Texto do Pr. Mário Porto, publicado na PG do Jornal Pequeno do dia 14/03/2021
Em um mundo fragmentado e danificado por meio das consequências do pecado humano, dor e sofrimento são inevitáveis. Talvez tivéssemos nos escondido dessa realidade até que a voracidade do “coronavírus” irrompeu através do globo. Agora, não podemos ignora-lo, nem as grandes questões sobre a vida e a morte que ele incita.
C.S.Lewis escreveu: “Nós podemos ignorar até mesmo o prazer. Mas o sofrimento insiste em ser notado. Deus sussurra em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas grita em nosso sofrimento: ele é o Seu megafone para despertar um mundo surdo”.
Talvez o coronavírus pudesse funcionar como um enorme alto-falante, lembrando-nos da estatística realística final: um em cada um de nós morre.
O coronavírus é assim chamado porque ele visivelmente se assemelha a uma coroa (“corona” em latim). Uma coroa é símbolo de poder e autoridade, e este vírus ? certamente, tem um poder colossal sobre os humanos. É invisível ao olho nu, e, contudo, apenas pense no que ele forçou muitos milhões na realidade, bilhões de nós a fazer e a não fazer. Ele também forçosamente nos relembra de nossa vulnerabilidade. É fácil se esquecer de que os humanos são mortais. O coronavírus é prova de que tanto o nosso relacionamento com a criação quanto o relacionamento da criação conosco está em desordem; e que isso não se trata de um acidente.
Mas a esperança se encontra em outra coroa: a coroa de espinhos que foi forçada sobre a cabeça de JESUS no seu julgamento antes da execução.
A coroa de Jesus nos mostra simplesmente quão profunda é a ruptura entre a criatura e o Criador. A terra é a criação de Deus, não nossa. Nós não somos os seus proprietários, mas o procuramos ser. Somos tão somente inquilinos ou mordomos, e imperfeitos nisso.
Se isto nos induz a olhar para Deus que temos ignorado durante anos, mas que usou uma coroa de espinhos para trazer de volta ao relacionamento com Ele próprio e para um mundo novo e íntegro além da morte, então, o
coronavírus, ao invés dos estragos que tem causado, terá servido a um propósito de provavelmente só entenderemos na eternidade.
Portanto, um cristão não é aquela pessoa que resolveu o problema da dor, do sofrimento e do coronavírus, mas alguém que veio para amar e crer em um Deus que sentiu sofrimento na própria pele.
No entanto, isto é apenas a metade da história. Se aquele sofrimento tivesse decretado o fim de Jesus, nós nunca teríamos ouvido falar dEle. Mas aquilo não foi o fim. A mensagem que alvoroçou Jerusalém naquela primeira Páscoa da era cristã – a mensagem que atingiu em cheio o mundo de século primeiro – foi que Jesus tinha derrotado a morte: Ele ressuscitou dos mortos e seria o Juiz final da humanidade.
Sua importância jamais deve ser subestimada. Isto aborda uma dificuldade fundamental com a qual a cosmovisão ateísta não pode lidar: o problema da justiça derradeira. Como bem escrevera John Lennox: Em contrapartida, a visão bíblica é que à justiça derradeira é muito real. Deus é a autoridade que por trás da lei moral e será o seu Redentor. Haverá, consequentemente, um juízo final, quando à justiça perfeita será feita com respeito a toda injustiça que tenha sido cometida na terra, desde o seu princípio até o seu fim.
Seja qual for os fragmentos da sua alma e do seu coração, o Espírito Santo de Deus é o desfragmentador de todo o seu ser; Jesus prometeu a todos os que confiam nele uma vida plena, na sua totalidade, um vida abundante. (Evangelho de João 10.10).
Indesistivelmente em Cristo,
Seu conservo,
Mário Porto,
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