Texto do Pr Hamilton Rocha (IBCalhau – S. Luís – Ma) publicado na PG do dia 10/11/2019
CRUZ E COROA
I Coríntios 15:55; João 19:2,5,17
Pr. Hamilton Rocha*
“A cruz é patíbulo e epicínio, supremo abatimento e martírio triunfal” (Carlos Laet). Epicínio é hino triunfal.
Pode parecer um floreio literário, mas é um pensamento bíblico. Como se o apóstolo personificasse a morte, dirigindo-lhe uma apóstrofe.
A cruz é símbolo de morte, tanto que é emblema de cemitério. Fúnebre. A cruz era sempre para alguém morrer nela.
Mas a cruz de Cristo é símbolo de vida. Não efêmera, mas eterna. Uma cruz que canta vitória sobre a morte: “Onde está ó morte a tua vitória? Onde está, ó morte o teu aguilhão?
Cristo é redivivo. “Eis que estou vivo para todo o sempre e tenho as chaves da morte e do hades” (Apocalipse 1:18).
A cruz canta e celebra essa vitória. Ela é um monumento à vida. Troféu mais do que relíquia. “Eu sou a ressurreição e a vida…” (João 11:25).
A cruz será o nosso aval no céu. Do céu se verá o Calvário.
A cruz está presente no céu por meio dos hinos que lá se cantam, lembrando o doloroso episódio: “Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos; porque foste morto e com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação” (Apocalipse 5:9).
Cristo foi o Cordeiro que foi morto (Apocalipse 5:6).
Tudo no céu lembra a cruz. Desde a pessoa de Jesus até os hinos que os celícolas cantam.
Antes de crucificarem a Jesus os soldados romanos puseram-lhe na cabeça uma coroa (João 19:2). Coroa feita de espinhos, adornada de cardos com suas pequeninas flores vermelhas e azuis.
Depois, puseram-lhe aos ombros uma cruz (João 19:17).
Na fronte uma coroa; nos ombros uma cruz.
Cruz e coroa. Eis o brasão do cristianismo, que os legionários romanos desenharam sem que o percebessem.
O cristianismo é, pois, uma religião heráldica. Nenhuma outra se apresenta com iguais foros de nobreza.
Cruz é sofrimento; coroa é vitória. Na antiguidade era com uma grinalda tecida de loiros que se premiava o atleta vitorioso na liça e o orador vitorioso na tribuna.
A cruz sozinha como emblema do cristianismo não diz tudo. Aquela coroa completa o quadro. Cristo sofre, mas sofre vitoriosamente.
Cristianismo é sofrimento e glória. Essas insígnias não são somente de Cristo.
Na experiência do cristão a cruz precede a coroa (Tiago 1:12). Provação seguida de coroação.
Estêvão, o primeiro mártir do cristianismo é um retrato disso. Estêvão (Stéfanos) significa coroa.
A coroa de espinhos foi passageira, mas a do cristão não.
“Quando o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcessível coroa de glória” (I Pedro 5:4).
No céu, a cruz só está na lembrança e nos hinos.
Mas no céu há coroa.
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