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Aplicações da RMN no agro conquistam mercados em 3 continentes

Foto: Victor Otsuka

Victor Otsuka - Reconhecido pela comunidade científica com o Prêmio Capes 2019, o pesquisador Luiz Alberto Colnago vê o uso da RMN atingir novos mercados

Reconhecido pela comunidade científica com o Prêmio Capes 2019, o pesquisador Luiz Alberto Colnago vê o uso da RMN atingir novos mercados

A parceria entre a Embrapa Instrumentação e a FIT – Fine Instrument Technology, ambas localizadas em São Carlos (SP), trouxe importantes resultados na aplicação da Ressonância Magnética Nuclear (RMN) no agronegócio, em 2019 – quando o Centro de Pesquisa completou 35 anos (em dezembro).

Depois da assinatura – durante a maior feira do agronegócio brasileiro, a Agrishow (Ribeirão Preto – SP) – de um contrato para licenciamento do “Equipamento de Ressonância Magnética Nuclear para análise não-destrutiva da qualidade de alimentos”, o SpecFit foi vendido no Brasil e na América do Sul, Europa e Ásia.

A tecnologia é capaz de analisar amostras em segundos, sem destruí-las e sem deixar resíduos químicos, ao contrário dos métodos tradicionais, que usam solventes e o tempo de avaliação é superior a quatro horas. Outra vantagem da técnica é a possibilidade de integração com outros sistemas, maquinários e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês).

Soma de competências

Os três aparelhos exportados, um para cada país – Colômbia, Holanda e Malásia – a 45 mil dólares cada, mais a instalação, são exemplos de sucesso da junção de competências entre o setor público, representado pela pesquisa agropecuária, e a iniciativa privada.

De um lado, o conhecimento de uma equipe de cientistas altamente qualificada, que tem à frente o pesquisador Luiz Alberto Colnago, com mais de três décadas de estudos no desenvolvimento da metodologia e instrumentação de RMN para o agro.

A ousadia em romper paradigmas o levou a conquistar o Prêmio Capes de Tese edição 2019, na área de Química, cuja entrega ocorreu em Brasília (DF), em dezembro, junto com Flávio Vinícius Crizóstomo Kock, seu orientado de doutorado no Instituto de Química de São Carlos – USP.

Do outro, a expertise técnica e mercadológica da empresa privada FIT na construção do equipamento. Da união surgiu o SpecFIT, nome comercial do aparelho de RMN de baixo campo, robusto e que pode ser transportado, características consideradas como os maiores desafios da pesquisa.

Daniel Consalter, diretor de Tecnologia, diz que a aceitação se deve à rapidez da análise, qualidade dos resultados e serviço oferecido. “Entregamos relatórios que são usados para monitorar o processo e que podem usados como laudo. O nosso suporte é um grande diferencial que vem sendo cada vez mais elogiado e sendo um ponto de decisão entre nós e a concorrência”, afirma.

Além de atender países como a Malásia, no sudoeste asiático, segundo maior produtor mundial de óleo de dendê, atrás da Indonésia, a inovação tecnológica chegou primeiro às indústrias brasileiras, produtoras de óleo de palma, como também é conhecido o óleo de dendê.

Impacto no mercado brasileiro

O Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial, com a produção concentrada no estado do Pará, de acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma). Quatro aparelhos de RMN atendem atualmente a região Norte do País.

“Dado que o Brasil produz 300 mil toneladas de óleo de palma e o SpecFit proporciona aumento de rendimento de 2%, estima-se um impacto potencial de R$ 12 milhões por ano. Além disso, o melhor rendimento econômico das indústrias pode melhorar também a remuneração dos produtores rurais”, explica o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, João Naime.

Para atender aos mercados interno e externo, a FIT está ampliando o quadro de funcionários, dobrando a área física da empresa, e projetando novas aplicações e negócios.

Com o aporte de recursos da aceleradora NTAgro e do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), a empresa pretende desenvolver novos aparelhos aplicados às análises de alimentos frescos, como frutas, e industrializados, entre eles, azeite e vinho.

“O nome Embrapa carrega um grande peso de credibilidade tecnológica, mas as portas se abrem além disso. Divulgação, atração de investimento e parcerias são valores que a Embrapa nos traz, que não vêm de qualquer cooperação”, afirma Consalter.

Joana Silva (MTb 19.554/SP)
Embrapa Instrumentação

Fonte/ Embrapa

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