Delação de dono da Gol pode bagunçar do Ibovespa a Brasília
Delação de cofundador da Gol divulgada na segunda-feira cita nomes como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e fez ações da companhia caírem 7%
Os próximos dias devem ser agitados no mundo das companhias aéreas, e, também, no da política. Não bastasse a novela que envolve a falência da Avianca Brasil – que tem 203 voos cancelados só nesta terça-feira, 14, e recebeu, na segunda-feira, 13, outra proposta de compra da concorrente Azul -, a Gol desviou a atenção do mercado na direção do Ministério Público Federal, que recebeu delação de seu cofundador, Henrique Constantino, mostrando pagamentos de propina efetuados pela empresa.
Na delação de Constatino, revelada na tarde de segunda-feira, o empresário confessa ter pago mais de 7 milhões de reais em propina a grupo ligado ao ex-presidente Michel Temer (que está preso por outro caso de corrupção e é reu em mais seis processos). Em troca, a Gol obteve mais de 300 milhões de reais em financiamento da Caixa Econômica Federal, banco estatal.
Com a delação de Constantino, contudo, a Gol, que é líder do setor, ganhou outros problemas para se preocupar, e as ações da empresa fecharam o pregão de segunda-feira em queda de 7%. Os próximos dias devem fazer a delação seguir tomando a atenção do mundo político e do mercado. Enquanto a concorrente se enrola, a ver se a Azul, dessa vez, conseguirá levar sua tentativa de compra da Avianca adiante.
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