A revelação escrita de Deus
A Escritura Sagrada é autoexplicativa. Assim, podemos entender a Escritura Sagrada a partir da própria Escritura Sagrada.
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça.”(2Timóteo 3.16)
A Bíblia, a Escritura Sagrada, foi transmitida por meio de autores humanos, no entanto, sua origem permanece sendo totalmente divina. A Escritura Sagrada foi dada por Deus. Pessoas a escreveram mediante inspiração do Espírito Santo. Assim, a Bíblia é a Palavra de Deus que nos foi transmitida de maneira escrita e por meio do plano de salvação. Passagens importantes que nos ensinam isso são 2Timóteo 3.16 (theopneustos: “inspirada por Deus”) e 2Pedro 1.20-21: “… homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo”.
Uma das características da Escritura Sagrada, entre outras, é que ela é autoexplicativa. Martinho Lutero dizia que a Bíblia é o seu próprio intérprete. Assim, podemos entender a Escritura Sagrada a partir da própria Escritura Sagrada. Para tanto, precisamos observar o seu contexto. Não podemos extrair palavras do seu contexto e precisamos colocar as passagens claras antes das de difícil compreensão. Assim poderemos entender essas passagens por meio das passagens já compreendidas. A maioria dos problemas que temos com textos bíblicos ocorre porque não procedemos corretamente com eles.
Igualmente importante é a observação do princípio da revelação continuada do Antigo Testamento para o Novo Testamento. Assim, não podemos, por exemplo, retornar aos rituais dos sacrifícios do Antigo Testamento, pois em Jesus Cristo já foi oferecido o sacrifício perfeito (Hebreus 9–10).
“Se alguém lhe acrescentar algo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro. Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste livro”, é o que consta no final da Bíblia (Apocalipse 22.18b-19). A Palavra de Deus é suficiente. Não devemos acrescentar ou suprimir nada dela.
A maioria dos problemas que temos com textos bíblicos ocorre porque não procedemos corretamente com eles.
A Escritura Sagrada, com sua mensagem de remissão do pecador unicamente pela graça, é a base para a salvação das pessoas. Os reformadores utilizaram os termos sufficientia (suficiência: a Escritura é suficiente) e efficatia (eficiência para nossa salvação).
Também não se deve, ao interpretar a Bíblia, simplesmente “passar por cima” do sentido da palavra quando este é compreensível. Uma interpretação figurativa somente é adequada para os casos em que ela é expressamente necessária em função do seu contexto. Quando, por exemplo, Jesus expõe uma parábola ou quando o texto fala de uma figura, então ela constitui uma representação que dá legitimidade para uma interpretação figurativa. Por isso não podemos simplesmente “espiritualizar” uma passagem, a exemplo do que alguns grupos gostam de fazer.
Uma vez que a Escritura Sagrada é a Palavra de Deus dada por ele aos seus mensageiros e inspirada pelo Espírito Santo, ela é inerrante em todas as suas afirmações – também nas questões científicas, históricas e geográficas. Ela, na verdade, não é um “manual de ciências”, no entanto, quando ela relata fatos relacionados com história, geografia e criação, ela é igualmente inerrante como nas questões da salvação e da vida cristã. Nós não somos capazes de criticar a Bíblia, mas é ela que nos critica em nossos pensamentos e nossas ações. Mantenhamos nossos corações abertos para receber a Palavra de Deus!
“Minha Palavra não é o fogo, o martelo que despedaça as rochas?”,
diz Deus, nosso Pai, que pelo seu Espírito nos revela suas Escrituras.
Ninguém deve acrescentar, nem da Palavra suprimir
para sua parte da árvore da vida não sumir.
Apagam-se os rastros humanos e passa a fala humana,
céus e terra passarão; a Palavra de Deus, porém, é eterna.
Lothar Gassmann
Fonte/ chamada.com
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