John Stott – Vergonha e Culpa
Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se. (Gênesis 3.7)
Vergonha e culpa foram duas consequências imediatas da queda de Adão e Eva. Primeiramente, eles sentiram vergonha. Por terem desobedecido à ordem de não comer do fruto proibido, como consequência “os olhos dos dois se abriram”. É claro que o texto não está se referindo aos olhos físicos, mas os olhos de suas consciências. Eles agora enxergavam claramente a tolice e o pecado que haviam cometido ao se rebelarem contra Deus. Além disso, sua nudez física, da qual não se envergonhavam anteriormente (2.25), agora os enchia de constrangimento, simbolizando seu sentimento de culpa diante de Deus. Mas, apesar de terem confessado seu pecado, aparentemente não perceberam as implicações disso tudo, já que acharam que poderiam cobrir sua vergonha com um patético avental de folhas de figueira (3.7)!
O segundo expediente a que Adão e Eva recorreram foi jogar a culpa um no outro. Adão culpou Eva por ter-lhe dado o fruto e foi mais longe, culpando também a Deus por ter-lhe dado Eva como companheira (v. 12). Quando Deus perguntou a Eva o que ela havia feito, ela culpou a serpente por tê-la enganado (v.13).
Vergonha e culpa são desculpas bastante atuais. Podemos nos tornar especialistas em arranjar desculpas para tentar diminuir nosso sentimento de vergonha e em culpar os outros. “Eu nasci assim”, dizemos, ou “meus pais me criaram assim” ou ainda, “minha família é assim, não é minha culpa”. Entretanto, uma característica essencial de nossa humanidade feita à imagem de Deus é que assumamos a responsabilidade pelas escolhas que fazemos.
Para saber mais: João 16.8-11
Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
Fonte/ Ultimato
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