O QUE É A NOSSA VIDA?
REFLEXÕES PARA VIVER SEGUNDO O PROPÓSITO E A VONTADE DE DEUS.
Pr. Irailton Melo de Souza
Dias desses o Brasil ficou consternado com a morte prematura do ator Domingos Montagner. Após um despretensioso mergulho no rio São Francisco, o ator foi levado pela correnteza e acabou se afogando.
De acordo com médicos psiquiatras, a comoção geral em torno da morte do ator se explica, dentre outras razões, por revelar a nossa vulnerabilidade e toda a fragilidade humana; que insistimos em não reconhecer ou pelo menos em negá-las.
Tiago, irmão e apóstolo do nosso Senhor Jesus Cristo, em 45 d.C., já falava da incerteza dos projetos humanos e afirmava que a vida humana não passa de uma neblina que num momento existe e tempos depois desaparece:
“Agora, prestai atenção, vós que dizeis: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, negociaremos e teremos lucro. No entanto, não sabeis o que acontecerá no dia de amanhã. O que é a vossa vida? Sois como uma névoa que aparece por pouco tempo e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo. Mas vos orgulhais da vossa arrogância. Todo orgulho como esse é maligno.” (Tiago 4.13-16)
Sendo a vida humana, em si mesma, tão vulnerável e incerta, como lidar com essa vulnerabilidade?
1º) Precisamos não alimentar a presunção de que se pode ser ou fazer qualquer coisa sem ajuda e a direção de Deus.
A Bíblia chama de “presunçoso” e “arrogante” todo aquele que se acha tão especial, tão inteligente e tão capaz que não precisa contar com a orientação de Deus, mesmo para as pequenas coisas do dia a dia.
Tiago 4:16 diz que “Toda jactância (ostentação, vangloria) semelhante a essa é maligna.” A palavra grega ponerós, “maligna”, que consta aqui, na forma que aparece no texto designa o diabo. Assim, é um indicio de que o maligno tem participação nessa atitude.
2º) Precisamos compreender e se submeter à vontade de Deus.
No verso 15, Tiago ensina a atitude correta, que é aprender a dizer: “Se Deu quiser, faremos isso ou aquilo”.
A Bíblia não está dizendo que não devemos planejar. O que ela está dizendo é durante todo o processo de planejamento e execução devemos considerar a vontade e a direção de Deus. Tem muita gente pagando um preço muito alto por não levar a vontade de Deus em conta.
Certo autor disse: “Tiago não está questionando o planejar em si, mas o espírito com que se planeja. Ele se refere a um planejar em que o ser humano presume que tenha o controle de todos os fatores, em que realiza tudo segundo sua vontade, com meios próprios e com força pessoal, no qual em última análise age como se ele mesmo fosse Deus.”
O mundo pode chamar isso de proatividade, mas a Bíblia vai chamar de diabólica toda e qualquer ação que exclua Deus do processo.
Como certo comentarista bíblico observou:
“…faz parte de nos tornarmos obedientes à vontade, ao plano e à sinalização de Deus que não nos deixemos monopolizar e prender tanto pelos nossos próprios planejamentos, inclusive no tocante à jornada diária, que não estejamos mais abertos e livres para as incumbências para as quais Deus nos chama a cada instante. É correto distribuir com cuidado o tempo, mas é importante estar também disposto a se sujeitar a qualquer momento aos planos de Deus e a receber novas incumbências. É necessário que sejamos flexíveis para Deus. Talvez o sacerdote em Lc 10.31 não tenha chegado a ajudar o pobre porque seu tempo já estava preenchido com seu planejamento. Em todos os casos é essa a situação de um grande número de “sacerdotes” que hoje passa ao largo de um ser humano que Deus deita diante dele. Em contraposição, com que disposição Filipe e Pedro se deixaram chamar por seu Senhor, para fora de seus esquemas e em direção de outras tarefas, inclusive quando diziam respeito a apenas poucas pessoas.“ (At 8.26s; 10.20)
3º) Precisamos entender o caráter e o impacto espiritual das nossas ações.
No verso 17, a Palavra de Deus diz que “aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, está pecando”.
Nesse contexto, compreendemos que comete pecado todo aquele que sabe o que seria certo fazer em sua situação, mas não o faz. Como bem escreveu certo comentarista bíblico: “De modo geral e no caso concreto “bom” é tudo aquilo que Deus quer, e não o que a moral humana ou a conveniência situacional definem como tal. De acordo com o contexto, a palavra se refere à questão especifica de que devemos estar prontos e dispostos para o plano, a vontade e a sinalização de Deus.
Que o Senhor nos ajude, portanto, a viver uma vida em total dependência da sua boa, agradável e perfeita vontade. Amém!
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