Fechar
Buscar no Site

Texto do Pr. Hamilton Rocha (IBCalhau) publicado na PG do dia 20/10/2019

SEMELHANTE A UMA CRIANÇA

Mateus 18:1-3

Pr. Hamilton Rocha*

    Duas coisas dignas de nota ocorrem nas palavras de Jesus: o tom e o símile.

    Primeiro o tom radical: “…de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (v.3). Portanto, condição essencial.

    Segundo o símile, a analogia, a comparação: “…como crianças” (v.3). Isto é, semelhante a uma criança. Não um adulto que continua na infância, mas semelhante.

    A expressão “sou uma criança”, revela insegurança, falta de afirmação. Mas, nos lábios de um profeta ela é o contrário disso: vale como um atestado de sua vocação (Jeremias 1:6). Não uma criança na idade – ele teria 25 anos – mas na capacidade para tal investidura.

    Encontramos essa mesma vocação em João Batista (João 3:30; Lucas 7:28).

    O apóstolo Paulo nos ensina que não devemos ser crianças, não só para discernir o culto que prestamos a Deus, mas na vida cristã (I Coríntios 14:20). Devemos sim, diz o apóstolo, ser crianças na malícia (no mal), mas adultos no entendimento.

    Em outras palavras, cada um pense com sua própria cabeça e não com a cabeça alheia.

    Porém, nosso Senhor nos ensinou que devemos ser como crianças. Em que?

    Na humildade, por exemplo (v.4). Via de regra, as crianças são humildes. Elas se desentendem, mas buscam logo a reconciliação.

    O homem só pode ser redimido pela graça se reconhecer estar necessitado dela. Ninguém se salva por merecimento. Salvação é favor divino. A porta do céu é estreita, o que nos obriga a nos espremermos para passar por ela. A espremer-nos de nossas pretensões. A esvaziar-nos do nosso orgulho. Por ela podem passar ladrões e santos, desde que uns e outros tenham o espírito desarmado da arrogância.

    Devemos ser semelhantes às crianças na autenticidade. Elas são o que são. O que é bonito é bonito, o que é feio. Nada de simulação. Adultos são especialistas em simulação.

    Que tenhamos os olhos assim: tão límpidos que deixem ver a alma e tão límpidos que deixem a alma ver.

    Finalmente, devemos ser como as crianças na confiança. Elas confiam tanto que chegam a ser ingênuas. Mas, pensemos na confiança mais como candura do que ingenuidade.

    É assim que o discípulo deve confiar no Mestre. Confiança irrestrita, incondicional, especialmente nas horas difíceis.

    Que nossos filhos aprendam a confiar em nós. Que aprendamos a confiar mais em nosso Pai Celestial.

    Há um poema de Arthur Cowley que reflete essa verdade:

As Duas Orações

“Ontem à noite o meu filhinho me confessou

Um erro seu, um pecadinho, e se ajoelhou, orando triste, desta sorte:

Permite, ó Pai, que eu seja um homem sábio e forte como papai.

Dormiu. Então, junto ao seu leito ajoelhei,

e vendo o mal dentro em meu peito, assim orei:

Ó Deus, transforma-me em criança como esta aqui.

Tão pura e cheia de confiança, meu Deus em Ti.”

Pastor da Igreja Batista do Calhau em São Luís do Maranhão

 

O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.

mais / Postagens