Lucas 6 37-38 – JULGAMENTO E RECOMPENSA

37 – Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. 38 – Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.

Todos os homens são passíveis ao julgamento por outros homens. Mas Jesus trata aqui não do aspecto jurídico envolvendo leis civis, fóruns ou tribunais do mundo. O “não julgueis” de Jesus, é uma instrução temerária, séria, e pessoal, quanto a grande probabilidade de erro e pratica da injustiça muito ocorrente entre indivíduos. Jesus não nos habilita a julgar ou condenar ninguém. Nem mesmo o Filho do homem veio para julgar, mas salvar o mundo (Jo 12.47).

Julgar, Condenar e Perdoar, fazem parte do vocabulário do juízo, prefigurados nos acertos de contas de Deus com seu povo na era presente (p.ex. no Dia da Expiação). Então, a interpretação que devemos fazer é: Não julgueis, pois haverás de ser julgados por Deus; Não condeneis, pois, sereis condenado por Deus. O Antigo Testamento fala com freqüência, de Deus julgando os seres humanos conforme o proceder deles. “tornarei a medir as suas obras antigas no seu seio.” (Is65.7). Que obras de justiça temos feito para nos apresentarmos diante do tribunal de Deus?

Maior é a responsabilidade dos cristãos, pois o julgamento começa pela casa de Deus. E Pedro argumenta: “… se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?” (I Pe4.17). O discípulo de Jesus deve manter-se cauteloso. A Bíblia nos ensina a estar pronto para ouvir e tardio para falar (Tg 1.19).

Quanto a soltar (v.37), significa liberar pelo perdão. É assim que Jesus age, solta as amarras, e nos faz livres perdoando nossas transgressões. E nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm8.1). Sejamos coerentes, amados, se Jesus me perdoa, quem sou eu para não perdoar o meu próximo? A negação do perdão resulta em sentença de morte pronunciada por Deus sobre a cabeça daquele que não libera o perdão. Não incorramos nesse terrível risco  de juízo condenatório. “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus Vivo”(Hb 10.31)

Por outro lado, para nossa felicidade, Deus abençoa os que são generosos. “Ao SENHOR empresta o que se compadece do pobre, ele(o Senhor) lhe pagará o seu benefício.” (Pv 19.17);  “Livremente lhe darás, e que o teu coração não seja maligno, quando lhe deres; pois por esta causa te abençoará o SENHOR teu Deus em toda a tua obra, e em tudo o que puseres a tua mão.( Dt 15.10 )

A boa medida nos tempos de cristo (v.38), é o recipiente para medir grãos que era preenchido até a boca; depois, ele era chacoalhado para que os grãos se assentassem e mais grãos eram acrescentados até transbordarem, assim acontecia na cobrança dos vultosos impostos. E o regaço, é uma referência a dobra da túnica usada como bolso ou bolsa. Como é bom pensar nas bênçãos de Deus acrescentadas e transbordantes e em nossas bolsas. O Senhor recompensará. Quando lemos quem “vos darão”? Devemos compreender que o próprio Deus realizará esse ato; ou Deus recompensará a pessoa generosa por meio das outras pessoas.

Lembro-me de Jó que apesar de sua condição desfavorável, não murmurou, não amaldiçoou, não praguejou, não se irou contra os seus amigos inoportunos, mas fez o que Deus mandou, e generosamente orou por eles. Esta postura, fez o Senhor mudar a sua sorte.

Jó 42: 10 – E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos (generosidade); e o SENHOR acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía. (medida transbordante) 11 – Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa (Alegria e felicidade em família), e se condoeram dele, e o consolaram acerca de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado (bem-aventurado os que choram, pois serão consolados); e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de ouro.(Deus recompensa por meio das pessoas) 12 – E assim abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro (recompensa celestial, direta de Deus); pois teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.

Vale a pena não viver para  julgar o próximo, e vale mais ainda, exercitar a generosidade, é BÍBLICO, amados.

Pr. Ivan Moutinho – IB Boa Vista – Timon –MA – 30-07-2019