Texto do Mario Porto, publicado na PG do dia 06/12/2020
Nunca antes pudemos experimentar o confinamento de cidades e até países, o
fechamento de fronteiras, a interrupção dos serviços, com exceção dos essenciais, a proibição de grandes ajuntamentos, que foi deliberadamente quebrado durante a campanha política em São Luís, Maranhão e em todo Brasil, contrariando os protocolos e normas de segurança, o que resultou em candidatos e eleitores contaminados com o COVID_19.
Um grande impacto é o sentimento universal de vulnerabilidade crescente. Muitos de nós estávamos acostumados a um mundo relativamente estável, em que a vida estava razoavelmente previsível. Agora que tudo parece estar desmoronando; à forças muito além de nosso controle. As pessoas temem pela sua saúde, tanto física quanto psicológica; por suas famílias e amigos, principalmente os idosos e enfermos; relacionamento sociais, seu suprimento de alimento, seus empregos e segurança econômica, e uma infinidade de coisas.
Em meio a esse clima incerto e instável, fica fácil perder a noção de proporção.
Quando a vida parece previsível e sob controle, é fácil protelar as grandes questões ou ficar satisfeito com respostas simplistas. Mas a vida não está assim no presente momento. Não causa surpresa que, qualquer que seja sua fé ou sistema de crença, as grandes questões da vida estão rompendo a superfície, demandando atenção. O coronavírus nos conforta a todos com o problema da dor e do sofrimento. Isto, para a maioria de nós, é um dos problemas mais difíceis da vida. Deus poderia ter feito um mundo de robôs que simples e automaticamente seguissem seus programas embutidos. Mas esse mundo não teria seres humanos. Na verdade, as pessoas que desejam poder habitar um mundo sem a possibilidade do mal estão de fato desejando que elas mesmas não existissem. A razão é que uma das maiores dádivas que Deus nos deu é a do livre arbítrio. Podemos dizer sim ou não, e essa capacidade revela coisas maravilhosas: amor, confiança, e relacionamentos genuínos com Deus e um com o outro.”
Agora, podemos debater para sempre o que um Deus bom, amoroso e todo-poderoso deveria, poderia ou pode ter feito. Mas a experiência mostra que nenhum de nós jamais ficou satisfeito com o resultado dessa discussão em particular. A razão para isto é que – não importa o que nós dissemos – nós estamos onde nós estamos e isto é como o mundo é. Um cristão, portanto, não é alguém que resolveu o problema do sofrimento, mas alguém que veio para amar e crer no Deus que sofreu por ele.
Em um mundo fragmentado e danificado por meio das consequências do pecado humano, dor e sofrimento são inevitáveis. Talvez tivéssemos nos escondido dessa realidade até que a voracidade do coronavírus irrompeu através do globo. Agora, não podemos ignora-lo, nem as grandes questões sobre a vida e a morte que ele incita.
Relembrando uma conhecida declaração do escritor britânico C.S.Lewis:
“Nós podemos ignorar até mesmo o prazer. Mas o sofrimento insiste em ser notado. Deus sussurra em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas grita em nosso sofrimento: ele é o Seu megafone para despertar um mundo surdo.
Talvez o coronavírus pudesse funcionar como um enorme alto-falante, lembrando-nos da estatista final: um em cada um de nós morre. Se isto nos induz a olhar para Deus que talvez temos ignorado por anos, voltemos para Ele e a partir de então que possamos em primeiro lugar buscar o seu reino e a sua justiça e as demais coisas serão acrescentadas. (Mateis 6.33).
Indesistivelmente,
Vosso conservo em Cristo,
Mário Porto,
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