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Texto do Mário Porto(Comunidade Vida) publicado na PG do dia 22-23/novembro de 2020

RESSIGNIFICAÇÃO DA VIDA

“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham vida em abundância”. (João 10.10).

Fomos chamados para levar o evangelho que representa “Vida” ou a ressignificação da vida. Porque todos nós em algum momento de nossas vidas passamos por vales tórridos, por desertos desafiadores, por noites traiçoeiras, por fraturas em nossos relacionamentos, pelo desânimo, e a depressão leve ou patologicamente profunda, andrógina e mística. Enfrentamos ou estamos passando nesse momento por batalhas espirituais e emocionais desgastantes, que já nos levaram ao esgotamento espiritual, colocando em cheque nossa estrutura interior, nos desistabilizando em várias áreas e aspectos de nossas vidas.

Entretanto quem sofre precisa evitar submergir no sofrimento. Essa imersão ocorre quando a pessoa se assume como doente; apenas há uma doença em si. Assim como veio, deve ir. A consciência do próprio sofrimento é uma maneira de transcendê-lo e, de certo modo, suplanta-lo.

O cristianismo imprime aos desafios emocionais e espirituais um caráter redentor. De qualquer modo, o trabalho espiritual pode trazer alívio, cura e libertação, como orienta Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei, tomai  sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Evangelho de Mateus 11.28-30.)

O sofrimento mental marca aqueles com o diagnóstico das doenças psicossomáticas. É uma característica também dos dependentes químicos. O recurso mais adequado para enfrentar tais desafios é o afeto. O amor “move montanhas” e quebra as resistências espirituais. Sei que é difícil amar nesses casos. Num primeiro momento, não há reciprocidade. E nosso amor tem sempre uma pitada de cobrança. Amamos para ser amados. Quando o afeto é uma via de mão única, às vezes respondido com agressão e repulsa, é preciso muita paciência e compaixão para fazer o outro sentir-se verdadeiramente amado.

O recondicionamento, as orações, o discipulado, as terapias ocupacionais e medicinais, o apoio farmacológico e fitoterápico, como por exemplo o “mesocarpo de babaçu”; eu acompanhei por quase 4 anos com a minha equipe a pesquisa científica que realizamos com vários dependentes aqui da Ilha, em parceria com três doutores em toxicologia da Unicampe – SP, o resultado superou nossas expectativas, e nos mostrou que existe alternativas eficazes para a cura.

O sofrimento moral advém de calúnias, difamações, injúrias e, de situações desmoralizadoras. O amor sempre será o melhor remédio, o antídoto contra as infecções da alma;  de fato nos reconstrói.
Daí a importância de modificar paradigmas, para se adquirir uma nova visão de si, dos outros e do mundo.

Ajudemos nossos irmãos que enfrentam a depressão e outras patologias, muitas apenas ouvir alguém desabafar já vai fazer uma enorme diferença, vamos praticar mais e mais a empatia.
O sofrimento afetivo resulta em expectativas frutadas. Nesses casos, importa trabalhar o sentido da vida, abri-se a uma nova visão das coisas, fazer da dor uma motivação para começar de novo. Buscar reconciliação quando possível, mudar de lugar social quando a perda é inevitável, sem perpetuar lutos e expectativas.

Quanto mais profunda a espiritualidade, menos pesa a dor. Nesse sentido, oração, o louvor e o discipulado provocam uma mudança de ótica, redimensionam os valores, resgatam o caráter libertador do sofrimento. Finalmente, é o compromisso com o outro que nos permite descobrir a dimensão terapêutica do amor. Quem se dedica aos outros esquece um pouco de si e relativiza as próprias angústias e inquietações.
(…) mas o maior destes é o amor.
(1 Corintios 13.13).

Todos pela vida !!!
No amor incomparável de Jesus.
Um beijo no coração de todos.

Indesistivelmente,

Vosso conservo em Cristo,

Mário Porto,

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