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Texto do Pr. Charles publicado na PG do dia 10/05/2020

SAL E LUZ – O CRENTE INFLUENCIA O MUNDO
Nas bem aventuranças podemos ver o Mestre discorrer sobre o caráter essencial dos discípulos. Agora Ele vai abordar a influencia para o bem no mundo, e para isso, usa duas metáforas – o sal e a luz.
Podemos nos perguntar: que influência poderia exercer um cristão no mundo conforme ele é descrito nas bem aventuranças? O que vai influenciar??? O humilde e o manso, o que chora e o misericordioso, o que procura trazer a paz e não a disputa, o que procura a justiça em um mundo carregado de injustiças, quem pode sobreviver em um mundo devasso estando com o coração puro? Será que essas pessoas com essas características não são frágeis demais para enfrentar um mundo totalmente corrompido pelo pecado?
Além dessas qualidades avessas aos preceitos da sociedade, são pessoas que terão de lutar para influenciar um mundo massificado pelos preceitos do pecado.
As bem aventuranças terminam dizendo que seremos injuriados e perseguidos, no entanto, Jesus diz que a sua igreja deve dar uma resposta, não de vingança, mas de obedecer ao chamado para servir a esse mundo que a persegue. Rudolf Stier expressa em relação a igreja: “Vossa única vingança deve ser o amor e a verdade contra o ódio e as mentiras.” É incrível, mas foi exatamente isso que Jesus disse aos seus discípulos, homens simples, homens do campo, pescadores que seriam sal e luz do mundo por causa da sua influência que teriam no mundo.
São exatamente essas duas metáforas domésticas, o sal e a luz que Jesus usa para dizer que seus discípulos são indispensáveis, são essenciais para o mundo, são dois ingredientes que não podem faltar em um lar por mais pobre que seja. É como diz o ditado de Plinio: Sale et sole – ou seja, que nada é mais útil do que o sal e o sol.
A igreja e o mundo são comunidades separadas: i) De um lado está a terra; de outro vós que sois o sal da terra; ii) De um lado está o mundo; de outro, vós que sois a luz do mundo. Sabemos que é a pura verdade que as duas comunidades (“eles” e “vós”) estão relacionadas uma com a outra, mas essa relação depende da sua diferença. E nessa relação, está o mundo, com sua escuridão e necessitado de luz, e apodrecendo carecendo de sal para conservá-lo. Então o sentido é exatamente este: a igreja foi colocada no mundo para exercer esses dois papéis fundamentais: como sal, para interromper, ou pelo menos retardar, o processo de corrupção social; e, como luz, para desfazer as trevas.
Jesus prossegue com o acréscimo necessário para definir o papel das duas metáforas, ou seja, dos seus discípulos, da sua igreja: Ele diz que o sal é para salgar e a luz para alumiar. Jesus está dizendo que não basta ser sal e luz, é preciso servir com suas utilidade primordiais, senão para nada servem.
Vós sois o sal da terra – quando cada comunidade se revela tal como é, o mundo se deteriora como o peixe e a carne estragada, enquanto que a igreja pode retardar a sua deterioração. Os discípulos de Jesus são chamados a serem um purificador moral em um mundo em que os padrões morais são baixos, instáveis, ou mesmo inexistentes.
Em outra ocasião Jesus disse: “tende sal em vós mesmos…”. A salinidade do cristão é o seu caráter conforme descrito nas bem aventuranças, é o caráter de quem é visto em palavras e atos, no sentido de que precisa conservar a sua semelhança com Cristo, portanto, os cristãos não podem deixar-se contaminar com as impurezas do mundo, pois dessa forma perdem sua capacidade de influenciar. Esta influência depende não da sua semelhança, mas sobretudo, da sua diferença com o mundo.
Vós sois a luz do mundo. Podemos destacar também que mais tarde Jesus disse dele mesmo: “Eu sou a luz do mundo”. (Jo. 8. 12; 9. 5). Mas por derivação, nós também o somos, por um motivo simples, nós brilhamos com a luz de Cristo no mundo, como estrelas no céu à noite. (Fl. 2. 15). Nós somos os agentes de Cristo aqui no mundo e é por meio de nosso testemunho que o Senhor também se apresenta ao mundo. Jesus esclarece que essa luz são as nossas obras: Glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. É através dessas boas obras que a nossa luz tem que brilhar. Nos parece que “boas obras” é uma expressão generalizada, que abrange tudo o que o cristão diz e faz porque é cristão, toda e qualquer manifestação externa e visível de sua fé cristã – precisamos evidenciar essas “boas obras” no amor e na fé. Elas não expressam somente a nossa lealdade a Deus, mas também enfatizam nosso amor e interesse pelos nossos semelhantes. Quando os homens veem tais obras, disse Jesus, glorificam a Deus, pois elas encarnam as boas novas do seu amor que nós proclamamos. Sem elas, o nosso evangelho perde a sua credibilidade; e Deus, a sua honra.
Mateus 5. 13 – 16

Assim como aconteceu com o sal, também a afirmação referente a luz foi seguida de uma condição: Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens. Se o sal pode perder a sua salinidade, a luz em nós pode se transformar em trevas. Mas nós temos que permitir que a luz de Cristo dentro de nós brilhe para fora, a fim de que as pessoas a vejam. Não podemos ser como uma cidade em um vale, cujas as luzes ficam ocultas, mas sim como uma cidade edificada sobre um monte, que não se pode esconder e cujas as luzes são claramente visíveis a quilômetros de distancia. Devemos ser como uma luz no velador em uma posição de destaque.
Na qualidade de discípulos de Jesus, não devemos esconder a verdade que conhecemos ou a verdade que somos. Não devemos fingir que somos diferentes, mas devemos desejar que o nosso cristianismo seja visível a todos – “Refugiar-se no invisível é uma negação do chamado”.
Podemos destacar algumas lições: i) Há uma diferença fundamental entre os cristãos e os não cristãos, entre a igreja e o mundo. ii) Temos de considerar a nossa responsabilidade cristã como sendo dupla – sal – evitar a deterioração e luz – iluminar as trevas. Notemos que a primeira, o sal, impede a propagação do mal. A segunda, a luz, propaga a verdade. iii) Não podemos ficar inertes diante de nossas responsabilidades – Somos sal para retardar e até evitar a deterioração do mundo e somos luz para anunciar a verdade de Cristo em nós. iv) Seremos sal e luz se vivermos pelas bem aventuranças, e quando formos sal e luz, nosso pai será glorificado. Jesus diz exatamente isso com outras palavras: João 15. 8 – “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.”
É assim que vive o verdadeiro cristão e dessa forma o seu viver produz bênçãos para nós mesmos, salvação para os outros e, finalmente, glória para Deus. Que Deus nos abençoe! Amém!
Pr. Carvalho
(Segunda Igreja Batista do Saci – Teresina – Pi )

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