COSMOVISÃO CRISTÃ
No gênesis da nossa história a humanidade vivia uma única realidade e uma única estrutura de linguagem, tendo Deus como o referencial de certo e errado, falávamos uma só língua, numa comunhão que nos fazia um só homem coletivo. Mas, em um determinado momento da história, fomos convencidos a tirar Deus da nossa agenda, tornamo-nos o nosso próprio referencial de certo e errado. Ao aceitarmos esta proposta, fomos invadidos por uma nova estrutura de linguagem, assim Deus deixou de ser nosso referencial, passamos a ser os protagonistas da nossa história.
A partir desta realidade, sem levar Deus em consideração, aconteceu o rompimento com Ele, conosco, com o próximo e consequentemente com a natureza. Ao interpretar a vida a partir nós, de uma maneira muito reducionista, nossa existência foi toda desestruturada. Com isso, criamos segmentos, ideologias, religiões e ciências sociais para dar resposta a complexidade humana. Desde o dia em que decidimos construir a história a partir de nós só colhemos guerras, sofrimentos, injustiças e utopias que a cada dia mais tem nos levado para desesperança.
No entanto, a Graça de Deus, de uma maneira extraordinária movida pelo seu amor, é como diz as escrituras: “Na plenitude dos tempos, ou seja, no tempo determinado, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher e sob a lei. (Hb. 2:14)”.
Para nos trazer de volta a estrutura de linguagem que um dia perdemos, Deus enviou Jesus, pois só Ele é capaz de inseri-la em nós, porque Ele não foi atingido por nenhuma linguagem. Ele é a própria linguagem na sua essência, verdade sem ruído. De maneira extraordinária nos fez o convite: Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mateus. 11: 28-30).
Jesus Cristo é a base da cosmovisão cristã, é a partir do seu sacrifício que o universo é sustentado, assim como diz Pedro: Antes que Deus dissesse haja luz, Ele disse, haja Cruz.
O seu sacrifício foi conhecido antes da fundação do mundo, mas se manifestou na história por amor a nós, significa que antes de criar Ele se responsabilizou pela sua criação, conforme nos diz o evangelho de João: ‘’No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”. ( João: 1- 5).
E o verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade, por ele não ser invadido pela estrutura de linguagem caída é que Ele se autentica dizendo, Eu sou o caminho a verdade e a vida ninguém vem ao Pai a não ser por mim. A partir da base que é Cristo podemos organizar a nossa cosmovisão a partir de três fatos, criação, queda e redenção. É a partir desta realidade de que o Cristão faz a sua leitura da realidade na qual ele está inserido e tendo Jesus como seus óculos para ver e interpretar a realidade. O Cristão que leva a sério a sua cosmovisão carrega em si a esperança de que um dia todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é senhor para glória de Deus Pai. O Cristão alicerça sua fé e a sua esperança. no Cristo que é sua base, onde ele constrói a sua existência e o seu argumento explicando assim a razão da sua fé.
A Ele toda glória.
Pr. Moreira