Irmã de Pedro Lucas deixa comando do Iphan no Maranhão

A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Maranhão, Lena Brandão, comunicou sua saída do cargo. A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial da União, mas a gestora confirmou a decisão de sair do órgão em postagem nas redes sociais.  Irmã do deputado federal Pedro Lucas Fernandes, líder do União, Lena assumiu o cargo em abril de 2023.

União x Lula

Em tom de despedida, Lena — irmã do deputado federal Pedro Lucas Fernandes e do secretário estadual Paulo Casé Fernandes (Sedes) — destacou o período de “intenso aprendizado” à frente do órgão e agradeceu à equipe e aos parceiros institucionais pelo apoio durante sua gestão. A direção nacional do União Brasil anunciou o rompimento com o governo federal em setembro e determinou que os filiados entregassem os cargos no governo Lula (PT). Apesar de não ser filiada, a saída de Lena se deve à insatisfação do governo com Pedro Lucas, que é líder do União e tem votado contra as pautas governistas.

Fufuca turbina repasses

Os ministros do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), e do Esporte, André Fufuca (PP), aceleraram os repasses de recursos federais a redutos eleitorais enquanto discutiam se sairiam do governo após pressão dos seus partidos. Os dois decidiram continuar ao lado do presidente Lula, porque pretendem se candidatar ao Senado em 2026 e contam como trunfo a projeção dada pelas pastas. Levantamento do jornal O Globo no sistema de convênios do governo federal mostra que desde julho até então houve uma disparada nos contratos assinados com prefeituras administradas por aliados dos ministros. Com isso, Maranhão e Pará — redutos eleitorais de Fufuca e Sabino, respectivamente — subiram ao topo do ranking de estados mais contemplados por Esporte e Turismo em 2025. Os convênios viabilizaram recursos para obras ou serviços.

Critérios técnicos legais

No Ministério do Esporte, sob o comando de Fufuca, que é pré-candidato ao Senado, o Maranhão foi o destino de 47 convênios — à frente de São Paulo (45), Minas Gerais (16), Bahia (15), Rio (13) e Rio Grande do Sul (12). Só em setembro, dos 63 contratos, 24 tiveram como destino o estado do ministro — número quatro vezes superior ao de municípios paulistas, segundo colocado no mês. O valor empenhado para cidades maranhenses em setembro foi R$ 27,6 milhões, a maior quantia num mês, oito vezes mais do que o anterior, de R$ 3,5 milhões. A pasta de Fufuca informou que a “distribuição dos recursos segue critérios técnicos e legais” e que “o Maranhão possui um déficit histórico de infraestrutura esportiva, o que o coloca na última posição nesse quesito”. Entre as ações estão campos de futebol, arenas esportivas e centros de lazer.

Ruído

Questionado sobre uma eventual quebra de acordo político, o vice-governador Felipe Camarão minimizou as tensões e atribuiu as divergências a apenas um “ruído de comunicação”, enfatizando que o diálogo é fundamental para manter a unidade. “Foi algo que nós construímos juntos, desde lá atrás, quando o Flávio Dino ainda era governador, liderando este campo político. O combustível da política é o diálogo, é a saliva”, disse Camarão em Imperatriz reforçando o diálogo sem querer aprofundar a crise.