Onda de ataques a igrejas se alastra em Burkina Faso
Os cristãos de Burkina Faso, no Oeste Africano, estão temerosos diante da onda de ataques e precisam de nossas orações
Vários cristãos já foram mortos em uma onda de ataques a igrejas que se alastra em Burkina Faso. Somente nos dois últimos ataques, em 12 e 13 de maio, dez cristãos morreram. Além das mortes, os agressores também queimaram uma igreja, lojas e um centro de saúde.
Na segunda-feira (13), homens armados executaram quatro cristãos em Singa, no município de Zimtenga. Os fiéis caminhavam juntos quando foram interceptados pelos homens armados. Os atacantes deixaram as crianças saírem e depois executaram os quatro adultos. No dia anterior (12), entre 20 e 30 homens armados invadiram uma igreja no vilarejo de Dablo e abriram fogo contra os fiéis, matando seis pessoas; entre eles, o líder cristão Simeón Yampa, de 34 anos.
Esses dois ataques vieram após homens armados invadirem uma igreja protestante no vilarejo de Silgadji, na província de Soum, em Burkina Faso e matarem o pastor, seus filhos e outros membros da igreja. Atravessando a fronteira, em Dolbel, no oeste do Níger, em uma região habitada pelos songhai-zerma, um líder cristão também foi atacado por militantes na segunda-feira (13), mas sobreviveu. Ele levou tiros na mão e na perna.
Tempos difíceis
Desde fevereiro, outros dois pastores foram mortos em diferentes ataques. Um deles foi Elie Zoré, 48, líder da igreja Assembleia de Deus em Bouloutou, na província de Soum, morto em 23 de abril. Soum é perto de Arbinda, que se tornou uma região simbólica como o nascedouro de uma insurgência islâmica em Burkina Faso e uma das mais afetadas pelos extremistas. Em 19 de fevereiro, o pastor Jean Sawadogo, 54, de uma igreja local de Tasmakatt, foi morto em uma estrada. Ele tinha sido alertado a sair de sua cidade e ir para um lugar mais seguro.
Michel Ouédraogo é o presidente das Assembleias de Deus, a maior denominação evangélica em Burkina Faso e também a mais afetada pela violência islâmica até agora. A denominação tem mais de 4 mil igrejas e 5 mil pastores em todo o país. Ele reconheceu que a igreja está enfrentando tempos difíceis, mas convocou os cristãos à sobriedade. “Vingança nunca foi a melhor opção. O Deus que servimos é amor e ele nos convida a amar nosso próximo”, disse ele ao site World Watch Monitor. Ele continua: “Que Deus toque e tranforme o coração daqueles que se escondem atrás de uma ideologia para matar seus vizinhos”. Ele também conclamou a igreja global a orar pela Igreja Perseguida da África.
Atividades paradas, igrejas e escolas fechadas e pastores em fuga
O atual clima de insegurança afetou as atividades diárias das comunidades e igrejas. “Os cristãos estão se escondendo. Ninguém ousa dormir em casa por causa do medo de ser morto. É muito difícil para nós, precisamos de suas orações”, disse um líder cristão.
“Escolas estão sendo fechadas uma após a outra, principalmente nas cidades de Markoye e Gorom-Gorom. A escola da nossa igreja em Tin Akoff seguiu a mesma tendência. Evangelismo ao ar livre e outros ajuntamentos da igreja agora são proibidos”, disse um representante regional da Federação de Igrejas e Missões Evangélicas (FEME, da sigla em francês). Ele continua: “Desde a morte do pastor Jean Sawadogo, todos os pastores dos vilarejos e cidades ao longo da fronteira com o Mali fugiram. Outras sete igrejas foram fechadas, em Tasmakatt, Tin Akoff, Kassam Est, Gandafabou, Deou, Oursi e Markoye. Precisamos das suas orações.”
Os ataques da última segunda-feira foram criticados por líderes internacionais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, postou em uma rede social: “Chocado com as notícias de Burkina Faso. Novamente, um lugar de adoração é alvo de violência. Lugares de culto deveriam ser refúgios, não alvos”. O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, postou: “O genocídio contra cristãos no mundo tem que parar”. Ore com nossos irmãos de Burkina Faso para que a paz seja restaurada e os cristãos possam viver em segurança e expressar sua fé em liberdade.
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