Texto do Pr. Hamilton Rocha – (IBCalhau- publicado na PG do dia 01/03/2020
RECONCILIAÇÃO
“Mas todas essas coisas procedem de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação. Pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não levando em conta as transgressões dos homens; e nos encarregou da mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus vos exortasse por nosso intermédio. Assim, suplicamo-vos por Cristo que vos reconcilieis com Deus. Daquele que não tinha pecado Deus o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (II Coríntios 5:18-21)
Pr. Hamilton Rocha*
Reconciliar é restabelecer a paz entre partes desavindas. É reatamento da amizade, restauração de um relacionamento.
Deus é o autor da reconciliação. Tudo provém dele. Deus reconciliando; Deus concedendo; Deus apelando; Deus fazendo Cristo pecado por nós.
“Tudo é de Deus, a única coisa minha com a qual contribuo para a minha redenção é o pecado do qual preciso ser redimido” (William Temple).
Éramos inimigos de Deus; mas a inimizade era de ambos os lados: de um lado nossa rebeldia, do outro a sua ira.
Cristo é o agente da reconciliação. Deus tomou a iniciativa e o fez através de Cristo. Deus estava presente nele enquanto Cristo realizou a sua obra. O verbo reconciliar está em um tempo e modo verbais que indicam obra concluída.
O que Deus fez, então?
De modo negativo: “Pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não levando em conta as transgressões dos homens; e nos encarregou da mensagem da reconciliação” (v.19). Deus recusou-se a imputar a nós as nossas transgressões.
Se fôssemos levados a juízo, morreríamos. “Senhor, se atentares para o pecado, quem subsistirá, Senhor? (Salmo 130:3).
De modo positivo: “Daquele que não tinha pecado Deus fez um sacrifício pelo pecado em nosso favor, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (v.21).
É a chave de todo o Novo Testamento. O Deus que se recusou a imputar a nós os nossos pecados, imputou-os a Cristo em nosso lugar. Cristo tornou-se pecado por nós a fim de que “nele fôssemos feitos justiça de Deus”.
Lutero dirigindo-se a um monge que se encontrava desesperado por causa dos pecados, disse-lhe: “Aprenda a conhecer a Cristo, e ele crucificado. Aprenda a cantar a ele e dizer: Senhor Jesus, tu és minha justiça, e eu o teu pecado. Levaste sobre ti o que era meu; mas depuseste sobre mim o que era teu. Tu te tornaste o que não eras, para que eu pudesse me tornar o que eu não era”.
“A justificação significa esse milagre: que Cristo toma o nosso lugar e nós tomamos o seu” (Emil Brunner).
Nós somos os embaixadores da reconciliação. Ele nos entregou o ministério da reconciliação. Deus terminou a obra da reconciliação na cruz.
Os pecadores precisam ser reconciliados com Deus. Apelamos aos pecadores que venham a Cristo. Ao fazermos isso somos “embaixadores de Cristo” (v.20).
Isso foi verdadeiro para Paulo e demais apóstolos, para todos os discípulos de Cristo e para todos os pregadores: falamos em nome de Cristo e em seu lugar.
Então, ao emitirmos a nossa voz (nosso apelo), muitas vezes ouve-se outra voz, pois é como se Deus exortasse por nosso intermédio.
É uma verdade admirável que o nosso Deus que operou“por meio de Cristo” a fim de alcançar a reconciliação, agora opera por nosso intermédio a fim de anunciá-la.
E o apelo continua sendo esse: “Assim, suplicamo-vospor Cristo, que vos reconcilieis com Deus”.
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