divina ele deu o nome de Isaque. Mas certo dia a fé de Abraão foi posta duramente à prova. Deus, que havia lhe dado esse filho, exigiu o impossível: Abraão deveria sacrificar seu único filho, que ele havia gerado com Sara e que amava imensamente. Só podemos entender isso a partir do Novo Testamento. (Posteriormente, Jesus morreu por nós na mesma região que Abraão deveria sacrificar seu filho Isaque.) No final, Abraão não precisou sacrificar seu filho. Exatamente quando estava para fazê-lo, o Senhor interveio e o impediu. Assim, Abraão recebeu seu filho vivo de volta. Jesus teve de morrer, mas não permaneceu na morte. Ele ressuscitou dos mortos e vive de eternidade a eternidade!

De Jacó vem Israel

Quando Isaque, o filho de Abraão, havia se tornado homem, casou e teve gêmeos com sua esposa Rebeca. Um se chamava Esaú, o outro Jacó. Jacó revelou-se um grande trapaceiro. Tinha facilidade em enganar os outros, inclusive seu próprio pai. Isso obrigou-o a fugir e a abandonar sua pátria. Mesmo assim, apesar das suas fraquezas de caráter, ele buscava a Deus. Problemas e crises o levaram a clamar insistentemente pelo Senhor. E Deus deixou-se achar. Está escrito que Jacó lutou com Deus, e depois disso Deus deu-lhe um novo nome. Mas, antes, o Senhor perguntou: “‘Qual é o seu nome?’ ‘Jacó’, respondeu ele. Então disse o homem: ‘Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e com homens e venceu’” (Gn 32.27b-28). Jacó, cujo nome segundo outra raiz hebraica significa “enganador”, agora passaria a se chamar “Israel”, que significa “o Senhor lutará”, ou “lutador de Deus”. Abraão tornara-se o primeiro hebreu e agora Jacó tornava-se o primeiro israelita. Por que Deus escolheu justamente a Jacó, ou seja, a Israel, um antigo enganador? Só existe uma resposta, na qual Deus começa declarando: “Eu sou o Senhor, o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaque. Darei a você e a seus descendentes a terra na qual você está deitado. Seus descendentes serão como o pó da terra, e se espalharão para o Oeste e para o Leste, para o Norte e para o Sul. Todos os povos da terra serão abençoados por meio de você e da sua descendência. Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi” (Gn 28.13b-15).

A promessa de Deus a Jacó é, por assim dizer, uma repetição da promessa que Deus fizera a Abraão: todos os povos da terra seriam abençoados através da descendência dele. Aproximadamente dois mil anos depois dessa afirmação divina, o israelita Jesus de Nazaré pronunciou na cruz do Calvário as famosas palavras: “Está consumado!” (Jo 19.30). A salvação de todas as gerações da terra tornara-se realidade.

As doze tribos de Israel

Jacó tornou-se pai de doze filhos, os futuros patriarcas das doze tribos de Israel. Uma delas se destaca das demais: a tribo de Judá. Dela viria, em tempos futuros, o Messias de Israel, que se chama Jesus Cristo. Deus o anunciou 19 séculos antes da vinda de Jesus: “O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão sairá de entre os seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (Gn 49.10, NAA). A palavra hebraica “Siló” significa “a quem pertence” e é considerada um título messiânico.[1]

De fato, a tribo de Judá sempre foi líder:

Judá ia na frente durante a peregrinação pelo deserto (Nm 10.14). No censo realizado por Moisés, Judá era a tribo mais numerosa (Nm 26.22). De Judá vieram os mais expoentes reis de Israel – Davi e Salomão. Em Judá localizava-se o templo judaico. E a dinastia real de Judá se estendeu até o rei supremo, o Messias de Israel e o Cristo do mundo, “pois é bem conhecido que o nosso Senhor descende de Judá” (Hb 7.14). Através de José, o penúltimo dos filhos de Jacó, as doze tribos chegaram ao Egito. Viveram lá por alguns séculos como estrangeiros, e das 70 pessoas iniciais chegaram a formar um povo enorme (veja Dt 10.22). Mas, como escravos, eles eram duramente oprimidos pelos egípcios. Por isso clamaram a Deus, que escolheu Moisés e seu irmão Arão para liderá-los; os dois iriam conduzir os israelitas do Egito à Terra Prometida, a mesma terra que ele prometera a Abraão, Isaque e Jacó. Mais tarde, Jesus viria à luz nessa Terra Prometida. Moisés declarou profeticamente: “O Senhor, o seu Deus, levantará do meio de seus próprios irmãos um profeta como eu; ouçam-no” (Dt 18.15).

Muitos séculos depois, Jesus e seus discípulos se reportaram a passagens do Antigo Testamento como a que acabamos de citar (cf. Jo 1.45). Logo após sua crucificação e ressurreição dos mortos, Jesus falou aos discípulos: “‘Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?’ E, começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras” (Lc 24.26-27).

Quem é a “estrela de Jacó”?

Durante a longa peregrinação pelo deserto, repetidamente houve confrontos entre os israelitas e seus inimigos, que tentavam aniquilá-los. Mas a cada novo confronto Deus colocava sua mão protetora sobre o povo de Israel. A razão de ele ter feito isso transparece nitidamente em uma situação relatada em Números 22–24: o rei moabita Balaque desejava amaldiçoar Israel. Para essa finalidade, engajou um adivinho chamado Balaão. Mas Deus moveu o coração de Balaão de tal forma que este não conseguiu proferir maldição, mas foi forçado a expressar uma profecia divina: “Eu o vejo, mas não agora; eu o avisto, mas não de perto. Uma estrela surgirá de Jacó; um cetro se levantará de Israel…” (Nm 24.17).

Quem seria essa estrela, quem seria o cetro? Aproximadamente 1 400 anos mais tarde Jesus nasceu em Belém, e por isso brilhou nos céus de Israel a hoje mundialmente famosa “estrela de Belém”. A profecia de Balaão fala da “brilhante estrela da manhã”, que é Jesus. O cetro fala do futuro reinado de Jesus Cristo. Ele irá voltar e reinar sobre o mundo inteiro. “Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16). O próprio Jesus Cristo declara nas últimas páginas da Bíblia: “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para dar a vocês este testemunho concernente às igrejas. Eu sou a Raiz e o Descendente de Davi, e a resplandecente Estrela da Manhã. Aquele que dá testemunho destas coisas diz: ‘Sim, venho em breve!’ Amém. Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.16,20).

Israel não pôde ser destruído no passado porque o Messias Jesus Cristo viria ao mundo através desse povo. Igualmente, nem hoje nem no futuro Israel será aniquilado porque o Senhor quer e vai voltar a seu povo e à sua terra de Israel. O profeta Isaías, que exercia seu ministério principalmente em Jerusalém e seus arredores, viveu no século 7 a.C. Ele recebeu de Deus a tarefa de fazer muitas declarações concernentes ao futuro. Uma das mais marcantes é encontrada em Isaías 53. Uma profecia desse tipo, cujo cumprimento foi registrado na história mundial, é incomparável.

Mais ou menos na mesma época em que Isaías viveu e exerceu seu ministério, outro profeta começou sua obra na região da Judeia – Miqueias. Através desse profeta Deus anunciou o lugar do nascimento de Jesus (Mq 5.2). Além dessa, existem no Antigo Testamento aproximadamente 300 profecias que dizem respeito à primeira vinda de Jesus, e todas elas se cumpriram literalmente em Cristo.

A profecia se cumpre

Quando Jesus veio, a liderança de Israel o rejeitou, fazendo com que ele fosse crucificado. Pouco antes de sua morte, o Senhor profetizou sobre Jerusalém: “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que são enviados a vocês! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram. Eis que a casa de vocês ficará deserta. Pois eu digo que vocês não me verão mais, até que digam: ‘Bendito é o que vem em nome do Senhor’” (Mt 23.37-39).

Jesus também anunciou em outras ocasiões que Jerusalém seria novamente tomada por força estrangeira, que o templo seria destruído e que o povo seria disperso, mas dessa vez pelo mundo todo (Lc 21.5-7,20-24). Essas palavras se cumpriram em 70 d.C. Os romanos destruíram Jerusalém, queimaram o templo e conduziram inúmeros judeus ao cativeiro entre os povos gentios.

O apóstolo Paulo escreve aos romanos que a história e a existência de Israel não são apenas sobre o próprio Israel, mas sobre o chamado de Deus para a salvação dos povos por meio de Jesus Cristo: “Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém” (Rm 11.36). “Todos os profetas dão testemunho dele, de que todo o que nele crê recebe o perdão dos pecados mediante o seu nome” (At 10.43).

Israel novamente no plano

A pequena palavra “até” em Mateus 23.39 tem um grande significado. É como se ela fizesse uma ponte, explicitando que também dessa vez o povo não ficaria disperso para sempre, mas que em tempos futuros haveria um novo retorno dos judeus de todo o mundo para sua pátria. E realmente, desde 1948, depois de 1 900 anos de diáspora, existe novamente um Estado judeu, e desde 1967 Jerusalém pertence outra vez aos israelitas!

A Declaração de Independência de Israel, de 14 de maio de 1948, diz:

No ano de 1897, nas conferências do pai espiritual do Estado judeu, Theodor Herzl, o Primeiro Congresso Sionista delineou e proclamou o direito de o povo judeu fazer renascer o seu próprio país. Esse direito foi reconhecido na Declaração Balfour de 2 de novembro de 1917 e reafirmado no Mandato da Liga das Nações que, em particular, deu sanção internacional para a conexão histórica entre o povo judeu e Eretz-Israel e o direito de o povo judeu reconstruir o seu Lar Nacional…

Com o fato de os judeus hoje estarem em casa outra vez e possuírem um Estado próprio, Deus estabeleceu um sinal. Nós, que temos outra cidadania, devemos levar isso em conta, pois Isaías 11.12 diz: “Levantará um estandarte para as nações, ajuntará os desterrados de Israel e recolherá os dispersos de Judá desde os quatro cantos da terra” (NAA, ênfase acrescentada).

Um estandarte é uma bandeira com um brasão de algum território ou país. O ajuntamento de Israel em sua pátria, portanto, nos foi dado como um sinal desse tipo; um estandarte lembrando às nações que Deus sempre cumpre o que promete. Isso é o que diz o profeta Jeremias, falando explicitamente aos povos gentios: “Ouçam a palavra do Senhor, ó nações, e proclamem nas ilhas distantes: ‘Aquele que dispersou Israel o reunirá e, como pastor, vigiará o seu rebanho’” (Jr 31.10).

O ajuntamento de Israel em sua própria terra, com judeus chegando do mundo todo, é sem dúvida o preparativo concreto para a volta de Jesus, pois Deus diz: “Eu mesmo reunirei os remanescentes do meu rebanho de todas as terras para onde os expulsei e os trarei de volta à sua pastagem, a fim de que cresçam e se multipliquem” (Jr 23.3).

Na sequência, Deus explica exatamente como ele fará isso, ou seja, que esse livramento será incomparavelmente maior que a libertação do cativeiro egípcio. “‘Portanto, vêm dias’, diz o Senhor, ‘em que não mais se dirá: “Juro pelo nome do Senhor, que trouxe os israelitas do Egito”, mas se dirá: “Juro pelo nome do Senhor, que trouxe os descendentes de Israel da terra do norte e de todas as nações para onde os expulsou”. E eles viverão na sua própria terra’” (v. 7-8).

E o que aconteceu após a 2ª Guerra Mundial? Milhares de judeus retornaram à sua terra natal e, em 14 de maio de 1948, o Estado de Israel foi fundado! O Deus vivo havia inspirado seu servo Isaías, 2 650 anos antes, a escrever: “Quem já ouviu uma coisa dessas? Quem já viu tais coisas? Pode uma nação nascer num só dia, ou, pode-se dar à luz um povo num instante? Pois Sião ainda estava em trabalho de parto, e deu à luz seus filhos” (Is 66.8).

O sinal inconfundível do retorno de Israel à sua própria terra, que Deus nos deu, indica que estamos vivendo nos tempos finais. Quando falamos sobre “tempos finais”, não estamos nos referindo ao fim do mundo, mas ao tempo iminentemente anterior à volta de Cristo. Os sinais dos tempos finais serão: “Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. Tudo isso será o início das dores (Mt 24.6-8). “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar. Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão abalados” (Lc 21.25-26).

Como os políticos e as organizações ambientalistas estão empenhados em adquirir algum controle sobre as crescentes ameaças ambientais e sobre o aquecimento global! Mas, em todos os relatos que lemos sobre o assunto, somente uma realidade salta aos olhos: perplexidade e medo do que está por vir.

Jesus, o salvador do mundo

Jesus, que é o centro e o alvo da história da redenção, morreu na cruz e também ressuscitou dos mortos para, desde agora, dar a vida àqueles que se decidem por ele e creem nele. Quem vive sem Jesus não tem esperança, e quem morre sem Jesus fica sem esperança por toda a eternidade. O Diabo, também chamado de “deus desta era”, que opera nos “filhos da desobediência”, influencia a política mundial. Em seu ódio cego ele quer lançar o mundo todo na perdição. Mas no final, como já aconteceu em todas as épocas, a política profana dos povos e os conflitos no Oriente Médio contribuirão para que o plano de Deus se cumpra.

 No final a política profana dos povos e os conflitos no Oriente Médio contribuirão para que o plano de Deus se cumpra.

Você também está com medo, preso a inquietações e inseguranças? Você tem medo do futuro, medo por sua família? A Bíblia diz: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus” (Jo 3.16-18).

Um Deus justo precisa julgar este mundo. Ele não pode deixar o pecado passar em branco, senão ele seria injusto. Deus oferece perdão e proteção do juízo. Cada um que se volta a Jesus pela fé não será destruído e não estará debaixo da ira de Deus. Assim diz a Sagrada Escritura: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.9). E: “Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda, por meio dele, seremos salvos da ira de Deus!” (Rm 5.9).

Israel, maçã dos olhos de Deus

Deus já havia anunciado a luta por Jerusalém e contra o Estado de Israel, assim como vivenciamos nos dias de hoje, 520 anos antes de Cristo: “Farei de Jerusalém uma taça que embriague todos os povos ao seu redor, todos os que estarão no cerco contra Judá e Jerusalém. Naquele dia, quando todas as nações da terra estiverem reunidas para atacá-la, farei de Jerusalém uma pedra pesada para todas as nações. Todos os que tentarem levantá-la se machucarão muito” (Zc 12.2-3).

Por que tudo isso? Porque Satanás busca destruir o plano de Deus para Israel e, assim, impedir o retorno de Jesus Cristo.

Deus diz: “… todo o que tocar em vocês, toca na menina dos olhos dele” (Zc 2.8). A expressão no original é “maçã dos olhos”, provavelmente querendo indicar a pupila, uma parte muito sensível do olho.[2] Qualquer coisinha já pode irritá-la extremamente e provocar uma reação. Tocar nos judeus é tocar em Deus. Lembremos o que Deus disse a Abraão: “Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados” (Gn 12.3).

Isso provou ser a mais pura verdade em relação a Israel no decorrer da história. O faraó do Egito foi obrigado a reconhecer essa realidade, bem como os amalequitas quando guerreavam contra Israel. Essa foi a experiência de Balaão, que deveria amaldiçoar a Israel mas – por ordenança do Deus vivo – o abençoou. Mesmo assim, mais tarde, usando os midianitas, ele tentou levar os israelitas à apostasia. A Babilônia também experimentou a verdade dessa promessa de Deus a Abraão, assim como o persa Hamã, que foi pendurado na forca que ele mesmo havia mandado levantar para matar o judeu Mordecai (Et 7.9-10). Não por último, essa também foi a triste experiência da Alemanha nazista quando levantou sua mão contra os judeus. E no fim dos dias, logo antes da volta de Jesus, o mundo todo experimentará a veracidade do que Deus profetizou.

Jesus, o juiz do mundo

Essa mesma linha continua no Novo Testamento. Quando Jesus voltar, ele julgará os povos, e um dos critérios nesse julgamento será a maneira como as nações se portaram para com Israel: “O Rei responderá: ‘Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’” (Mt 25.40). E na carta de Judas está escrito: “Enoque, o sétimo a partir de Adão, profetizou acerca deles: ‘Vejam, o Senhor vem com milhares de milhares de seus santos, para julgar a todos e convencer todos os ímpios a respeito de todos os atos de impiedade que eles cometeram impiamente e acerca de todas as palavras insolentes que os pecadores ímpios falaram contra ele’” (v. 14-15).

Inversamente, todas as pessoas e nações que abençoaram Israel experimentaram e continuam experimentando as bênçãos de Deus. Um exemplo são as parteiras que desobedeceram à ordem do faraó, negando-se a matar os meninos judeus: “Deus foi bondoso com as parteiras; e o povo ia se tornando ainda mais numeroso, cada vez mais forte. Visto que as parteiras temeram a Deus, ele concedeu-lhes que tivessem suas próprias famílias” (Êx 1.20-21).

Quem ama a Jesus também amará o seu povo terreno. Pois o Espírito Santo, que habita naqueles que creem em Jesus, é o mesmo que em nossos dias restaura fisicamente Israel e que no futuro também o restaurará espiritualmente (Ez 37.9-10,14). Portanto, em relação a Israel, confessemos juntamente com Davi: “Em favor da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o seu bem” (Sl 122.9).

Israel não consegue perecer

O povo de Israel não perecerá: “Assim diz o Senhor: ‘Se os céus em cima puderem ser medidos, e os alicerces da terra embaixo puderem ser sondados, então eu rejeitarei os descendentes de Israel, por tudo o que eles têm feito’, diz o Senhor” (Jr 31.37).

É tão impossível que Israel pereça quanto medir o céu e os fundamentos da terra. O apóstolo Paulo escreve, inspirado pelo Espírito Santo: “Acaso Deus rejeitou o seu povo? De maneira nenhuma! Eu mesmo sou israelita, descendente de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, o qual de antemão conheceu” (Rm 11.1-2a). Não há forma mais clara e explícita para expressar que Israel tem um futuro eterno!

 Os judeus, como todas as pessoas, não são capazes de cumprir a Lei de Moisés. Mas o Senhor tinha uma solução preparada.

Os judeus, como todas as pessoas, não são capazes de cumprir a Lei de Moisés. Se Deus tivesse exigido isso, o povo judeu não teria chance alguma. Mas, graças a Deus, o Senhor tinha uma solução preparada. Ele, em sua infinita fidelidade, se atém àquilo que prometeu a Abraão: “Quero dizer isto: A Lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não anula a aliança previamente estabelecida por Deus, de modo que venha a invalidar a promessa. Pois, se a herança depende da Lei, já não depende de promessa. Deus, porém, concedeu-a gratuitamente a Abraão mediante promessa” (Gl 3.17-18).

Se Deus não rejeitou o seu povo (mesmo tendo razões mais do que suficientes para fazê-lo), como o homem se acha no direito de julgar Israel? Deus ama muito o seu povo! “Você, porém, ó Israel, meu servo, Jacó, a quem escolhi, vocês, descendentes de Abraão, meu amigo, eu os tirei dos confins da terra, de seus recantos mais distantes eu os chamei. Eu disse: Você é meu servo; eu o escolhi e não o rejeitei. Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa” (Is 41.8-10).

Jesus Cristo virá em poder e glória depois de um período de juízo, que é descrito em Apocalipse. Então seu povo o reconhecerá, se arrependerá e o aceitará pela fé (cf. Zc 12–14).

A chance da sua vida

Fizemos uma pequena viagem pelas profecias, passando pela Bíblia inteira. Elas se cumpriram no passado, estão se cumprindo no presente e se cumprirão no futuro. A Bíblia nunca se contradiz. Como Palavra de Deus, ela é a verdade absoluta. Em tudo Deus tem um único alvo: salvar as pessoas, perdoar seus pecados e atraí-las outra vez para a comunhão com seu Criador. Desde a morte, ressurreição e ascensão de Jesus, o céu está aberto para qualquer um. O próprio Deus abriu a porta e diz “sim” a todo aquele que diz “sim” a Jesus. Deus aceita qualquer um que, pela fé, clamar pelo nome de Jesus, não importando a profundidade a que tenha caído.

 Quem deposita toda a sua confi ança em Jesus não é apenas liberto de toda a culpa, mas também livrado de sua consciência pesada e do medo.

Quem deposita toda a sua confiança em Jesus não é apenas liberto de toda a culpa, mas também livrado de sua consciência pesada e do medo entranhado em seu ser, pois recebe paz com Deus: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). Quem tem paz com Deus sabe que está abrigado no Senhor em meio às tormentas da vida.

Notas

  1. Allen P. Ross, “1. Mose”, in: Das Alte Testament erklärt und ausgelegt: Band 1 (1. Mose – 2. Samuel), ed. John F. Walvoord e Roy B. Zuck (Neuhausen-Stuttgart: Hänssler, 1990), p. 111.
  2. F. Duane Lindsey, “Sacharja”, in: Das Alte Testament erklärt und ausgelegt: Band 3 (Jesaja – Maleachi), ed. John F. Walvoord e Roy B. Zuck (Neuhausen-Stuttgart: Hänssler: 1991), p. 677.

Norbert Lieth é autor e conferencista internacional. Faz parte da liderança da Chamada na Suíça.

FONTE/ chamada.com

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