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Texto do Bispo Mario Porto, publicado na PG do dia 27/12/2020

TRANSIÇÕES E O ANTÍDOTO DA ESPERANÇA PARA 2021

2020 está findando, e está findando com tanto alvoroço, foi pródigo em desafios e perplexidades como a pandemia do novo coronavírus e suas variantes.
Quando o século 20 começou, as pessoas do
século 19 falavam das maravilhas que tinham visto e das que estavam por ver.
Durante o século 19, às nações americanas tinham alcançado sua independência, e o Brasil o engatinhava com sua república federativa.

A máquina a vapor unira o mundo, de tal modo  que pela primeira vez as viagens intercontinentais se tornaram uma experiência relativamente comum.
A ciência descobrira a causa e a cura de várias enfermidades até então incuráveis.
Por isso se falava de uma nova era de paz e prosperidade.
Pensava-se que, por meio da ciência e da tecnologia, o problema da fome mundial seria resolvido.
Pensava-se que, por meio dos meios de comunicação, o mundo seria unificado.
Pensava-se que a barbárie da guerra eta matéria do passado.
Agora, no século que se aproximava, tudo seria luz, paz e progresso.
E então veio o século 20.
E os sonhos caíram por terra.
E houve duas guerras mundiais, mais cruéis do que qualquer outra que a humanidade já vira. E houve duas bombas atômicas sobre outras tantas cidades.
E houve uma guerra fria, que foi bastante quente e dolorosa em muitos países.
E houve a maior fome e maior miséria e maior dor.
E agora, que já estamos há duas décadas no século 21, não estamos tão seguros de que ele está, ou será melhor.

Pensemos agora no tema central dos Evangelhos, do livro histórico de Atos, assim bem como todo o Novo Testamento: a ressurreição de Jesus, até os dias de hoje e os derradeiros é sem dúvida alguma um fato a ser celebrado. Doravante a morte não tem mais a última palavra. Mesmo que, não saibam ou não queiram, Deus é Senhor sobre tudo e todos, Ele reina soberanamente a despeito da pandemia e sobre todas as circunstâncias aparentemente fora de controle.
Paradoxalmente, esse ano de 2020 foi timbrado por muitas perdas, e ao mesmo tempo celebramos muitas vitórias. Foi muito difícil perder o meu  papai, que foi promovido a condição de cidadão do céu, e perdi tantos amigos e conhecidos, e ao mesmo tempo ganhei novos amigos, inclusive o privilégio de escrever aos domingos para esse nobre Jornal. Muitas pessoas foram curadas, muitas crianças nasceram, a vida segue, tem que seguir. Temos que aprender a recomeçar, nos reinventar, nos readaptar e tocar o barco da vida em frente indesistivelmente. Jesus nos exortou dizendo: “Quem colocou à mão no arado não pode voltar a trás.

É neste século 21, com todos os acontecimentos ocorridos até agora, só podemos caminhar porque o Senhor ressuscitou.
Vivamo-lo com alegria, porque sabemos que a morte não tem e nunca terá a última palavra.
Vivamo-la com temor porque a ressurreição é como um terremoto que põe em dúvida tudo aquilo dantes podíamos considerar firme e seguro.
Nessa travessia de incertezas que vive o mundo atual, podemos dizer como Habacuque, Jó e o apóstolo Paulo: “Eu sei em quem tenho crido”…

Um 2021 de mais graça, mais saúde, mais amor, mais esperança e uma fé robusta e solidifica em Cristo Jesus, a Rocha Eterna.
Em 2021 vamos esperançar mais, porque a Esperança está viva, a Esperança é Jesus, o antídoto infalível contra as especulações e suposições.

Indesistivelmente,

Vosso conservo em Cristo,

Mário Porto,

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