NUNCA ESQUEÇA O VERDADEIRO PÃO

14 – E eles se esqueceram de levar pão e, no barco, não tinham consigo senão um pão. 15 – E ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes. 16 – E arrazoavam entre si, dizendo: É porque não temos pão. 17 – E Jesus, conhecendo isto, disse-lhes: Para que arrazoais, que não tendes pão? não considerastes, nem compreendestes ainda? tendes ainda o vosso coração endurecido? 18 – Tendo olhos, não vedes? e tendo ouvidos, não ouvis? e não vos lembrais, 19 – Quando parti os cinco pães entre os cinco mil,quantas alcofas cheias de pedaços levantastes? Disseram-lhe: Doze. 20 – E, quando parti os sete entre os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes? E disseram-lhe: Sete. 21 – E ele lhes disse: Como não entendeis ainda? (Marcos 8:14-21)

De vez em quando ouvimos a frase: “O  brasileiro tem memória curta”. Esquecemos facilmente dos aperreios e aborrecimentos sofridos em passado recente, por causa, dos desmandes ou incompetência de alguma  autoridade eleita do próprio povo, por exemplo. Ter memória curta, é  o pensamento comum, que afirma o quanto rapidamente deletamos de nossas memórias as coisas necessárias. Por outro lado, quando se deseja enfatizar sobre alguém de boa memória, diz-se que este tem uma memória de elefante. O líder dos elefantes tem a obrigação de memorizar locais aonde existe água em tempos de seca e alimento para garantir o bem-estar  do grupo. Os elefantes mostram que uma boa memória é essencial para a sobrevivência.

O capítulo 8 do Evangelho de Marcos relata a segunda multiplicação dos pães e em seguida Jesus e discípulos entraram no barco para atravessar o Mar da Galiléia, chegando na cidade de Betsaida (v.22). As questões da provisão de mantimentos eram de responsabilidade delegada a alguns discípulos, e estes haviam “falhado” esqueceram do pão (v.14). Imagino que  os outros discípulos reclamaram daqueles colegas irresponsáveis que esqueceram  o alimento  e, assim, chegou aos ouvidos de Jesus que os repreendeu : Para que arrazoais, que não tendes pão?

O certo, é que tentar explicar o esquecimento,  não serve para nada e não é solução para o problema. Às vezes não é a nossa memória que anda  curta, mas o coração é que está endurecido (v.17). Falta-nos entendimento, visão e capacitação para ouvir melhor, para compreender a ação divina. Em instante atrás Jesus multiplicara os pães servindo a uma multidão de 5.000 pessoas, e foi a segunda vez que Jesus realizou o milagre da multiplicação diante dos seus seguidores. Assim, Jesus procura “refrescar” a memória dos discípulos fazendo-os lembrar quantos cestos cheios de pães que sobejaram  e que  eles recolheram(v.19, 20).

Antes mesmo da discussão sobre o esquecimento do pão entre os discípulos, Jesus ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes (v.15). Os discípulos por pura tolice,  imaginaram que Jesus referia-se à falta da provisão de pão. E eles mesmo não sabiam ainda que Jesus é o Pão Vivo que desceu do Céu  (João 6.51).

Jesus cita o fermento  fazendo relação com a religiosidade dos fariseuse, também, com a atuação do poder político de Herodes, como influências corruptoras. Esta imagem do “fermento”  é a idéia de uma substância que se espalha e aumenta inexoravelmente levedando toda a massa. Não podemos ocupar nossos ouvidos com os ensinos e exemplos deste mundo que, como o fermento, desintegra a humanidade. Sejam doutrinas de supostas religiosidades sem Deus e ideologias e pensamentos politizados de homens maus que subvertem a santidade e a divindade do Deus único e verdadeiro.

Enfim, aqueles que são discípulos de Jesus, devem aprender sempre do Senhor e crescer em compreensão das coisas espirituais, não temos o direito de continuar endurecidos de coração, nem míopes ou cegos espirituais, pois compartilhamos com a Luz que é Cristo e devemos resplandecer ao mundo essa luz em nós.

Para aonde for, nunca se esqueça de levar Jesus no coração,  ande sempre com Ele, lembre sempre Dele, faça memória Dele.

“ – E (Jesus), tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.” (I Corintios 11:24)

Pr. Ivan Moutinho – ibboavista – Timon