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Projeto do Ministério da Defesa inicia perfuração de poço artesiano em aldeia indígena no Maranhão

 Foram iniciados os trabalhos de perfuração de um poço artesiano na aldeia indígena Planalto, no município de Grajaú (MA), durante a terceira fase da Operação Maranhão, ação interministerial realizada em conjunto pelos Ministérios da Defesa, da Saúde, e da Justiça e Segurança Pública. Com o apoio do Exército, por meio do 3º Batalhão de Engenharia de Construção (3º BEC), sediado em Picos (PI), e recursos do Ministério da Defesa, a ação atendeu à demanda da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) beneficiando dezenas de famílias indígenas da etnia Guajajara.

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“Algumas aldeias são demarcadas em regiões de difícil acesso e distantes de recursos hídricos. Com isso, carecem de água própria para consumo”, explica Carlos Colares, assessor técnico da SESAI. “Verificamos a necessidade de perfurar poços em todo o território nacional, nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Estabelecemos uma parceria com o Exército, através dos Batalhões de Engenharia de Construção, que estão espalhados em vários estados do Brasil, para a perfuração de cerca de 450 poços artesianos nos próximos cinco anos”, informou.

De acordo com Alberto José Braga Goulart, Coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI-MA), além do reforço de suprimentos médicos e atendimentos especializados aos indígenas do estado, a parceria entre Ministério da Defesa e SESAI ampliou a atuação para melhorar o acesso à água em terras indígenas. “Na Operação Maranhão, foi autorizada a perfuração de um poço na aldeia Planalto, que vai beneficiar sete aldeias no estado e cerca de cinco mil moradores”, acrescentou.

Enquanto muitas famílias têm acesso à água de qualidade em abundância, parcela dos povos indígenas ainda sofre com a escassez desse bem natural. Com isso, acaba migrando para terras mais habitáveis, longe de suas origens. Joacy Gregório Guajajara, vice-cacique da aldeia Planalto, fala sobre a dificuldade para obtenção de água na localidade. “Como não tem rio perto daqui, muita gente foi embora. Há muitos anos estávamos esperando um poço. Para conseguir água, a gente traz nas costas ou de jumento. Agora, com o pessoal do Exército trazendo água para a gente, vai ficar melhor para a aldeia”, comemorou.

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Jamerson Coutinho de Araújo, Sargento do 3º BEC, explicou que, naquele terreno, a água pode ser obtida numa profundidade de 100 a 180 metros, mas há capacidade de realizar uma perfuração ainda mais profunda. “Estamos prontos para cavar até 250 metros e a probabilidade é que tenha muita água durante o ano inteiro”, afirmou.

Atendimentos de saúde na Operação Maranhão
Cerca de 90 mil atendimentos de saúde foram realizados em aldeias indígenas do País durante a Operação Covid-19, que começou no início do período pandêmico no Brasil. Nesse contexto, a Operação Maranhão fase 3 foi a 14ª missão do Governo Federal, destinada a levar atendimento médico a populações da etnia Guajajara, com a participação de profissionais de saúde da Marinha, do Exército, da Força Aérea e da SESAI.

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A Operação Maranhão aconteceu em três fases, que iniciaram em 14 de setembro e finalizaram neste 5 de outubro, atendendo mais de 30 mil indígenas nos Polos Bases de Barra do Corda, Santa Inês, Zé Doca, Arame, Amarante e Grajaú. A fim de oferecer atendimentos especializados no combate à Covid-19, entre outras doenças, militares das três Forças Armadas foram destacados dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Maranhão, dentre eles, médicos (clínicos gerais, pediatras, ginecologistas, infectologista), enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos veterinários. O Coordenador Administrativo da terceira fase da Operação Maranhão, Tenente-Coronel do Exército Karllo Lavor Gonçalves contou detalhes da ação. “A missão foi considerada um sucesso. As equipes médicas realizaram um total de 6.262 atendimentos a pessoas e animais. Além disso, a receptividade das comunidades indígenas foi muito boa. A novidade dessa terceira fase da operação foi o atendimento veterinário, com 130 animais consultados”, informou.

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O encerramento da terceira fase da Operação Maranhão ocorreu no Centro de Ensino Indígena Cacique Raimundo Lopes, na aldeia Bacurizinho, no município de Grajaú, a 569 km de distância da capital maranhense. Durante a recepção das equipes de saúde das Forças Armadas e da SESAI, a Cacique da Aldeia Bacurizinho deu as boas-vindas aos participantes. “Nós agradecemos a Deus e a todos vocês, que se deslocaram de seus estados e das suas casas, para prestar esse atendimento. Agradeço em nome da comunidade”, pronunciou a Cacique Iara Maria Marisê Guajajara. “Essa ação é muito importante, porque evita levar os parentes para longe daqui e, assim, a gente se protege de pegar a doença nos hospitais”, pontuou.

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A Tenente Kelly Rafael Gomes Pinto, médica do Hospital Central da Aeronáutica (HCA), veio do Rio de Janeiro para participar da missão. “Foi uma honra cuidar da nossa população indígena. Mais do que trazer o conhecimento técnico, nós trazemos o alento e a vontade de cuidar. O diferencial entre ser um médico civil e um médico militar é que as Forças Armadas nos fornecem uma infraestrutura para levar atendimento de saúde para locais de acesso mais complicado no nosso País, o que dificilmente seria possível para um médico civil”, comentou a médica da Força Aérea.

Enquanto isso, o Sargento Fuzileiro Naval da Marinha Wesley Pereira de Araújo, enfermeiro do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador, também do Rio de Janeiro, disse que foi a primeira vez que participou de uma missão em terras indígenas. “Foi uma experiência gratificante, de grande valia. Já estive em missão no Haiti, por exemplo, mas nunca tinha atuado com indígenas. Dessa vez, pude conhecer mais a história do nosso País, as nossas origens”, destacou.

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Operação COVID-19
A Operação Covid-19, coordenada pelo Ministério da Defesa, mobiliza militares por todo o Brasil. Homens e mulheres das Forças Armadas atuam no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, em apoio à população. As ações envolvem descontaminação de espaços públicos, doações de sangue, transporte de medicamentos e equipamentos de saúde, distribuição de kits de alimentos para pessoas de baixa renda, entre outras. Na execução dessas atividades, os militares atuam organizados em 10 Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, bem como no Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE).

Por Tenente Flávia Rocha/FAB
Fotos: Soldado Lucas Almeida/EB e Soldado Antonio Oliveira/MD

 

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa

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