PALAVRA CONTRA UMA NAÇÃO PECAMINOSA – Is. 1: 1-3.

Depois de uma introdução no v.1, no qual o livro de Isaías declara a forma pela qual o profeta recebeu a palavra da parte de Deus contra uma nação pecaminosa (visão) ; que essa nação é Judá e Jerusalém; e que isso ocorreu nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias , reis de Judá, temos então, depois dessa introdução, o relato daquilo que lhe foi revelado. A revelação começa com o v. 2 , o qual inicia com uma palavra que chama a atenção para a importância do que vai ser dito: “ouvi”, no hebraico, “sháma” , que significa “ouvir com inteligência, para compreensão e com toda a atenção, com vistas à obediência e por conseguinte anunciar o que se ouviu”. Por isso esse verbo traz o sentido de, não apenas ouvir ou escutar, mas também “ser ouvido”; ou, “proclamar com inteligência”, “falar com propriedade para ser ouvido”.  No contexto histórico imediato do texto, essa palavra, “ouvi”, é direcionada a Judá, no sentido de como deveria compreender o pensamento de Deus, e em razão dessa compreensão, responder positivamente ao Senhor.
Todavia, numa contextualização histórico-contemporânea, o texto, não só pode , como deve, ser aplicado à nossa vida, posto que é a palavra de Deus e como tal transcende o aspecto temporal (“ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra…”), ou seja, que todos, em qualquer lugar e tempo na história, conheçam a mensagem profética de Isaías a respeito de Judá e Jerusalém.
E essa profecia começa com uma denúncia do próprio Deus dando conta de que esse povo, o seu povo, havia se rebelado contra o Senhor: “Criei filhos e os engrandecí, mas eles estão revoltados contra mim”(v.2b), ou seja, o povo já não mais aceitava a autoridade do Senhor. Esse povo agora criava suas próprias leis e tentava fazer prevalecer seus próprios pensamentos, agindo sem qualquer entendimento, pior do que qualquer quadrúpede (“O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura ; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” – v.3). A gravidade, pois, do pecado de Judá está em rejeitar a autoridade e a soberania de Deus. E quando alguém rejeita a soberania de Deus, está em flagrante rebelião contra Deus ( Pr Sérgio Lima, escravo de Cristo por causa da Cruz. Escravo alforriado, mas escravo).