Texto do Bispo Mario Porto, publicado na PG do dia 21/02/2021
Dúvidas frequentemente invadem nossas vidas como cupins em uma casa. Estes pensamentos-cupins devoram nossa fé. Geralmente, podemos suportar muito bem o
ataque. Mas ocasionalmente, quando vem uma forte tempestade, um repentino e intenso golpe de vento, descobrimos que não posemos aguentar.
Nossa casa começa a ruir. Para muitas pessoas é um colapso completo. É durante este tempo de tempestade, durante os dias de escuridão e noites de tragédia e calamidade, que começamos a sentir os efeitos destrutivos de nossas dúvidas disseminando-se como fraturas por stress através da estrutura das nossas vidas.
Para mim existem três momentos quando a intensidade da dúvida alcança proporção máxima. Um desses momentos é quando coisas que eu acredito que nunca deveriam acontecer, acontecem. Nessa semana que passou, perdemos Marcos André Porto, 41 anos, tão cheio de vida, brilhante professor de geografia do IFMA, esposo dedicado, pai amoroso de um casal de filhos, filho único da amada Tia Julia Porto (carinhosamente conhecida pela família como tia Zica). Nos deixou por complicações da COVID, 15 dias depois de perder sua mãezinha para a mesmos doença, que ainda se alastra mundo a fora dizimando vidas preciosas. Quando a tia Zica partiu, a família optou por não falar pro Marcos, ele morreu sem saber que sua mãezinha tinha partido antes dele.
O Rabino e escritor Harold Kushner escreveu: Existe somente uma questão que realmente me interessa: Por que coisas ruins acontecem a pessoas boas ? Qualquer outra conversa teológica é distração intelectual…Virtualmente toda conversa significativa que já tive com pessoas sobre o assunto de Deus e religião, ou começou com essa questão surgiu rapidamente no meio da conversa.
Por que Deus disse sim para isso ? Por que essa coisa horrível aconteceu aquela boa pessoa ? O efeito de cupins como esses em nossa alma é muito grande. Ele nos atingem e a dúvida pode ganhar espaço.
As dúvidas também crescem quando coisas que eu acredito que deveriam acontecer nunca acontecem (o outro lado da moeda). Quando espero que Deus diga sim, mas Ele diz não. O que dizer para famílias que perderam alguém tão jovem, ainda com uma vida pela frente, vítimas do coronavírus ?
Quando Deus fez a sua promessa a Abraão, por não haver ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: “Esteja certo de que o abençoarei e farei numerosos os seus descendentes. E foi assim que, depois de esperar pacientemente, Abraão alcançou a promessa. (Hebreus 6.13-15).
Esta não é apenas uma lição sobre a vida de Abraão, é uma lição para nós hoje. É uma lição sobre confiar em Deus quando as coisas não acontecem do nosso jeito; sobre como lidar, sobre ter esperança quando não podemos confiar em nossas circunstâncias ou nosso futuro.
Querendo mostrar de forma bem clara a natureza imutável do seu propósito para com os herdeiros da promessa, Deus o confirmou através de um juramento. (Hebreus 6.17). Com Deus, existe um propósito imutável. É misterioso. É insondável . Não existe maneira, a esta altura, de podermos desvendar todas as razões por trás do seu propósito. Mas é imutável; é tão firme que Ele confirmou através de um juramento A passagem continua dizendo: (…) para que, por meio de duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta…
O propósito que Ele preparou para nós e o juramento que fez, juramento que tal propósito não mudará e será sempre certo estas duas coisas são a confirmação de Deus para seu povo.
Indesistivelmente,
Vosso conservo em Cristo,
Mário Porto
O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.