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Texto da Mary Anne, publicado na PG do dia 20/12/2020

Medo de Deus?

Mary Anne Aragão Pachêco
IEQ Península – Escritora e Empresária – São Luís – MA – Instagram: @maryannearagao

Se há um certo tempo me perguntassem se eu tenho medo de Deus, eu responderia que sim. Sim, eu tinha medo de algumas percepções que foram criadas e forjadas a respeito Dele, pois, ao longo da minha infância e nos primeiros anos da minha adolescência, foram criadas certas ideias a respeito de Deus, que se eu fosse me basear por elas, sinceramente, até hoje teria medo. Muitas vezes ouvia pessoas dizerem: “Não faça isso, não faça aquilo, por que Deus castiga”, acredito que até mesmo sem querer, e sem ter consciência, meus pais falaram assim comigo, o que gerou em mim um medo que Deus me castigasse ou me punisse, até pelas traquinagens que fazia quando criança.
Ao longo de muito tempo eu desenvolvi um medo de Deus porque aos meus olhos, Ele era um vigilante muito rígido e severo em se tratando do cumprimento da Sua Lei. Essa ideia que existia uma lei que estava acima da minha capacidade humana em cumprir, gerava em mim um grande medo, e tudo isso acontecia por que existe uma ideia religiosa, que Deus é tão absolutamente zeloso em defender Sua Lei e Majestade, que não permite o nosso menor deslize, e quando isso acontece, chega ao ponto de nos punir com desgraças e fúrias implacáveis. Logo, também tive medo do Deus que era fonte do bem e do mal, pois eu nunca sabia quando despejaria sobre mim bençãos ou quando despejaria castigos e provações.
Esse Deus que traz castigos e punições até hoje é passado em algumas denominações religiosas, que querem passar aos seus fiéis a imagem de um Deus que pune, que permite tribulações, aflições, privações, perdas, dores, tristezas e até mesmo morte, em que estes são usados como estágios necessários para que sejam alcançadas as bençãos que Ele tem reservadas para nós. Portanto, cabe-nos suportar o sofrimento que aos nossos olhos parece não ter fim. Tudo isso nos remete ao medo, já que nunca saberemos se estamos agradando-O e andando de acordo com o que Ele espera de nós.
Determinadas passagens bíblicas, se forem lidas sem um aprofundamento da Palavra, provavelmente nos deixará com medo, já que poderemos pensar que Deus castigava aqueles que não viviam segundo Sua Palavra, como nos mostra Isaías 45: 6-7 “
se saiba desde a nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu
Para que
sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; faço a paz, e crio o mal;
eu o Senhor faço todas estas coisas.” Felizmente, essa visão que Deus é vingativo e
desce a Sua fúria sobre aqueles que não agem de acordo com Sua vontade foi
desconstruída em Tiago 1: 13 que diz: “Ninguém, sendo tentado, diga: “De Deus sou

tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta”. Assim, a
visão de Tiago contradiz aquela visão de Deus sendo vingativo quando diz: “Que tudo
de bom que recebemos e tudo que é perfeito vem de Deus” (Tiago 1:17).
Hoje já não tenho mais medo de Deus. O Deus que conheço hoje é aquele que caminha
comigo e me segura com Sua mão, que tem planos para minha vida, que me dá
esperança de um futuro maravilhoso que me é reservado, e que está sempre me
revelando Seu verdadeiro amor. É necessário lembrarmos sempre que, no “Amor não
há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo.
Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.” (1 João 4: 18)
Deus não quer que tenhamos medo Dele, e sim temor, por que quando tememos,
passamos a ter reverência, respeito e zelo pela Sua Palavra. Esse temor à Deus nos
leva odiar o mal; a soberba e a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, logo,
esse temor deve estar enraizado em nossa mente e no nosso coração, porque só assim
evitaremos pecar contra Deus, e por conseguinte, estaremos vivendo de acordo com
o que Ele espera de nós.
Lembre-se, Deus não deve ser visto como uma ameaça ou muito menos como um tirano, mas como o Pai que nos chama para despertar das nossas crenças tóxicas, que envenenam a nossa mente e coração, não nos deixando amadurecer na fé, e nos privando do prazer de viver o amor do Dele

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