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Weverton diz que trabalhará para ser ponte entre Ciro e Lula e que PDT e PT devem mirar em Bolsonaro

“Um politiqueiro” que “está completamente antiquado”, fez um governo que “deu pouco aos pobres e muito aos ricos”, é “o maior corruptor da história moderna brasileira”, “não está nem um pingo preocupado com a sorte do Brasil” e ainda “é o responsável pela tragédia do desastrado Bolsonaro”.

Essa é a descrição do ex-presidente Lula (PT) em palavras ditas nos últimos meses pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que se prepara para sua quarta candidatura à Presidência da República e, apostando na disputa em 2022 contra o ex-aliado, escolheu como estratégia atacá-lo.

A insatisfação de alas do PDT com a postura, no entanto, deixou os bastidores e começou a vir a público, com queixas de que a beligerância pode tirar de Ciro votos na esquerda, tem efeito limitado na tentativa de representar a terceira via e ainda prejudica a montagem de palanques locais da sigla.

Um dos principais focos de resistência ao discurso crítico a Lula está no Nordeste, onde o ex-presidente possui popularidade mais alta que nas demais regiões do país. Membros dos diretórios do PDT em Pernambuco, no Maranhão, na Paraíba e em Sergipe se opõem às provocações.

No Maranhão, por exemplo, o senador Weverton Rocha (PDT) é pré-candidato ao governo do estado e trabalha para ter os apoios de Lula e do governador Flávio Dino (PC do B).

Ele disputa a indicação como candidato da base governista com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e já conseguiu o aval de seis partidos aliados ao governador para a empreitada.

Também tem buscado reforçar as pontes com os petistas. Há cerca de um mês, esteve em Brasília em um jantar com Lula, que sinalizou um possível apoio do PT à sua candidatura.

À Folha Weverton afirma que setores do PDT têm “passado do ponto” nas críticas ao ex-presidente e diz apostar em um armistício entre Lula e Ciro até as eleições do próximo ano.

“É claro que cada um tem seu estilo. Mas acredito que vai chegar o momento de parar para pensar e, no final, os dois vão acabar chegando a um entendimento. Serei uma das pontes para ajudar nisso”, afirma.

De acordo com o senador, mesmo que PDT e PT tenham seus candidatos próprios ao Planalto, os dois partidos devem mirar no principal adversário, que é Bolsonaro (sem partido): “Por mais que haja diferenças, a hora é de união”.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, tem minimizado as pressões internas e dito que são manifestações isoladas. Alinhado ao pré-candidato, Lupi também acredita que Bolsonaro possa ficar fora do segundo turno, o que justificaria as “críticas substantivas” de Ciro a Lula.

Ciro iniciou com mais ênfase o movimento de afastamento do PT na eleição de 2018, ao não embarcar na campanha de Fernando Haddad no segundo turno, que teve Bolsonaro como vencedor. Naquele pleito, o pedetista terminou em terceiro lugar, com 13 milhões de votos (12% dos válidos).

Mesmo com as críticas domésticas à sua postura e as possíveis arestas na construção de palanques regionais, Ciro disse na quinta-feira (10) que se sente responsável por “falar a verdade para a população brasileira” e que deve manter o tom das críticas a Lula.

“Vou arcar com as responsabilidades e consequências da minha posição. Eu ajudei o Lula, pouca gente ajudou o Lula como eu ajudei. Eu tenho uma certa coerência. Mas o Lula infelizmente não tem mais energia, não tem mais nenhuma novidade, o Lula está tomado de ódio”, afirmou à Folha.

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