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Aumenta Perseguição Religiosa na China

A China marcou 65 pontos na Lista Mundial da Perseguição 2019, subindo para a posição 27. Em 2018, ela estava em 43º lugar, com 57 pontos. O aumento da violência contribuiu apenas um pouco para o aumento geral da pontuação. Cristãos estão testemunhando muito mais problemas com as autoridades e essa pressão é sentida especialmente na esfera da igreja.

É importante lembrar que a China é grande e a situação dos cristãos pode ser muito diferente em várias partes do país. Entretanto, é correto dizer que a situação dos cristãos se deteriorou por todo o país, conforme mostram relatórios de diferentes províncias. O aumento de sete pontos é um dos maiores que a China já teve na Lista Mundial da Perseguição. Entretanto, isso revela o crescimento de incidentes e a forte e crescente pressão sentida por todas as igrejas, não importa se afiliadas ao governo ou não.

“Não importa se nós não temos um lugar para nos encontrarmos regularmente, nós nos reunimos com mais frequência para refeições. De qualquer forma, Jesus não vive em um prédio, ele habita em nós; todas as vezes que estamos juntos, NÓS SOMOS A IGREJA.”
CRISTÃO CHINÊS EX-MUÇULMANO
O presidente Xi Jinping continua a consolidar seu poder de forma agressiva, eliminando todos aqueles que não são leais a ele e ampliando o alcance do partido em todas as áreas da sociedade, incluindo negócios, mídia e o terceiro setor. Na multidão de desafios que o governo enfrenta, a liderança da China luta para manter tudo sob controle. Seu objetivo de manter o poder inclui a necessidade de controlar todas as religiões, especialmente a minoria cristã que cresce bastante. Quanto ao futuro, a questão é se as autoridades governamentais conseguirão ver os cristãos como uma força positiva na sociedade. Se assim for, os cristãos poderão se tornar aliados para o desenvolvimento do país e, assim, tornarem-se contribuintes para o estabelecimento de uma “sociedade harmoniosa”. Os próximos anos mostrarão se as igrejas locais serão valorizadas como um ativo ou rejeitadas como uma ameaça.
NOTAS SOBRE A SITUAÇÃO ATUAL

Desde a década de 1980, a China testemunhou um enorme crescimento da comunidade cristã, embora não sejam encontrados números exatos. O que é claro, no entanto, é que foi a pressão da perseguição que realmente ajudou a igreja a crescer. Esse crescimento agora apresenta muitos desafios:

• O materialismo crescente e o consumismo representam uma séria ameaça. Também não é fácil encontrar e treinar líderes capazes de cuidar de congregações em crescimento.

• As igrejas precisam de ajuda no desenvolvimento de atitude e estruturas missionárias. Os representantes da igreja se comprometeram a enviar 20 mil missionários até 2030. Os missionários se depararam com dificuldades que a igreja local não sabe como lidar. Por exemplo: adaptação à cultura local, pastorado, contato da igreja em casa, filhos, seguro (doença, família, aposentadoria), etc.

• Os cristãos que se converteram em outros países muitas vezes retornam e não se sentem em casa nas estruturas das igrejas chinesas atuais. Isso, por sua vez, pode fazer com que sejam observados com cautela, embora muitos consigam se integrar depois de algum tempo.

• Sem dúvidas, a perseguição dos cristãos aumentou no período de análise da Lista Mundial da Perseguição 2019 (1 de novembro de 2017 a 31 de outubro de 2018) com a nova campanha do partido para influenciar as igrejas ativas ao invés de apenas controlá-las a distância. Se história é algo para se passar, a pressão adicional pode levar as igrejas chinesas a crescer em resiliência e, no final, em número também. Entretanto, conforme a geração mais velha, que enfrentou perseguição severa nos anos 1960 e 1970, morrer, há preocupações se a jovem geração de líderes estará pronta para enfrentar o desafio da perseguição combinado ao materialismo.

• Não houve mortes relatadas no período da Lista Mundial da Perseguição 2019. Entretanto, muitos ataques contra igrejas andavam de mãos dadas com líderes cristãos sendo detidos e com cristãos sendo atacados e agredidos. Tais incidentes ocorreram em diversas províncias.

• Houve diversos incidentes (similares à campanha contra cruzes em Zhejiang de 2014 a 2016) de cruzes no exterior de prédios sendo destruídas, tanto de prédios de igrejas ou domésticas. Também houve muitos casos de senhorios colocados sob pressão pelas autoridades para cancelar contratos de aluguel com igrejas.

• Em outro esforço para controlar e vigiar todos os cidadãos, as delegacias de polícia em quase toda província chinesa têm dispositivos para monitorar celulares e extrair dados, de acordo com um relatório de agosto de 2018. Isso tem se tornado muito importante para o Estado, desde que a comunidade on-line da China passou de um bilhão de usuários.

• Em dezembro de 2018, um número significativo de missionários estrangeiros foi forçado a partir devido a provas ou suspeitas de atividades missionárias. Outros tiveram seus vistos anuais simplesmente recusados ao tentarem renová-los, sem nenhuma explicação.
Fonte/ Portas Abertas

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