Profissionais de saúde embarcam em mais uma missão para apoiar comunidades indígenas na Região Norte
Brasília (DF), 17/06/2020
O Ministério da Defesa, em conjunto com o Ministério da Saúde, realiza uma série de ações para apoiar as comunidades indígenas neste período de pandemia do novo coronavírus. Nesta quarta-feira (17), partiu mais uma aeronave da Força Aérea Brasileira rumo à Região Amazônica. A bordo, 23 profissionais de saúde das Forças Armadas, além de 70 mil itens de proteção individual e insumos médicos.
O destino, desta vez, o município de Atalaia do Norte, no Amazonas, que abrange grande parte da região do Vale do Javari, segunda maior área indígena do Brasil. São 85.445 km², onde vivem cerca de 7 mil indígenas, de sete etnias diferentes. São elas: Marubo, Matis, Mayoruna (Matsés), Kulina (Pano), Kanamari (Tukuna), Korubo e Tsohom-Dyapa.
A equipe de saúde das Forças Armadas se junta aos profissionais da Secretária Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, que já atendem comunidades do Vale do Javari. São dez médicos, um de cada uma das seguintes especialidades: obstetrícia, endocrinologia, cirurgia geral, ginecologia, gastroenterologia, anestesia, ortopedia e mais três clínicos. O grupo ainda é composto por uma farmacêutica, três enfermeiros e nove técnicos de enfermagem.
O Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, destaca que a ação faz parte de amplo trabalho realizado pelo Ministério da Defesa, com o apoio das Forças Armadas, em parceria com a pasta da Saúde, para levar assistência às comunidades indígenas.
“Apoiamos e cuidamos da população que se encontra em localidades de difícil acesso, e nela se incluem muitos indígenas, graças ao trabalho das Forças Armadas, em conjunto com outros Ministérios e Órgãos. Já levamos médicos e insumos para as regiões do Alto Rio Negro e do Alto Solimões. A intenção, agora, é continuar trabalhando de forma ininterrupta para minimizar os efeitos da COVID-19 nessas áreas”, disse o Secretário.
Tenente Pádua, médico que atua no Hospital Naval de Brasília, é um dos integrantes da missão. Ele, que já teve a experiência de participar de outras operações no Amazonas, em navios de assistência hospitalar da Marinha, disse que gostou muito da experiência de levar apoio a quem precisa e viu, agora, a oportunidade de repetir o feito.
“É muito gratificante para quem é médico, poder atuar em áreas remotas com realidades diferentes, com outro tipo de vivência e de cultura. É sempre um aprendizado. A gente ganha mais do que leva. Para mim, é uma honra fazer parte desse grupo e espero levar saúde a nossos irmãos que estão mais afastados, carentes de assistência. Que possamos cumprir uma boa missão!”, desejou o Tenente.
A Capitão Fernanda Dalcolmo, ginecologista do Hospital das Forças Armadas de Brasília, não escondia a satisfação em participar da ação. “As Forças Armadas estão sempre prontas para ajudar onde quer que seja. E nesse momento, é preciso levar auxílio às comunidades remotas da região do Amazonas, que já tem dificuldades e estão sofrendo nessa época de pandemia. Somos voluntárias e missão dada é missão cumprida”, disse ela.
No mesmo voo também seguem cerca de 30 mil máscaras cirúrgicas, 16 mil toucas, 12 mil aventais descartáveis, 400 unidades de máscaras N95, 3 mil aventais impermeáveis, 540 unidades de álcool etílico 70%, 1.320 unidades de testes rápidos para COVID-19, 300 protetores faciais, 500 unidades de macacões de proteção e diversos medicamentos, além de 16 ventiladores pulmonares. Os materiais, que totalizam 70 mil itens, serão destinados ao Hospital Municipal de Atalaia do Norte, que é referência de atendimento em toda a região do Vale do Javari, e ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Vale do Javari, para atendimento nas aldeias.
O Secretário Especial de Saúde Indígena (SESAI), Robson Santos da Silva, também embarcou na missão para acompanhar as ações no interior do Amazonas. “Mais uma vez, Ministério da Saúde e Ministério da Defesa estão partindo para atender a população indígena e não indígena. Hoje, estamos nos dirigindo ao Vale do Javari, com uma equipe de profissionais, levando tudo aquilo que é necessário para o atendimento. A ideia é levar aos irmãos brasileiros de toda aquela região o nosso apoio. Nos deteremos nas questões dos indígenas que se encontram em área urbana; não teremos contato com indígenas isolados. O objetivo é atender aquelas comunidades onde, eventualmente, já tenha a presença do vírus”, explicou Robson.
Antes do embarque, visando à segurança das comunidades indígenas, uma equipe de Saúde do Hospital das Forças Armadas de Brasília (HFA) realizou inspeções sanitárias e testes para a certificação da ausência de qualquer sintoma da COVID-19 entre os integrantes da missão. Além disso, foi exigida a apresentação de teste de RT-PCR negativo para a doença.
Profissionais da imprensa nacional e internacional também acompanham essa missão interministerial de apoio aos povos indígenas do Vale do Javari. A previsão de retorno é na segunda-feira (22).
Operação COVID-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à COVID-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando Aeroespacial (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia que recebeu o nome de Operação COVID-19.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas poderão ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determinará a melhor forma de atendimento.
Para acessar fotos da Operação COVID-19, visite o Flickr da Operação.
Por Maristella Marszalek
Fotos: Cabo Narcizo/HFA
Fonte / Ministério da Defesa
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