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Texto do Bispo Mario Porto, publicado na PG do dia 28/02/2021

  • RESILIÊNCIA E FÉ

    Quando visitei a cidade de Roma na liderança da Caravana dos Indesistiveis com Operadora Rafas Tour visitamos as “Catacumbas de Roma” são túneis subterrâneos que foram usados por séculos como cemitérios. A palavra Catacumba significa ao lado da pedreira e deriva do fato de que as primeiras escavações feitas para serem usadas como lugar de sepultamento aos arredores de Roma ao lado de uma pedreira. Dentro desses cemitérios subterrâneos os primeiros cristãos, ao serem considerados clandestinos e perseguidos pelo Império Romano, passaram a enterrar os seus mortos, alguns deles mártires e, excepcionalmente, ali realizam alguns cultos de encorajamento, pois os cemitérios eram lugares protegidos que não podiam ser violados.
    Algumas dessas catacumbas foram escavadas e ampliadas perto dos sepulcros de famílias importantes de Roma, cujos proprietários, recém-convertidos as abriram para os irmãos de fé. Com o aumento das perseguições que deixavam de ser esporádicas, tornando sistêmicas, as catacumbas passaram a receber também elementos de arte e teologia cristã, mostrando hoje como a fé em Cristo foi se expandindo nos primeiros tempos da caminhada histórica da Igreja.

    Paulo apóstolo de Cristo, encoraja os primeiros cristãos para fortalecer a fé e desenvolver a resiliência. “Em todas estas coisas, porém, somos mais vencedores, por meio daquele que nos amou”. (Romanos 8.37). Isso significa que o amor de Deus em Cristo nos fortalece de tal forma que podemos suportar seja quais forem as circunstâncias. Os primeiros cristãos tiveram que enfrentar a hostilidade e a perseguição covarde e descabida do império romano que de forma avassaladora tentaram sabotar a novel igreja cristã.

    Muita gente aplica esse versículo com um sentido completamente diferente ao seu contexto. Não é difícil alguém que pensa que o versículo é uma é uma promessa de que os crentes podem conquistar tudo o que desejarem, afinal são mais que vencedores. Porém, esse versículo se refere a uma vitória que tem muito mais a ver com a ideia de “suportar”; sobre ser indesistivel e resiliente; de ser vitorioso na adversidade. O foco desse versículo está na segurança do cristão em Cristo, e não na satisfação de desejos pessoais.
    O versículo não começa simplesmente com a afirmação: “Somos mais que vencedores”. Antes, o versículo começa dizendo: “Em todas estas coisas”. O contexto que Paulo se refere era a perseguição cruel do império. Isso fica mais claro nos versículos predecessores: “Quem nos separará do amor de Cristo ? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada ? (Romanos 8.35). Claro que esse questionamento é retórico, e significa que ninguém jamais será capaz de nos separar do amor de Cristo por nós.
    Na sequência, o apóstolo faz uma citação do Salmo 44: “Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues a morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro”. (Romanos 8.36 / Salmo 44.22). Nesse ponto, Paulo indica que o sofrimento por causa do Senhor é algo bem conhecido dos cristãos de todas épocas.
    Então ao dizer que somos mais que vencedores, o apóstolo tem em mente “todas estas coisas”, isto é, tribulação, dor, hostilidade, privação, angústia e perseguição. Esses sofrimentos, porém, não ameaçam as bençãos que os crentes desfrutam em Cristo; ao contrário, esses sofrimentos acabam contribuindo para o crescimento espiritual do povo Deus que caminha em direção à glória futura.

    A expressão: “mais que vencedores” índica basicamente uma “superinvencibilidade”. Ser mais que vencedor é o mesmo que ser “supervencedor”. Inclusive, essa expressão traduz uma palavra grega composta que significa algo como “sobrepujar completamente”, no sentido de alcançar uma vitória inigualável. Ao afirmar que somos mais que vencedores, Paulo ensina que o povo de Deus está conquistando uma vitória completa e definitiva.
    A ideia é que não há nada que os crentes possam temer, pois por piores que sejam as circunstâncias, em todas elas são mais vencedores. Isso, inclusive, deixa claro que muitas vezes Deus não nos livra dos problemas, mas nos livra nos problemas; muitas vezes Ele não nos protege das dificuldades, mas nas dificuldades, de modo que em todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus; daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Romanos 8.28). A segurança que desfrutamos em Cristo é tão grande que até mesmo as adversidades trabalham em nosso favor.

    Indesistivelmente,

    Vosso conservo em Cristo

    Mário Porto,

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