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Texto do Pr. Hamilton Rocha – PG do dia 19/05/2019

BEIJOS

“Partiu, então, e foi ter com o pai. Ele estava ainda ao longe, quando o pai viu-o, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos” Lc.15:20 (Bíblia de Jerusalém).

Pr. Hamilton Rocha

    Jesus contou a Parábola do Filho Pródigo para responder a um burburinho que ocorria entre os doutoresda Lei e os fariseus. Eles estavam inconformados com o fato de Jesus relacionar-se com os pecadores e os estrangeiros, os gentios e samaritanos. O Messias deveria ser referência absoluta da pureza tanto de Deus quanto de Israel. Mas frequenta mesas suspeitas e tem intimidade com gente de reputação duvidosa, má reputação e até de gente com vida torta. A única explicação seria o equívoco a respeito da identidade de Jesus. Ele não era o Messias. Era um falso Messias.

    Os mestres de Israel haviam perdido o propósito da sua vocação (Gn.12:3). Os horizontes de Deus jamais foram limitados pelas fronteiras étnicas, religiosas, culturais ou quaisquer outras formas de discriminação. O reino de Deus é universal, é abrangente, é inclusivo. O reino de Deus é para todos aqueles que dele querem fazer parte. Com um detalhe a mais. O reino de Deus não se baseia na virtude humana. Não se sustenta no mérito humano. O reino de Deus se baseia na graça, na generosidade de Deus, que escolhe se dar àqueles que têm prazer em sua companhia.

    Esse é o contexto da Parábola do Filho Pródigo, que depois de gastar tudo e viver uma vida dissoluta o filho mais novo cai em si e decide voltar para casa, enquanto o Pai o aguarda, olhar perdido na lonjura do caminho.

    “O pai viu-o…”. Viu o que o filho tinha sido, o que era naquele momento e o que ele seria. Passado, presente e futuro. Em Deus não há apenas presciência; há ciência.

    O lindo e rico verso em destaque nos informa que o pai “encheu-se de compaixão”. Este é o nosso Deus, cheio de compaixão, rico em misericórdia, pleno de amor. Se assim não fosse todos nós já teríamos sido consumidos (Lm.3:20).

    O pai correu ao encontro do filho. Lentos são os passos do arrependimento. Rápidos são os passos do perdão. Ao primeiro vislumbre de arrependimento Deus se derrete todo, feito cera (Sl.22:14).

    O pai pulou no pescoço do filho e o cobriu de beijos, muitos beijos. Que tipo de beijos?

1. BEIJOS DE AMOR

Deus nunca nos dará beijos de Judas. Deus é amor. É da sua natureza amar. Isso explica não apenas nossa relação com Deus, mas nossa própria existência. Deus é autossuficiente. A Deus nada falta. Mas ele escolhe repartir-se conosco, e nos cria seres humanos à sua imagem e semelhança. Mas não é ensimesmado. Deus é amor. Porque é amor, cria. Porque é amor, doa-se, independente de nossos méritos e das nossas virtudes. O amor de Deus se baseia em sua autodeterminação de amar.

2. BEIJOS DE PERDÃO

Antes que o filho concluísse seu discurso e confessasse o seu pecado, o pai já o havia perdoado. Isso deu a ele confiança para a confissão. Observe o que Deus nos diz pela boca do profeta Jeremias: “Não é Efraim meu filho querido, o filho em quem me alegro? Pois cada vez que falo dele, lembro-me dele com apreço. Por isso o meu coração se comove por ele, e lhe mostrarei a minha grande compaixão, diz o Senhor” (Jer.31:20). Por intermédio do profeta Isaías o Senhor diz: “Desfaço as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a nuvem; volta-te para mim, porque eu te remi” (Is.44:22).

3. BEIJOS DE RESTAURAÇÃO

Com aqueles beijos o pai estava dizendo ao querido filho: “Não vou te acusar de nada, não vou te tratar como uma pessoa indigna e pouco confiável”.

O pródigo poderia dizer: “estou sujo”. O pai responderia: “Tragam roupa nova”.

“Trata-me como um dos teus empregados”, diria o filho. O pai responderia: “És filho, não escravo”.

Deus é “poderoso para fazer muito além daquilo que pedimos ou pensamos…” (Ef.3:20).

O filho teve sua oração respondida, privilégios restaurados (roupa, anel e sandálias). Comida adequada (e não suína) e uma grande celebração. Deus só nos dá o melhor.

4. BEIJOS DE ALEGRIA

Sempre que um pecador volta à casa do Pai há uma celebração nos céus (Lc.15:10). O mesmo deveria acontecer na Igreja de Cristo.

É tanta alegria que o pai beija o filho novamente.

5. BEIJOS DE CONSOLAÇÃO

O pródigo se sente derrotado, envergonhado, fragilizado e poderia perguntar: “E o meu passado”? O pai responderia: “…o pecado em Judá não se achará…” (Jer.50:20). “E o meu presente?” “Seu presente é essa celebração”, diria o pai.

“E o meu futuro”? “E se eu errar novamente?” O pai responderia: “…Porque perdoarei a sua maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados” (Jer.31:34).

6. BEIJOS DE COMUNHÃO

Antes da comunhão com a Igreja de Cristo precisamos acertar nossa vida com Deus. Antes de participarmos da Mesa do Senhor necessitamos fazer as pazes com o Pai. O filho mais moço poderia ter voltado para a estrada se soubesse o que seu irmão mais velho pensava dele. Os beijos do Pai o impediram da recaída. Ele era amado do pai e era isso que importava.

Pr. Hamilton Rocha

Igreja IBCalhau

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