Texto do Pr. Carvalho, publicado na PG do dia 14/02/2021
- Os milagres de Jesus – As Bodas de Caná da Galileia
Milagre traduz algo extraordinário, não necessita de explicação. Jesus mostra seu poder quando opera milagres sobre a natureza, sobre as doenças e até mesmo sobre a morte. São trinta e seis milagres registrados, no entanto, o evangelista João diz que “Jesus fez ainda muitas outras coisas…” (João 21. 25). João ainda reforça o motivo pelo qual Jesus operou tantos milagres: “para que nós creiamos que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhamos a vida em seu nome (João 20. 31).
“As Bodas em Caná da Galileia (João 2. 1 – 11)
O livro começa apresentando Jesus como o Verbo antes da história que agora entra no mundo para
revelar-se como o Deus único. Agora o evangelista João apresenta o Jesus social, humano, mas sem deixar de olhar para a cruz.
Jesus foi para Caná e lá estava sua mãe. Muito provavelmente a mãe de Jesus já estava em Caná e fazia parte da organização da festa de casamento.
Talvez a presença de Jesus no casamento, além de um ser social, seja para mostrar que aprova a ordenação divina do matrimônio – os essênios (um dos grupos religiosos do tempo de Jesus, além dos fariseus e saduceus) se distanciavam do matrimônio, então Jesus se faz presente e mostra também o contraste entre sua participação na celebração jubilosa e a atitude dos essênios – achavam que eram o templo imaterial, não aceitavam presentes nem participavam de festas…
Não existe nada pior do que acabar a comida e bebida em uma festa antes dos convidados irem embora – pode-se acontecer de tudo, menos acabar a comida – acabar o vinho seria um vexame, um golpe destruidor para os noivos e organizadores da festa. Maria sabia da habilidade de Jesus e quem Ele era, sabia que conseguiria alguma providência, mas talvez ainda não tinha a clareza que Ele é o Cristo prometido. Neste contexto, podemos perceber tal mudança com a resposta de Jesus: “Mulher, que tenho eu contigo”? A palavra “mulher”, usada em nosso contexto, pode parecer, no mínimo, uma falta de consideração para com sua mãe. É a mesma palavra usada por Jesus quando já estava na cruz – João 19. 26: “… Mulher, eis aí o teu filho”. O termo no original traz muito respeito e consideração, algo expresso da seguinte forma: “Cara Mulher”. “Madame”. “Minha Senhora” – o termo não permite ser traduzido por “mãe”, pois é exatamente assim que Jesus não queria chamá-la. Talvez ela não tivera entendido ainda que o seu pedido não combinava com a vocação messiânica de Jesus.
A hora para Jesus manifestar sua glória não chegou ainda – lembremos que Jesus não transformou pedra em pães em uma das suas tentações sinóticas. A manifestação completa da Sua Glória só se daria quando Ele fosse levantado.
Muitas vezes nos falta confiar em Jesus e assim não lhes pedimos socorro, ajuda, não lhe confiamos os nossos problemas – Ele pode transformar situações vexatórias em alegria e satisfação. Vejamos a confiança de Maria em suas palavras aos serventes: “fazei tudo que Ele vos disser”.
Esses utensílios que estavam a água transformada em vinho serviam para a purificação e neste sentido, caminhando para uma interpretação espiritual, “a água que servia para uma purificação, Cristo haveria de substituir por algo melhor”. As talhas foram cheias totalmente. Aqui a tipologia indica que o tempo para a observação das tradições judaicas tinham chegado ao fim. Tudo estava sendo cumprido de forma tão completa que não tinha mais nada a acrescentar. O tempo inaugural da Nova Ordem é Jesus, o Cristo – simbolicamente, água – antiga ordem; vinho – nova ordem. Jesus completa tudo em todos!!! Agora Jesus inverte as condições. O que antes era servido era o melhor, agora o que veio depois se torna melhor ainda, superior e agradável… Jesus aqui traz uma parábola da criação nova, de uma nova vida, de uma nova realidade e todos aqueles que experimentaram desse novo vinho estão satisfeitos…
O relato deste sinal nos permiti ver a glória do Filho de Deus, mostra que Jesus veio ao mundo para cumprir e encerrar a ordem antiga, substituí-la por um novo culto, que excede o antigo em tanto quanto o vinho é melhor do que a água. Jesus manifestou a sua glória e os discípulos creram nele, portanto, é preciso crê! Crê no Filho do Deus vivo que transforma sua vida e é uma transformação completa e definitiva… Experimente essa nova realidade! Creia no Senhor Jesus! Confie!
Pr. Carvalho – SIB SACI – Teresina-
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