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Texto do Pr. Hamilton Rocha publicado na Página Gospel do Jornal Pequeno do dia 10/05/2020

MARIA, EXEMPLO DE MÃE

“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem comprometida a casar-se com um homem chamado José, da descendência de Davi; o nome dela era Maria.” Lc.1:26,27

Pr. Hamilton Rocha*

É no corpo dela que nos desenvolvemos. Em seus braços nos acalmamos. Nos seios dela nos alimentamos. Suas mãos nos acariciaram e nos sustentaram. Com ela aprendemos as primeiras palavras. Ela nos ensinou os primeiros passos, forjou nosso caráter, encorajou-nos para a vida.

    O famoso pregador Peter Marshall comparou-a a um guarda das fontes.

    Alguém deu o Primeiro Ministro Winston Churchill uma lista das professoras que mais influenciaram a sua vida. Ele declarou. Está faltando a principal: minha mãe.

    Perguntaram à mãe do Presidente Eisenhower. “A senhora sente orgulho do seu filho?” Ela respondeu: Qual deles?

    Que linda expressão encontramos na canção:

“Ela é a dona de tudo

Ela é a rainha do lar, ela vale mais para mim

Que o céu, que a terra, que o mar.

Ela é a palavra mais linda que um dia o poeta escreveu

Ela é o tesouro que o pobre

Das mãos do Senhor recebeu…

Mamãe, mamãe, mamãe,

Eu me lembro, chinelo na mão

O avental todo sujo de ovo

Se eu pudesse eu queria outra vez mamãe

Começar tudo, tudo de novo.”

    Dizem que quando Deus quer tirar um cochilo, chama uma mãe para cuidar de seus filhos. Jesus precisou de uma mãe para vir ao mundo. Seu nome: Maria.

I   –  O PROJETO DE DEUS PARA MARIA (vv.31-34)

    “Ficarás grávida e darás à luz um filho, a quem darás o nome de Jesus. Ele será grande e se chamará Filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará eternamente sobre a descendência de Jacó, e seu reino não terá fim.”

    “Então Maria perguntou ao anjo: como isso poderá acontecer, se não conheço na intimidade homem algum?” (v.35)

    O anjo respondeu: o Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso aquele que nascerá será santo e será chamado filho de Deus.” (v.36).

“Maria então disse: Aqui está a serva do Senhor; cumpra-se em mim a tua palavra. E o anjo a deixou e partiu.” (v.38)

Aquela futura mãe disse sim ao projeto de Deus para ela.

II  –  MARIA, EXEMPLO DE MÃE

    Que virtudes encontramos em Maria?

1. Humildade – (v.38)

No seu cântico ela se declara serva (“doulê) do Senhor. Ela estava pronta a servir: “Cumpra-se em mim segundo o seu propósito…”

Precisamos de mães que sejam servas de Deus.

2. – (v.45)

Isabel disse a respeito de Maria: “Bem-aventurada a que creu que se cumprirão as coisas que lhe foram faladas da parte do Senhor.”

A igreja de Cristo deve estar repleta de pessoas que depositam sua confiança em Deus.

    3. Piedade

        O Cântico de Maria (Magnificat) está repleto de citações das Escrituras. Maria conhecia os textos escriturísticos.

        Necessitamos conhecer as Escrituras Sagradas se desejamos ser usados por Deus.

3. Mãe presente

    Ela acompanhou o Filho desde o seu nascimento até sua morte. Amamentou-o; banhou-o. Sua dor maior (cf. Lc.2:35) “…Quanto a ti, uma espada atravessará a tua alma.” (Simeão).

    5. Mãe desnecessária

    Na volta para casa José e Maria perceberam que o menino Jesus não estava na caravana. Jesus ficara em Jerusalém discutindo com os doutores da lei. Pensem na angústia de sua mãe, quando ele se apercebeu que o filho não estava entre eles. Mas Jesus respondeu às reclamações de sua mãe com um firmeza inesperada: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (Lc.2:49).

    Quando criança, o ideal de Jesus era não causar aflição aos seus pais, mas ele deveria tornar-se adulto: cumprir a missão para a qual o Pai o chamara, e preparar-se desde já.

    A partir daquele momento, a verdadeira culpa seria negligenciar este apelo interior, seria permanecer dependente dos seus pais, limitado a todas as suas exigências. Maria poderia considerar seu filho como culpado por afligi-la. Mas Jesus rejeita essa culpa infantil. Ele não se considera culpado.

    Podemos concluir daí uma verdade da maior importância: não é a realidade objetiva de um mal causado a alguém que pode servir para autenticar a culpa. A distinção entre uma falsa culpa e uma verdadeira não é tão somente uma distinção entre um mal imaginário ou um mal real causado a alguém.

    O critério é bem diferente: trata-se de saber se a conduta foi contrária à vontade de Deus ou de conformidade a ela.

    Lucas, o médico amado, em tom de apaziguamento, acrescenta: “…e era-lhes submisso.” (Lc.2:51).

    Nenhuma criança atravessou tão harmoniosamente sua adolescência como Jesus. Ele é o melhor exemplo  de transição entre a dependência infantil e a autonomia adulta.

A criança deve rejeitar as falsas culpas que seus pais fazem recair sobre elas, como Jesus rejeitou. Mas, ao tentar rejeitá-las, a criança ultrapassa as medidas, menospreza os pais e se revolta. É isto que dá à adolescência um caráter tumultuoso e contraditório. É o período crítico de conflito entre a lei da criança e a do adulto.É claro que a saúde psicológica de Jesus vinha de sua dependência do Pai. É esta dependência do Pai celestial que o liberta das exigências abusivas dos seus pais terrenos. Mas é ela também que o preserva da revolta, tão presente na adolescência.

    O conflito com sua mãe não gera nela nenhuma amargura: “Sua mãe guardava todas estas coisas no coração.” (lc.2:51).

    A crise na adolescência pode terminar tanto em uma neurose de oposição, quando o adolescente se torna seu próprio deus, como em uma neurose de submissão, quando ele continua como uma criança pequena, a considerar seus pais como deuses.

    A verdadeira culpa é a de não depender de Deus, somente de Deus. Apesar de causar aflição à sua mãe, Jesus tem uma grande ternura por ela (Jo.19:26,27).

    Maria acompanhou o ministério do Filho, mas sem atrapalhá-lo. Nunca se colocou numa posição de igualdade com ele. Nem medianeira, nem corredentora.

    Lá da cruz era como se o Filho dissesse à sua mãe: tua missão acabou; cumpriste bem a tua missão.

    Necessitamos de mães assim. Que não superprotejam seus filhos. Que não criem dependência. Mães que permitam seus filhos tornarem-se adultos, autônomos, autoconfiantes e independentes. Até que seus filhos se tornam adultos, casam e começam um novo ciclo. E quando quiserem voltar, encontrarão o porto seguro.

    Maria soube sair de cena. Cumpriu sua missão.

III – O QUE ISSO TEM A VER COMIGO?

    1. Fomos chamados para que Jesus seja gerado em nós

    “Segundo sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como os primeiros frutos de suas criaturas.” (Tg.1:18). “Meus filhos, por quem sofro de novo dores de parto, até que Cristo seja formado em vós.” (Gl.4:19).

    Maria teve uma gestação biológica. A nossa é espiritual. “Pois os que conheceu por antecipação, também os predestinou para serem conformes à imagem do seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Rm.8:29).

    Somos, portanto, receptáculos de Deus. Ele está e nós.Ele brilha em nós.

    2. Somos agraciados – (favorecidos) (v.28)

    “O anjo veio onde ela estava e disse: Alegra-te agraciada; o Senhor é contigo.”Favorecida” não é no sentido de “cheia de graça” (com poder para conceder mérito a outros), mas porque Deus estava com ela.

    Somos favorecidos por Deus. Alegra-te.  Portanto, alegremo-nos

    3. Somos chamados a gerar filhos de Deus

    “Pois pelo evangelho eu mesmo vos gerei em Cristo.” (I Co.4:15). Deus continua procurando mães como Maria.Fortes na fé, confiantes, submissas ao projeto de Deus, para estabelecer lares cristãos onde Jesus possa habitar.Você mãe, seja aquela mãe que Deus busca, para que seus filhos também sejam filhos de Deus.

Pastor da Igreja Batista do Calhau em São Luís do Maranhão

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