Bolsonaro: visita ao Japão não é só de negócio, mas de relacionamento
Presidente participou da ascensão ao trono do imperador Naruhito
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil Brasília
Em seguida, às 17h, a previsão é que Bolsonaro se encontrasse com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski. Comediante estreante na política, Zelenski assumiu o cargo em maio. Atualmente, o ucraniano encontra-se no centro de um processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que teria pedido a ele para intervir numa investigação contra Joe Biden, seu rival político.
Mais investimentos
Questionado hoje sobre o acordo da China com os Estados Unidos, em que os chineses se comprometem a comprar mais produtos agrícolas dos americanos, Bolsonaro disse que a demanda por alimentos no mundo cresce 60 mil toneladas a cada ano e que “não é qualquer lugar do mundo que você pode tirar isso aí”.
“O Brasil é um dos países que menos usa suas terras para agricultura temos muito espaço ainda. Não temos como interferir no comércio Estados Unidos-China, temos que fazer a nossa parte. Se conseguirmos, por exemplo, através de infraestrutura, fazer renascer o modal ferroviário, diminuir preço de transporte, aperfeiçoar tecnologia, nós podemos fazer nossa mercadoria chegar de forma mais competitiva nesses países”, disse à imprensa, antes da cerimônia de entronização, em Tóquio.
Entre os objetivos desta viagem está a busca de novos investimentos no Brasil. “Não temos recursos próprio para investir e queremos cada vez mais afastar o Estado. Obviamente nós vamos dialogar, fazer acordos, para que investimentos em infraestrutura se façam presentes”, destacou.
Agenda
Amanhã (23), ainda em Tóquio, estão previstos encontros do presidente brasileiro com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, com empresário japoneses e com a comunidade brasileira no Japão. Bolsonaro também participa de um banquete oferecido por Abe a todos os chefes de Estado presentes na entronização do imperador.
É a segunda vez que o presidente Bolsonaro vai ao Japão este ano. Em junho, ele esteve em Osaka para participar da reunião do G20, que reúne as maiores economias do mundo. Ontem (21), na sua chegada ao país asiático, o presidente afirmou que o Brasil está reconquistando sua confiança no mundo e disse que a viagem atual não é apenas uma viagem de negócios, mas de relacionamento.
“Para agora, a vinda aqui não é negócio em si, é bom relacionamento”, disse. “O Brasil é um país inexplorado ainda, e tudo que puder fazer em parcerias com países como Japão, no que depender de mim será feito.”
O presidente está em viagem oficial de dez dias por Ásia e Oriente Médio. Na quinta-feira (24), a comitiva presidencial partirá para a China, depois Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita.
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