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Texto do Pr. Moreira Silva, publicado na PG do dia 27/12/2020

Reflexão: O Cristão e a política.

Jesus é o nosso paradigma também na perspectiva política. Ele carregava uma bandeira e estava comprometido com ela. Sua bandeira era o reino de Deus. Por isso Ele se ocultava como objeto de interesse do sistema político, religioso ou qualquer outro segmento da sua época. Ele viveu para o reino de Deus em sua essência, o que provocava ódio em seus opositores. A mensagem que ele carregava tinha espaço para todos como o vemos escolhendo seus discípulos sem discriminação. As pessoas que estavam presos a um segmento gostariam que ele se filiasse a alguma agremiação política ou religiosa, mas Ele rejeitou a todos e não se deixou ser absorvido por nenhuma ideologia vigente.
O seu comprometimento com o Reino de Deus lhe custou a própria vida. Ele não só via uma questão social na realidade humana mas também uma realidade espiritual, motivo pelo qual levava a sério o pecado que tem sua origem no egoísmo que escraviza e aliena todos aqueles que o alimentam.
Se estivesse em nosso meio nesse momento político que nós estamos inseridos, não tomaria partido nem pela esquerda nem pela direita, nem pelo socialismo, comunismo ou capitalismo.
Todos esses segmentos ideológicos estão aquém da sua proposta que Ele inaugurou com a retomada de uma nova humanidade, sendo ele próprio seu protagonista.
Ele foi um subversivo do sistema da sua época, tornando-se um revolucionário porque ele encarnou aquilo que pregava.
Cabe a nós como cristãos respeitarmos a democracia e levarmos a sério o Evangelho, assumindo a postura dos profetas que eram todos críticos da sua geração e carregavam a consciência de Deus.
Nós como cristãos não podemos estar domesticados a nenhuma ideologia mas ter a coragem de louvar aquilo que tem que ser louvado e criticar o que tem que ser criticado porque para nós o evangelho está acima das ideologias.
Com o tempo as ideologias passam e os homens se corrompem, mas o Evangelho permanecerá para sempre. Isto não significa sermos passivos diante da nossa obrigação como cidadãos mas sinalizarmos que nós pertencemos ao Reino de Jesus e que por isso carregamos a sede e fome de justiça como ele bem expressou nas bem-aventuranças.
As ideologias representam uma questão de poder mas o Evangelho é um novo conceito de humanidade inaugurada por Jesus que tem como base da sua proclamação o reino de Deus que um dia se estabelecerá e onde viveremos a normalidade de todas as coisas. Enquanto, porém, esse momento não chega, temos que pedir a Deus sabedoria e discernimento para não nos tornarmo-nos marionetes do sistema.
A proposta de Jesus é revolucionária e subversiva a qualquer sistema ou movimento capaz de escravizar o ser humano e o fazer objeto e marionete dos caprichos perversos e desumanos.
É de se lamentar que temos muitos cristãos perdendo amizade por não saber discernir que todos nós somos vítimas daquilo que nós fomos influenciados e doutrinados, mas o Evangelho é que provoca a ruptura que nos traz para a realidade do Reino de Deus, devolvendo-lhe lucidez e coerência para estar na vida para a Sua glória.

Pr Moreira

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