Texto do Pr. Luíz Antônio (Igreja Quadrangular – Aracaju -Sergipe ) publicado na PG do dia 19/01/2020
Real valor
Vivemos dias em que os valores estão sendo invertidos e, possivelmente, um dos principais motivos seja a “coisificação do homem”. Esse tema tem sido motivo de diversas reflexões e, com certeza, você já deve ter ouvido a respeito dele em vários momentos. Porém eu gostaria de salientar que ele não é assunto novo, pois a Bíblia Sagrada já fala sobre situações semelhantes. Veja, por exemplo, esse episódio registrado no evangelho de Marcos, capitulo 8, versículos 22 a 25:
Eles foram para Betsaida, e algumas pessoas trouxeram um cego a Jesus, suplicando-lhe que tocasse nele. Ele tomou o cego pela mão e o levou para fora do povoado. Depois de cuspir nos olhos do homem e impor-lhe as mãos, Jesus perguntou: “Você está vendo alguma coisa?” Ele levantou os olhos e disse: “Vejo pessoas; elas parecem árvores andando”. Mais uma vez, Jesus colocou as mãos sobre os olhos do homem. Então seus olhos foram abertos, e sua vista lhe foi restaurada, e ele via tudo claramente.
Essa é a única vez que a Bíblia registra uma cura realizada por Jesus em duas etapas e, com certeza, há um motivo para isso. Jesus estava ensinando sobre a necessidade de abrirmos mais a nossa visão a respeito do próximo. Veja só: aquele homem teve sua visão restaurada, mas ainda via as pessoas como se fossem árvores, ou seja, ele não tinha discernimento do que via. Todos pareciam iguais, não tinham fisionomias para ele. Por isso, precisou de um segundo toque e só então passou a enxergar as pessoas distintamente e com clareza.
Entendo que o mesmo precisa acontecer conosco. A “coisificação do homem” nos impede de olhar para o “ser” que ele é, e firmamos nosso olhar no “ter”. Quer dizer, acabamos por valorizar as pessoas tão somente a partir dos seus títulos, e dos seus bens, como moradia, automóvel, roupas, jóias, etc… E como isso é algo que está praticamente inserido no olhar da sociedade, corremos o risco de o aplicarmos também em nossa forma de vida.
Como temos tratado aqueles que podemos dizer que são menores que nós? Quando digo menores, me refiro àqueles que dependem dos nossos conhecimentos, da nossa orientação, da nossa provisão. Como temos tratados os iguais? Aí me refiro aos nossos familiares, cônjuges, pois esses muitas vezes ficam com o nosso pior. Como temos lidado com os maiores que nós? Refiro-me aos que tem autoridade sobre nós, como os nossos pais, nosso lideres. Pois bem, se conseguirmos mudar para melhor o nosso relacionamento com essas pessoas, valorizando-as pelo que são e não pelo que têm, estaremos como que recebendo aquele segundo toque que o homem que era cego recebeu e passou a enxergar distintamente.
Por favor, pare para pensar: temos percebido o real valor das pessoas que estão à nossa volta? Elas são importantes para nós pelas coisas que possuem, ou pelo que são e significam em nossas vidas?
Um forte abraço e até a próxima se Deus disser que sim.
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