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Texto do Pr Hamilton Rocha ( IBCalhau) publicado na PG do Jornal Pequeno do dia 04/08/2019

ASAS DE ÁGUIA

“Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços cairão, mas os que esperam no Senhor renovarão suas forças; subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; andarão e não se fatigarão” (Isaías 40:30,31)

Pr. Hamilton Rocha*

    Quando atinge a idade de setenta anos a águia precisa tomar uma importante decisão: ou aposenta-se, escolhendoum lugar bastante inacessível para morrer ou enfrenta um doloroso processo de renovação. A segunda opção consiste em arrancar suas pesadas penas, extrair suas garras e arrancar seu próprio bico. Isso a deixa vulnerável, por issose essa for a sua escolha, ela voa para o lugar mais alto que puder, para evitar ser alvo de outros predadores. Esse processo dura seis meses ao final dos quais a águia renovada está apta para novos desafios e para alçar os belos voos da vida.

    O salmista afirmou que a nossa “mocidade se renova como a da águia” (Salmo 103:5).

    Assim é a nossa vida com Deus. De renovação sempre.Como isso se revela? O texto em destaque nos ensina por meio de três verbos: subir, correr e andar.

    Vida com Deus é ascensão. A fé tem asas. É rapto espiritual. Às vezes precisamos estar no cume da montanha, mais perto de Deus, como no monte da transfiguração (Mateus 17:1-13). Era tão bom estar ali que à semelhança de Pedro dizemos “Senhor, é bom estarmos aqui…” (v.4). Porém nem sempre podemos ficar no cimo da montanha. Chega o momento de descer.

    Do alto da montanha descemos para a planície. Agora estamos correndo, competindo. Vida cristã é luta. Não há vitória sem luta. Gonçalves Dias registrou que “a vida é luta renhida, viver é lutar…”. Há obstáculos, óbices, sofrimento. Em momento algum nosso Senhor disse que a vida cristã seria fácil. Temos que descer do monte. Lá em baixo, no sopé da montanha, há problemas a resolver. Os discípulos quando desceram do monte tiveram que encarar um grande problema (Mateus 17:14-21).

    Da planície descemos ao chão. É o terra-a-terra, o dia-a-dia. Cotidiano. Mesmice. Monotonia. Tédio. Mas vivendo com Deus a renovação é sempre válida mesmo que o clímax seja em ordem decrescente, de clímax a anticlímax: subindo, correndo e descendo (andando).

    Vale a pena esperar no Senhor. Quem nele espera renova as suas forças, sobe com asas como águias, corre e não se cansa, caminha e não se fatiga. Amém.

Pastor da Igreja Batista do Calhau em São Luís do Maranhão

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