Na última segunda feira (5 de novembro), 79 alunos de uma escola secundária presbiteriana do vilarejo de Nkwen, perto de Bamenda, a capital da região noroeste de Camarões, foram sequestrados por separatistas que lutam pela independência, disse uma fonte do governo à agência France Press (AFP). Eles foram sequestrados junto com o diretor, um professor e um motorista da escola. Segundo a fonte, “já começaram as buscas pelos reféns, todos os homens foram convocados”.

O ataque não foi realizado pelo Boko Haram, mas com certeza os separatistas se inspiraram no método dos radicais islâmicos. A região tem sido muito afetada por confrontos entre separatistas e o governo. Militantes anglofônicos querem que o noroeste e sudoeste, de fala inglesa, sejam separados do resto do país. Na ofensiva, eles abateram tropas e policiais, saquearam e incendiaram escolas e atacaram símbolos do Estado de Camarões. O governo respondeu com forte repressão de tropas policiais.

Ao menos 400 civis foram mortos somente este ano, assim como mais de 175 membros de forças de segurança. Um missionário americano foi atingido em meio à violência e levou um tiro fatal quando dirigia seu carro. Agora diferentes facções separatistas estão culpando uma à outra e ao governo pelo sequestro. Faz tempo que os separatistas alertaram as famílias para manter as crianças em casa como parte do protesto chamado “cidade fantasma”, no qual comerciantes e outros recebem a ordem de manter seus negócios fechados. Alguns pais não levaram os filhos para a escola, mas há cerca de três semanas algumas escolas (inclusive essa de Nkwen) foram reabertas.

O presidente do país, Biya, de 83 anos, acaba de vencer as eleições para seu sétimo mandato, com vastas alegações de irregularidades. Ele está no poder em Camarões há 35 anos, onde governa com pulso de ferro. Ore para que seu coração seja inclinado à justiça e que tome medidas efetivas em prol da segurança e da paz no país.

Fonte/ Portas Abertas