“A violência se tornou uma característica do país”, diz cristão
As agressões e assassinatos dos cristãos têm crescido na Nigéria
Em 2020, muitos cristãos foram sequestrados, agredidos e tiveram as casas destruídas na Nigéria
Em 18 de janeiro, o pastor Amos Arijesuyo estava viajando para Akure, no estado de Ondo, na Nigéria, quando um grupo armado começou a atirar contra o veículo onde ele estava. Eles queriam forçar o motorista a parar, atirando contra os pneus, mas em vez disso atiraram várias vezes no pastor. Ele faleceu antes de chegar ao hospital, enquanto o motorista foi hospitalizado com ferimentos no braço.
“A violência tornou-se endêmica e vai além do terror que se espalha pelo Boko Haram na região nordeste da Nigéria, ao atacarem comunidades cristãs. A violência acontece de muitas maneiras e em diversas regiões do país, seja por grupos extremistas armados, como por amigos, familiares e a comunidade. O Sul do país, que costumava ser mais seguro, também enfrenta os ataques”, conta uma parceira da Portas Abertas na África Subsaariana.
Histórico de sequestros e resgates
Em 2020, 990 cristãos nigerianos foram sequestrados por grupos islâmicos militantes, em comparação com 224 no ano anterior, de acordo com dados coletados pelo departamento de pesquisa da Portas Abertas. Um pastor pertencente à Igreja de Cristo nas Nações, que foi sequestrado enquanto viajava no Nordeste da Nigéria em outubro, ainda está sob o poder dos sequestradores, um grupo terrorista islâmico chamado Exército Khalifah.
O pastor Polycarp Zongo foi sequestrado junto com duas mulheres enquanto estava a caminho de uma conferência da igreja no estado de Gombe. Os militantes exigiram um “enorme resgate” por sua libertação que a igreja não seria capaz de pagar, explicou o presidente da denominação, Dachollom Datiri.
“A insegurança é a principal questão na Nigéria. E enquanto ninguém está seguro, os cristãos são diretamente afetados quando um líder da igreja é sequestrado e os bandidos exigem enormes somas de dinheiro para a libertação dele”, explica a parceira.
No início deste mês de fevereiro, o grupo de cidadãos que compõe a União dos Povos do Sul de Kaduna destacou o aumento da violência e dos sequestros diários em estados do país. Só no ano passado, 900 milhões de nairas nigerianas (cerca de 2,3 milhões de dólares) foram pagas como resgate na região pobre e vulnerável da Nigéria.
“A necessidade de proteção das pessoas é urgente e o Estado parece estar ausente. Nesse contexto, vendo esses grupos violentos operarem impunemente, os civis decidem pegar em armas e formar milícias para proteger as famílias deles. Cria-se um círculo vicioso”, conclui a colaboradora.
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