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Texto do Pr. Hamilton Rocha (IBCalhau – São Luís – Ma) publicado na PG do dia 05/01/2020

ESTRELAS

Gênesis 15:1-6

Pr. Hamilton Rocha*

    O rei Davi, no Salmo 103, expressa o seu desejo de bendizer o nome do Senhor (Salmo 103:1,2). Menciona o salmista os benefícios de Deus para consigo. Deus gosta que tenhamos um coração grato. “Gratidão é a memória do coração”. É desejo do soberano Senhor abençoar seus filhos, como Ele fez ao seu servo Abraão (Gênesis 15:1-6). Depois de tudo o que o Senhor prometeu, diz-nos o texto sagrado que “Abraão creu, e isso lhe foi imputado como justiça” (v.6).

    Bênçãos assim só podem vir de cima. Do céu além das estrelas. Vêm de longe porque as estrelas estão longe, muito longe de nós – a mais próxima está a dez trilhões de léguas, calculava o mestre Flammarion. Se nessa estrela houvesse uma explosão apocalíptica, e se o som desse cataclismo pudesse atravessar o vácuo, levaria mais de três milhões de anos para chegar até nós.

    É muito caminho para percorrer. Maior do que esse, porém, é o caminho que fazem as bênçãos que o céu nos manda. Essas são as bênçãos mais belas da vida. Belas como as estrelas. Belo é o pão que brota da terra. Mais belo ainda é o maná que desce do céu.

    Olhar para o chão é bom. Para o chão fecundo. Mas olhar para cima é melhor. Contando as estrelas.

    O céu do oriente é lindo. Transparente até de noite, quando quase sempre parece que se teria rompido nas mãos de Deus o imenso colar das estrelas, rolando todas as contas pelo tapete mágico do céu. Pois numa dessas noites Deus disse a Abraão que contasse as faúlhas, como são as estrelas. Olhos de luz que piscam para terra.

    Impossível contá-las. São muitas – quantas? Cem milhões, mais de cem milhões, exclamava extasiado o velho Flammarion, astrônomo do século XIX, falando de estatística estelar.

    Já houve quem tivesse contado, a olho nu, diz o mestre, 5.700, 7.000 e até 8.000. Mais do que isso, não. O que é muito pouco à vista do que pode alcançar um telescópio moderno. Os olhos de Abraão deveriam ter-se perdido no meio de tanta vidraria espalhada pelo céu.

    Pois as bênçãos que vêm das mãos do Senhor, ressalvada a hipérbole, são como as estrelas. Incontáveis.

    Abraão, àquela altura da vida – idade bastante avançada – ainda não tinha um herdeiro. Mas a sua descendência seria como as estrelas. E foi. Descendência espiritual – ele o pai de uma progênie sem conta de crentes, em toda a parte e, de lá para cá, em todas as eras.

    Olavo Bilac, o poeta parnasiano, ouvia estrelas:

    “Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo

    Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,

    Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto

    E abro as janelas, pálido de espanto…

    E conversamos toda a noite, enquanto

    A Via-Láctea, como um pálio aberto,

    Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

    Inda as procuro pelo céu deserto”.

    Mas Abraão preferia contar estrelas (Gênesis 15:5).

    As estrelas de Abraão devem ser numerosas e brilhantes. Abraão passou, mas as estrelas que ele tentou contar ainda estão brilhando. Somos aquelas estrelas que Deus mostrou a Abraão. Por isso é necessário que brilhemos para mostrar ao mundo as belezas de Jesus. Brilhar por Jesus, como nos conclama o Hino 539 do Cantor Cristão.

    “Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça, brilharão como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12:3).

    “Já a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando cada vez mais, até ficar completamente claro” (Provérbios 4:18).

    Brilhemos por Jesus! Este é o anelo do nosso coração. Não é necessário ser como a aurora boreal ou a aurora austral, mas que brilhemos por Jesus. Desejo que o leitor seja tão abençoado nesse novo ano como foi Abraão, o amigo de Deus.

Pastor da Igreja Batista do Calhau em São Luís do Maranhão

 

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