Texto do Pr.Judiclay Santos (IBJardim Botânico -RJ) publicado na PG do dia 22/09/2019
Judiclay Santos
“Pai nosso que estás nos céus…”
Jesus estabelece o padrão bíblico da oração cristã. Seus discípulos são orientados a orar ao Pai, pois a paternidade de Deus é a base da invocação confiante e segura. Aba é a palavra aramaica que Jesus usou para chamar Deus de Pai. O apóstolo Paulo segue na mesma direção e afirma que “não recebemos o espírito de escravidão, para vivermos, outra vez, atemorizados, mas recebemos o espírito da adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15).
“Santificado seja o teu nome”. Jesus ensina que “santificar o nome de Deus significa colocá-lo em uma categoria própria, apreciá-lo e honrá-lo acima de qualquer dedicação ou afeição”, diz John Piper. Essa oração é o desejo de que Deus seja conhecido e honrado no mundo inteiro. A glória do Seu nome é mais importante que as nossas necessidades e deve ocupar o centro de nossas orações. O Pai nosso vem antes do pão nosso.
“Venha o teu reino”. O Reino de Deus foi inaugurado por Jesus Cristo. No primeiro advento, nosso Senhor disse aos discípulos: “O reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17.21). Seu reinado já começou e está presente na vida daqueles que vivem debaixo de seu amável governo. Portanto, nas palavras de Lloyd Jones: “esta é uma oração missionária”. Devemos orar para que o Reino de Deus se estenda sobre a vida daqueles que vivem escravizados no império das trevas.
“Seja feita a tua vontade assim na terra como nos céus”. No céu, não há desobediência. Tudo é feito em voluntária obediência e harmonia com a vontade do Senhor. Na terra, há desobediência e rebeldia contra a vontade de Deus. Homens e mulheres demonstram sua vileza e rebeldia quando deliberadamente desobedecem à Deus. Jesus nos ensina a orar a fim de que a vontade do Senhor seja feita na terra como nos céus. Toda resistência à vontade de Deus deixará de existir. Todos, no céu e na terra, se deleitarão em fazer a vontade d’Ele, que é boa, perfeita e agradável.
“O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje”. Essa petição envolve o pão diário, mas não se limita as questões alimentares. É uma súplica profunda que todos devemos aprender. Mas por que pedir, se Deus já sabe o que precisamos antes mesmo de pedirmos? (Mt 6.8) A oração, entre outras coisas, visa estreitar nossa relação com Deus e aumentar a nossa intimidade com Ele. Em comunhão com Deus podemos abrir o coração e apresentar as nossas necessidades mais básicas, confiantes que Ele suprirá cada uma delas.
“Perdoa as nossas dívidas assim como nós temos perdoado os nossos devedores”. Antes de mais nada é preciso dizer que essa petição é uma graça concedida àqueles que, em Cristo, receberam o privilégio de dizer: “Pai nosso”. Não se trata de um incrédulo buscando a salvação, mas de um discípulo que, embora já tenha sido salvo, pode tropeçar e, assim sendo, precisa e pode suplicar pelo perdão de Deus. A expressão “…assim como temos perdoado aos nossos devedores” não significa: “perdoe-me porque eu tenho perdoado”. Não! Nosso perdão se fundamenta na obra de Cristo. O “assim como” não denota uma condição, mas uma evidência. Aquele que recebeu o perdão de Deus é levado a perdoar seus ofensores, demonstrando misericórdia.
“E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”. Os cristãos estão sujeitos às fraquezas morais. Orar e vigiar é uma necessidade diária. É necessário suplicar ao Senhor que nos livre de qualquer situação que nos torne vulneráveis às tentações. O Adversário de nossas almas é astuto e arma ciladas de toda espécie para que nossa comunhão com Deus seja quebrada. Que Deus nos livre do mal e do Maligno.
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