“… Herodes vai procurar o menino para matá-lo.” (Mateus 2.13)

Jesus Cristo sofreu em nosso lugar. Esse sofrimento não iniciou apenas na cruz do Gólgota; ali houve a coroação e a consumação. O sofrimento de Jesus iniciou na manjedoura em Belém e encerrou na cruz diante de Jerusalém. A trajetória do Salvador foi da manjedoura para a cruz – e da cruz para a coroa. Ao tratarmos dessa trajetória, mais do que acontece com qualquer outro tema desse mundo, algo fica claro: não podemos falar sobre os feitos de Deus sem também adorá-lo por isso.

Os sofrimentos de Jesus iniciaram já por ocasião do seu nascimento. Seus pais, Maria e José, não encontraram abrigo em alguma hospedaria da superlotada Belém para que o bebê pudesse nascer. O Salvador do mundo veio sob as circunstâncias mais simples e foi colocado numa manjedoura (Lucas 2.7). Os primeiros que o homenagearam foram pastores de ovelhas, à época uma profissão desprezada, e estrangeiros do oriente (Lucas 2.8-20; Mateus 2.1-12).

A visita que os “magos vindos do oriente” fizeram ao rei Herodes, anunciando o “recém-nascido rei dos judeus”, despertou o ódio dele e uma terrível onda de perseguição: Herodes “ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades” (Mateus 2.16). José e Maria fugiram com Jesus para o Egito, um país estrangeiro, de onde puderam voltar somente após a morte de Herodes (Mateus 2.14-21). Assim, já com tenra idade, Jesus sofreu miséria, ódio, perseguição, ameaça à vida e a fuga para um país estrangeiro. Sua infância nunca foi tão romântica como pode parecer nas atuais representações de presépios.

Ouça o furor do inimigo! Veja o ódio com que teu povo ameaça!
Teu braço, Senhor, está erguido. Em ti confiamos, ó Deus!
Consola-nos com tua graça. Mostra-nos a tua face!
Concede, Senhor, a tua paz. Do juízo livra os teus!

Lothar Gassmann