A dor é uma sensação importante para a sobrevivência humana, pois é uma propagação nervosa do corpo ao cérebro sinalizando que há algo errado e precisa ser resolvido como, por exemplo, uma queimadura, um corte ou uma doença. Quando a dorpersiste por semanas, meses ou anos, se torna crônica. Isso indica que a lesão ou a inflamação não melhorou com o tratamento e necessita de um acompanhamento mais especializado, sendo, em muitos casos, essencial a atuação de uma equipe multidisciplinar com médico, psicólogo, fisioterapeuta e nutricionista.

Doenças como artrite reumatóide, osteoartrose, hérnia de disco, fibromialgia, dores miofaciais e psicossomáticas apresentam as características de dor crônica. Consideradas doenças de difícil tratamento, pois normalmente o paciente a negligencia por um longo período de tempo e somente busca ajuda quandoencontra-se em um estágio avançado no qual ocorreramalterações no sistema nervoso central e nas fibras nervosas periféricas.

​Independente da origem da dor, o estado mental é um fator relevante e com grande influência para torná-la persistente e crônica. Pesquisas científicas demostraram que pessoas deprimidas e ansiosas tendem a perceber a dor com mais intensidade se comparadas a pessoas que sofrem dor em contexto de satisfação, por exemplo, os esportistas durante um campeonato.

​O tratamento para a dor crônica é individualizado e leva em consideração as necessidades de cada pessoa. De acordo com o estudo “Impacto do exercício na dor crônica”, publicado pela revista Brasileira Medicina do Esporte e Exercício, a prática de atividade aeróbica associada a fortalecimento e alongamento são capazes de melhorar a dor crônica por estimular uma cascata neuroendócrina que ativa uma ação analgésica local, promovem um relaxamento de estruturas tensas, reduzem edemas e melhoram as condições circulatórias local.  

Segundo a Organização Mundial de Saúde para tratar a dor crônica de qualquer tipo, o médico deve escolher os remédios em degraus e classes a fim de melhorar a dor com medicamentos mais leves e aumentar a dose ou associar outra classe de medicação se necessário. A medida que a dor apresenta melhora, o médico poderá reduzir as dosagens e fazer a remoção de algumas classes medicamentosas, de forma que se use cada vez menos remédios. Analgésicos e anti-inflamatórios são muito utilizados por pacientes que se automedicam, porém não são remédios de primeira escolha para o tratamento por não serem eficazes.

Podem ser feitos alguns procedimentos para bloquear os nervos que são responsáveis pela dor. Essas terapias alternativas são excelentes formas de melhorar a percepção corporal, aliviando a tensão e os estímulos nervosos, o que tem grande influência sobre a dor. Algumas opções são: injeções locais de medicamentos aplicados diretamente nas terminações nervosas, sobre a visualização direta por meio de ultrassom ou radioscopia e o uso da radiofrequência, um procedimento cirúrgico minimamente invasivo em que se usa um moderno aparelho gerador de radiofrequência, capaz de causar lesões térmicas que acabam com a transmissão dos estímulos dolorosos pelos nervos, causando melhora ou resolução de dores na região por vários meses. Após a realização desses procedimentos médicos é importante a manutenção do tratamento multidisciplinar para permitir que os efeitos sejam o mais duradouro possível e evitar recidivas.

Para o tratamento da dor crônica, além da atividade física e dos medicamentos, pode ser necessário acompanhamento psicológico, uma vez que a dor crônica caracteriza-se pela sua natureza multidimensional em que fenômenos neurofisiológicos, aspectos psicológicos, cognitivos, comportamentais, sociais, familiares e vocacionais também modulam a experiência dolorosa. Assim, é muito importante dar atenção e cuidar bem do estado emocional do paciente, já que ele tem muitas influências sobre diversas funções do organismo.

Fique atento aos diversos fatores que podem desencadear a dor crônica e busque ajuda profissional. Faça o seu ano de 2020 ser o melhor de todos os outros. Muita saúde, paz, amor!