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Morre em São Luís o radialista Elvas Ribeiro, o lendário “Parafuso”

Elvas Ribeiro, mais conhecido como “Parafuso”, era considerado uma lenda do rádio no Maranhão


Vítima de uma parada cardíaca, o radialista José de Ribamar Elvas Ribeiro, mais conhecido como “Parafuso”, faleceu em São Luís na noite de quinta-feira (27), no Hospital São Domingos, onde estava internado.
Considerado um dos mais importantes ícones do rádio maranhense, “Parafuso” tinha 93 anos. Ele fez história como sonoplasta das rádios Timbira e Ribamar, além de ter sido um dos fundadores da Rádio Difusora AM.
“Parafuso” nasceu em São Luís no dia 6 de setembro de 1931. Iniciou sua trajetória nas emissoras em 1953, quando começou a trabalhar na Rádio Timbira. Seu ponto de partida foi o trabalho de serviços gerais, mas não demorou a ser chamado por um dos diretores para trabalhar na mesa de som, como operador de rádio.
Posteriormente, o radialista tornou-se uma referência em sonoplastia no Maranhão. A competência de seu trabalho lhe rendeu passagens históricas nas rádios Timbira, Ribamar e Rádio Difusora AM.
A qualidade de “Parafuso” não se limitou ao rádio. No processo de chegada da televisão no Maranhão, seu nome está marcado como um verdadeiro pioneiro. Pela experiência no rádio, Elvas Ribeiro tornou-se o primeiro sonoplasta e um dos fundadores da TV Difusora, a primeira emissora de televisão do Maranhão, fundada em 1963.
Foi na Rádio Difusora que “Parafuso” protagonizou um episódio marcante do rádio maranhense: a Guerra dos Mundos. Na ocasião, ele fez parte da sonoplastia da adaptação radiofônica da obra literária que narra uma invasão de marcianos ao planeta. Por mal-entendidos, muitos ludovicenses acreditaram que, de fato, estavam sob uma invasão alienígena, o que gerou fechamento de comércios e até intervenções policiais.
A história foi tão marcante que mais tarde tornou-se obra literária. O episódio está registrado em detalhes no livro “Outubro de 1971 – Memórias fantásticas da Guerra dos Mundos”, organizado por Francisco Gonçalves da Conceição.
“Eu era sonoplasta, fazia os sons dos extraterrestres. Foi muito divertido, mas também muito sério. Fui interrogado pela Polícia Federal na época. As pessoas se zangaram comigo. Foi um acontecimento”, lembrou “Parafuso” sobre o ocorrido em uma entrevista a um jornal impresso.
Como radialista veterano, “Parafuso” eternizou sua experiência e conhecimento no livro autobiográfico intitulado “Memórias de um Parafuso”, uma obra que revela bastidores do rádio maranhense e sua trajetória profissional. O livro, lançado em São Luís em 2014, tornou-se uma referência para aqueles que desejam conhecer mais sobre importância deste grande sonoplasta e sobre a evolução do rádio no Estado do Maranhão.
Casado com Marly Ribeiro, hoje com 85 anos, “Parafuso” criou com esforço e honradez seus 10 filhos: Concita Elvas, Haroldo, George, Eduardo, João, Cláudia, Ribamar, Flávia, Conceição e Silvana.
O Governo do Maranhão divulgou nota de pesar, lamentando o falecimento do radialista e prestando homenagem, solidariedade e respeito à família, amigos e fãs de “Parafuso”, cujo talento e dedicação marcaram gerações de ouvintes e profissionais do meio radiofônico.
O diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa do Maranhão, Juraci Vieira Filho, também publicou nota de pesar, inserida no site da Alema. O velório foi realizado na Central de Velórios Pax União (Rua Oswaldo Cruz, nº 1241, Centro, e o sepultamento aconteceu na tarde desta sexta-feira (28), no Memorial da Pax, em Paço do Lumiar.

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