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Texto do Pr Hamilton Rocha (IBCalhau) publicado na PG do dia 21/07/2019

NEUTRALIDADE E DUPLICIDADE

“Conheço as tuas obras, sei que não és frio nem quente. Antes fosses frio ou quente! Assim, porque tu és morno, e não és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.” Apocalipse 3:15,16.

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” Mateus 6:24

Pr. Hamilton Rocha*

    Ao longo de sua vida o cristão precisa tomar certas decisões. Definir suas posições. Sair do anonimato e declarar ao mundo a sua fé, suas convicções. A fé exige publicidade. O cristão não é ave noturna. Ficar em cima do muro é que não dá. Há algumas atitudes que precisamos evitar. Neutralidade e duplicidade são duas atitudes esquivas, igualmente ilusórias, em relação a Cristo.

    Neutralidade entende-se aqui a indefinição no campo religioso. Todo neutro é incolor. Por isso a neutralidade importa num ato de hostilidade, uma vez que a ninguém é dado manter-se alheio ao maior acontecimento da história.Podemos não ter opinião formada sobre inúmeros assuntos, menos sobre este: Cristo. No Calvário, por onde passam obrigatoriamente todos os caminhos, Cristo interpela a cada um como interpelou os apóstolos: “Vós, quem dizeis que eu sou?” (Mateus16:15). Ai dos omissos!

    O neutro não pretende ser nem deixar de ser; não quer estar nem de um nem de outro lado. É uma evasiva inútil em relação a Cristo. É uma tentativa malograda de fuga.Neutro é uma palavra latina que significa “nem um nem outro”.

    Há seguidores relutantes, indecisos. “E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Permite que eu primeiro vá sepultar meu pai. Jesus lhe respondeu: Deixa os mortos sepultarem os seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o reino de Deus.”(Lucas 9:59,60). É o seguidor vagaroso.Seguir a Jesus não era para ele algo de grande importância. Havia outras prioridades antes de sua dedicação a Cristo. Em outras palavras ele estava dizendo a Jesus: “Eu te seguirei, quando me for conveniente”. Sua devoção a Cristo era casual e não vital. Ele não queria destruir as pontes que ficaram para trás. Não quis fazer o que Fernão Cortez, conquistador espanhol, fez quando, aportando nas terras do novo mundo, mandou queimar os seus navios, para que seus soldados não se sentissem tentados a voltar. Amor à família é importante, mas até os laços familiares ficam em segundo lugar quando se trata de Cristo.

    E o que se entende por duplicidade? Ela consiste num jogo duplo. No uso de meias tintas. Com o mesmo fósforo acende-se uma vela para Deus e outra ao diabo. Somos, mas não somos; não somos, mas somos. Acabamos como Jano, da mitologia romana, que era bifronte, isto é, tinha duas faces. O que Deus pensa desse monstruosobifrontismo está bem expresso em Apocalipse 3:15,16.Enquanto que a neutralidade é incolor, a duplicidade é furta cor. Dúplice também é palavra latina, e significa “dividido em dois”.

    Há seguidores dúplices, de coração dividido. “E outro disse: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me primeiro despedir-me dos de minha família. Jesus, porém, respondeu-lhe: Ninguém que ponha a mão no arado e olhe para trás é apto para o reino de Deus.” (Lucas 9:61,62). Este discípulo estava cedendo ao impulso de olhar para trás, aprisionado pelos relacionamentos terrenos.

    Nosso Adversário é muito habilidoso em lidar com as nossas afeições naturais. O tempo verbal que nosso Senhor usou nesse texto indica não uma única e isolada olhadela para trás, mas um hábito adquirido – continua olhando para trás. E quem de nós não sentiu a atração de olhar para trás?

    O Estado do Tocantins, através do Decreto Lei no. 4568 de 13 de junho de 2012, prestou homenagem a uma grande líder do trabalho batista:  “Decreta luto oficial por três dias em todo o Estado do Tocantins pelo falecimento da educadora, Margarida Lemos Gonçalves”.

    Aos 21 anos Margarida deixou o Rio de Janeiro e foi para Tocantínia onde ela dedicou a maior parte dos seus 64 anos de ministério. Fundou e dirigiu o Colégio Batista do Tocantins por 33 anos. Com a criação do Estado do Tocantins a pedagoga foi convidada para assumir a presidência do Conselho Estadual de Educação, cargo que exerceu por 5 anos. Presidiu a Academia Tocantinense de Letras. Fundou o Colégio Batista de Palmas. Recebeu o título de Cidadã Tocantinense. Margarida faleceu aos 85 anos, dos quais 64 foram dedicados à Causa de Cristo, à obra missionária. Margarida não foi neutra e nem dúplice. Ela não olhou para trás. Graças a Deus.

Hamilton Rocha  –  Pastor da Igreja do Calhau em São Luís – MA

 

 

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