Atletas enxergam horizonte promissor com ampliação para R$ 8 mil da Bolsa Auxílio da Lei de Incentivo
LEI DE INCENTIVO
Ygor Coelho, ouro no Pan de Lima: ‘Uma excelente ajuda’. Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br
Publicada na última sexta-feira (17.07), a Portaria nº 441 teve ampla acolhida no mundo esportivo. Além de dirigentes e representantes das entidades da engrenagem do setor, medalhistas em Jogos Paralímpicos, em mundiais e em torneios continentais enxergam na ampliação para R$ 8 mil da Bolsa Auxílio da Lei de Incentivo um horizonte promissor para o suporte de treinamentos, viagens e insumos. Principalmente porque o teto pode ser acumulado com o benefício da Bolsa Atleta.
Esse conceito permite que a base fique mais próxima do alto rendimento. Os projetos não precisam abrir mão do exemplo, da referência”
Verônica Hipólito, medalhista de prata e de bronze no atletismo paralímpico nos Jogos Rio 2016
“É uma vitória, um alívio nesse momento de incertezas. Para a gente desenvolver tanto a base quanto o altíssimo rendimento, o dinheiro é necessário. Os recursos via captação serem cumulativos com a Bolsa Atleta podem elevar o esporte como um todo”, afirmou Verônica Hipólito, dona de uma prata e um bronze no atletismo paralímpico nos Jogos Rio 2016. “Esse conceito permite que a base fique mais próxima do alto rendimento. Os projetos não precisam abrir mão do exemplo, da referência”, completou Verônica, integrante da categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Além de velocista, Verônica se envolve também em atividades de captação de recursos para ações ligadas ao esporte. Por isso, enxerga na novidade uma oportunidade para futuras iniciativas. “Montei um projeto ano passado, com foco na lei estadual, e estamos na fase de captação. Com essa mudança federal, a gente já está se organizando para mudar o foco nos próximos anos e ter um projeto de altíssimo rendimento em conjugação com base e transição”, contou.
Outro ponto da Portaria nº 441 é que o atleta beneficiado com a Bolsa Auxílio passa a poder usá-la para custear despesas ligadas à sua preparação. Estão na lista alimentação, suplementação alimentar, hospedagem e aluguel, transporte urbano, viagens para competições e treinamentos, consultas médicas, fisioterapia, nutrição e exames, além de uniforme, material ou equipamento para treinamentos e competições e taxas de inscrições.
Até então, o valor máximo do benefício era de R$ 1 mil e havia limites para a aplicação, como, por exemplo, um teto de R$ 12 por dia comparecido ao evento ou treino para despesas com transporte e um teto de até R$ 25 por dia comparecido ao evento ou treino para alimentação.
“É uma fonte diferente de auxílio que vem de forma mais institucionalizada pelos projetos da Lei de Incentivo e que, ao fim, pode contribuir bastante. Muitas vezes os clubes têm objetivos similares aos dos atletas, e isso abre brechas para projetos em que o atleta possa ter um recurso para dar uma atenção especial a um evento estratégico. É um auxílio a mais num momento em que muitos perderam patrocinadores e fontes de recursos por conta da falta de competições e da pandemia”, disse Douglas Brose, bicampeão mundial e 12 vezes campeão pan-americano de caratê. “Isso pode contribuir ainda mais para que os atletas se mantenham no alto rendimento com suporte para treinamentos e competições. Quanto mais o atleta for valorizado, isso contribui para o atleta, para o clube, para o Brasil e para as futuras gerações que se espelham nos ídolos do esporte.”
Campeão dos Jogos Pan-Americanos de Lima em 2019 na chave individual do badminton e representante do Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016, Ygor Coelho conhece em primeira pessoa os efeitos que projetos da Lei de Incentivo proporcionam. No início da carreira, uma iniciativa do pai dele, Sebastião Dias de Oliveira, na comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro, permitiu que ele participasse de torneios e tivesse apoio de múltiplos profissionais com recursos captados via Lei de Incentivo.
Qualquer quantia a mais que um atleta recebe reflete diretamente na qualidade de vida, o que faz toda a diferença para bons resultados”
David Moura, vice-campeão mundial de judô na categoria +100kg em 2017
“Na época o projeto do meu pai teve esse suporte. Poucas vezes tive um apoio multidisciplinar tão bom, com nutricionista, médico, a gente viajava. A equipe toda conseguia usufruir dos benefícios”, recordou. “Essa mudança agora só aprimora a lei. Acredito que vai ser uma excelente ajuda para muitos atletas que precisam desse apoio a mais”, comentou.
A opinião de Ygor é compartilhada pela campeã mundial de taekwondo paralímpico Débora Menezes, já classificada para os Jogos de Tóquio, no Japão. “Essa mudança para mim representa que, de fato, o atleta vem conquistando seu merecido respeito e valor. Existe todo um trabalho árduo de uma equipe, em várias frentes, para que cada vez mais a gente tenha possibilidades reais de representar nossa nação. Reconhecer isso, como essa mudança permite, é essencial”.
Ouro no Pan de Toronto, no Canadá, em 2015, e prata no mundial de Budapeste, na Hungria, em 2017, o judoca David Moura é outro que tem percepção positiva em relação aos desdobramentos possíveis das novas regras da Lei de Incentivo. “Estou muito feliz com a mudança. Qualquer quantia a mais que um atleta recebe reflete diretamente na qualidade de vida, o que faz toda a diferença para bons resultados. Acredito que, com essas mudanças, o Brasil vai conseguir manter muitos atletas talentosos que deixavam o esporte por falta de apoio”.
Ana Cláudia Felizola e Gustavo Cunha – Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania
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