SAMUEL RINDLISBACHER – Esperança
A esperança é uma das características básicas da vida humana e está indiscutivelmente ligada ao ser humano. Assim, o náufrago tem esperança de salvamento, o enfermo de cura, o prisioneiro de liberdade e o idoso de mais tempo de vida. É a esperança que leva milhares de pessoas a semanalmente preencherem novos talões de apostas, para que a deusa da felicidade “Fortuna” derrame sua fonte de riqueza sobre elas. Sim, o apaixonado que foi rejeitado, mesmo contra todas as evidências, tem a esperança de um final feliz!
A esperança faz parte do ser humano. A esperança é um sinal da existência humana, mas também da imperfeição da vida humana. Ali onde não há mais esperança resta apenas a morte ou a realização. Assim, a esperança é igual à respiração da alma. Se esta nos é tirada, surge o desespero que leva à falta de esperança e de sentido da vida.
Vista sob a ótica cristã, a esperança é um dos pontos mais centrais da fé: “Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor” (1Co 13.13). Nesse sentido, a esperança se apoia nas promessas de Deus em sua Palavra. Por meio dessa Palavra temos o apoio, sim, o “ânimo para mantermos a esperança” (Rm 15.4, NVT). O acontecimento na cruz do Gólgota é a base para essa esperança cristã, “pois nessa esperança fomos salvos” (Rm 8.24a). Essa esperança nos é concedida por meio da habitação do Espírito Santo em nós: “Pois é mediante o Espírito que nós aguardamos pela fé a justiça, que é a nossa esperança” (Gl 5.5).
“Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça.”
Todavia, essa esperança não se limita apenas a este mundo, pois está escrito: “Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão” (1Co 15.19). Mais do que isso, ela se estende para além do que é visível neste mundo – para o futuro mundo de Deus: “Irmãos, não queremos que vocês sejam ignorantes quanto aos que dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e com ele, aqueles que nele dormiram” (1Ts 4.13- 14). A esperança se nutre também a partir de um outro mundo. De um mundo onde habita a justiça! “Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça” (2Pe 3.13). Mas com isso a esperança não exclui as dificuldades da vida cotidiana; sim, ela não exclui tentações, problemas, dúvidas nem medos. Em tudo, porém, a esperança dirige o olhar para além de tudo isso e conta com o auxílio e com a intervenção de Deus! É o que lemos: “E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu” (Rm 5.5).
A esperança dirige nosso olhar para o céu na expectativa do auxílio e da intervenção de Deus. Ao mesmo tempo, a esperança também está “ligada à terra”, pois ela abre nosso olhar para o vizinho, o próximo ao nosso redor, pois a esperança quer que também estes participem dessa esperança que nos foi concedida, conforme diz o apóstolo Pedro: “Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que pedir a razão da esperança que há em vocês” (1Pe 3.15b).
Assim, a esperança proporciona consolo na tribulação, ânimo em situações sem perspectiva, enxuga lágrimas e sara feridas. Além disso, a esperança dirige nosso olhar para o céu, na expectativa da salvação vindoura, nos concede luz na escuridão, confiança na enfermidade e portas abertas para o próximo. Acima de tudo, a esperança é uma âncora que, nos vendavais de nosso tempo, nos fixa na eternidade. Não é à toa que se diz: “Enquanto eu respiro, eu tenho esperança”, e: “A esperança é a última que morre!”.
Por isso, depositemos nossa esperança naquele do qual a Bíblia diz: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre” (Hb 13.8). Essa esperança nunca será desapontada!
Fonte/ chamada.com
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